quinta-feira, 23 de maio de 2019

Educação: Tupã leva surra de Brejo Santo

Cidades pobres do Ceará que adotaram o método fônico surram escolas paulistas que insistem no método global, que não alfabetiza. Mesmo assim, os doutores em educação continuam insistindo no erro. 
Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Brejo Santo, uma pequena cidade cearense de 48 mil habitantes, tem melhor educação básica que Tupã, conforme mostra o Ideb de 2017 (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), principal avaliação da qualidade do ensino no país. Enquanto Tupã, cidade com 60 mil habitantes, conseguiu 6,7 pontos (a meta era 6,5), Brejo Santo bateu 7,9, (a meta era muito acima da meta estabelecida.

O que impressiona é rápida evolução da cidade cearense: ela saltou de 2,9 em 2007 para 7,9 em 2017 - cinco pontos, em 10 anos - enquanto Tupã se arrastou abaixo da meta e só em 2017 conseguiu tirar o nariz pra fora da água saindo de 5 pontos em 2007 para 6,7. Uma evolução de apenas 1,7, em 10 anos.

A EVOLUÇÃO DE BREJO SANTO PELO MÉTODO FÔNICO

O Estado do Ceará rompeu com as invencionices pedagógicas do sócio construtivismo (método de alfabetização lastreado em teorias do suíço Jean Piaget) e adotou o método fônico. Com ele, as crianças da rede municipal conseguem ser alfabetizadas em menos de um ano e alunos do 5º ano chegam a 100% de aproveitamento em matemática, por exemplo. As crianças de muitas escolas da cidade disputam o recreio com as galinhas, no pátio de chão batido. O maior investimento foi na troca do método de alfabetização e grande suporte na atualização dos professores. Muitas cidades paulistas também adotaram o fônico com excelentes resultados.

O neurocientista francês Stanislas Dehaene há 30 anos estuda o impacto dos números e das letras no cérebro humano. Ele afirma que o método mais eficaz de alfabetização é o que chamamos fônico. Ele parte do ensino das letras e da correspondência fonética de cada uma delas, como se fazia antigamente. Estudos mostraram que a criança alfabetizada por esse método aprende a ler de forma mais rápida e eficiente com excelente interpretação de texto.

BREJO SANTO: Entre 2007 e 2017, Brejo Santo subiu 5 pontos. Seu Ideb, de 7,9, está muito acima da meta Brasil de 5,2. O índice de aprendizado de 8,01 é considerado excelente. Neste item a pequena cidade cearense também vence São Paulo (6,1) e a maioria das capitais e grandes centros, como Campinas (6,4).


BREJO SANTO: A média de proficiência em português e matemática coloca a rede municipal cearense nos níveis 6 e 7, numa escala de 9 níveis do Saeb. Em algumas escolas o aproveitamento de matemática no 5º ano chega a 100%. Sobral, também no Ceará, obteve 9,1 no Ideb de 2017 e altíssimos níveis de proficiência não alcançados por nenhuma escola construtivista. O método utilizado é o fônico que alfabetiza até 99% dos alunos no primeiro ano do ensino básico. As altas notas de proficiência em matemática demonstram o excelente grau de alfabetização. No método construtivista alunos tem sérias dificuldades para compreender um simples enunciado de matemática.

TUPÃ: Apesar de mais rica e com nível IDH maior, a cidade passou uma década bem abaixo da média do Ideb e sua evolução foi pequena: apenas 1,7 pontos ou 0,17 por ano. Apenas entre 2007 e 2009 a educação de Tupã ganhou certo fôlego mas despois voltou a afundar. Apesar da estagnação, seus secretários da educação preferem manter o sócio construtivismo contrariando a neurociência e os resultados. As telas abaixo mostram o indicador de aprendizado e a evolução lenta da rede municipal de Tupã.
Tupã: O índice de proficiência de português atingiu 228,66 na escala Saeb (30,92 pontos menos que Brejo Santo) e 248,63 de matemática (30,95 pontos menos que Brejo Santo)

E por que o método global/construtivista é ineficaz?

Neste método, primeiro, se deve aprender o significado da palavra e, numa próxima etapa, as letras que a compõem. O resultado é catastrófico: a criança que deveria ser alfabetizada em menos de um ano pelo fônico vai precisar de mais 3 para aprender escrever e ler de forma rudimentar e sem boa compreensão do texto. Elas terminarão seu ciclo sem se alfabetizar e entrarão no ensino médio, na rede pública, sem ter compreensão do que leem. Alguém contesta essa realidade nas escolas públicas do país? Os resultados estão em todas as avaliações produzidas pelo próprio sistema.

Dehaene, o neurocientista francês, explica que se verificou em pesquisas com pessoas de diferentes idiomas que o aprendizado da linguagem se dá a partir da identificação da letra e do som correspondente. Esse processo ocorre no lado esquerdo do cérebro. No método construtivista a criança primeiro aprende o sentido da palavra, sem necessariamente conhecer as letras. Neste caso o lado direito do cérebro é ativado. Mas a decodificação dos símbolos terá que chegar ao lado esquerdo para que a leitura seja concluída. Para Dehaene é um processo mais demorado, que segue na via contrária ao funcionamento do cérebro.

- Num certo sentido, podemos dizer que esse método ensina o lado errado, primeiro. Porém, as crianças que aprendem a ler processando primeiro o lado esquerdo do cérebro (método fônico) estabelecem relações imediatas entre letras e seus sons, leem com mais facilidade e entendem mais rapidamente o significado do que estão lendo - diz o neurocientista.

Doutor em desenvolvimento da cognição e psicolinguística, o português José Morais defende o envolvimento da neurociência na alfabetização para reformar os pensamentos pedagógicos. Ele diz que a psicologia cognitiva mostra que a leitura de textos não é uma elaboração contínua de hipóteses sobre as palavras do texto, mas sim, um processo automático, não intencional e muito complexo de processamento das letras e das unidades da estrutura fono-ortográfica de cada palavra, que conduz ao seu reconhecimento ou à sua identificação.

E como é essa relação entre a atividade cerebral e a leitura? Em matéria de O Globo, em 2014, José Morais (nada a ver com um homônimo do MEC, por favor, não confundam) diz:

- A leitura visual não se faz nos olhos, mas no cérebro — a retina, embriologicamente, faz parte do cérebro. Não há leitura sem uma atividade cerebral que mobiliza vastas regiões do cérebro e, em primeiro lugar, a chamada Área da Forma Visual das Palavras. Ela se situa no hemisfério esquerdo do cérebro e não é ativada por palavras escritas nos indivíduos analfabetos. Nos alfabetizados ela é ativada fortemente, e o seu grau de ativação aumenta à medida que a criança aprende a ler.

No leitor competente, a leitura de um texto baseia-se no reconhecimento ou na identificação das palavras escritas sucessivamente. À medida que elas são processadas, essa informação é enviada para outras áreas cerebrais que se ocupam do processamento da língua, independentemente da modalidade perceptiva (em particular, o processamento semântico e sintáxico), assim como da codificação da informação na memória de trabalho verbal e do acesso à memória a longo prazo. Tudo isso permite a compreensão do texto e a sua interpretação e avaliação.

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terça-feira, 21 de maio de 2019

Ideb de Sobral humilha método global/construtivista

Sobral e Brejo Santo, cidades cearenses que adotaram o método fônico para alfabetização, disparam na frente de cidades como São Paulo e Campinas que mantém o mesmo método sócio construtivista adotada pela maioria das cidades paulistas. A rede municipal de Brejo Santo, 48 mil habitantes e baixa renda per capita, saiu de um Ideb de 1,9 cerca de seis anos atrás para 7,9 em 2017. A evolução não tem a mesma velocidade quando se refere a cidades que adotam o construtivismo.

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Ideb é a sigla para Índice de Desenvolvimento da Educação Básica com escala entre zero e dez. Quanto maior, melhor o índice. Dois conceitos básicos - aprendizado e taxa de aprovação de alunos - dão o resultado final. O aprendizado é medido por provas do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) com alunos do 5º e 9º anos e o fluxo representa unicamente a "aprovação". Curioso é que, quase todos os alunos, são "aprovados" após a realização do polêmico Conselho de Classe. O Ideb inclui escolas da rede pública e rede privada.

A realização anual desta avaliação deveria servir como balizamento e ferramenta para idealizar mudanças buscando melhorar a educação mas, não é o que realmente acontece. A alfabetização que deveria ocorrer já no primeiro ano do Ensino Básico se arrasta com dificuldades de leitura e interpretação nos anos seguintes. A criança que foi alfabetizada pelo método sócio construtivista está condenada ao analfabetismo funcional.

A meta do PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) para o Ensino Básico é chegar com Ideb 6,0 até o ano 2022. Pelo nível aferido em 2017, o Brasil só chegará nesse patamar se fraudar os resultados.

Todos os indicadores produzidos no Brasil ou elaborados em estudos no exterior, apontam graves problemas na alfabetização. A neurociência já provou a ineficácia do método sócio construtivista e os resultados do Ideb, também.

UNESCO: ÍNDICES DO ENSINO BÁSICO RUINS
  
Os resultados do Terceiro Estudo Regional Comparativo e Explicativo, no Chile faz 4 anos, colocam a educação do Brasil em posições decepcionantes. Nossos alunos ocuparam os mais baixos níveis de aprendizado (I e II numa escala que chega a IV). A avaliação, que é coordenada pelo Escritório Regional de Educação da UNESCO e considerou o desempenho de 134 mil alunos do ensino fundamental, de 15 países, em matemática, leitura e ciências. Na disciplina de matemática 60,3% dos alunos do 4º ano e 83,3% dos alunos do 7º ano ficaram nos níveis I e II. Somente 12% (do 4º ano) conseguiram atingir o nível IV e só 4% dos alunos do 7º ano chegaram neste patamar. Em leitura 55,3% do 4º ano e 63,2% do 7º ano ficaram nos dois primeiros piores níveis da avaliação. O vexame continua: 80,1% dos alunos brasileiros do ensino básico ficaram nas classificações mais baixas em ciências naturais.

Pelos métodos utilizados na alfabetização no Brasil as crianças (que deveriam terminar o primeiro ano escrevendo, lendo e compreendendo o que leem) levam 4 a 5 anos para concluir o processo e com um agravante: alguns leem mas não compreendem um simples enunciado de uma questão de matemática, por exemplo.

BREJO SANTO X CAMPINAS
Método fônico humilha método global/construtivista

Os  da rede municipal da pequena cidade de Brejo Santo, no Ceará, com pouco mais de 48 mil habitantes e renda per capita baixa, conseguiram um ótimo índice de 7,9 no Ideb de 2017 (aprendizagem 8,1 e fluxo de 0,99). O IDH de Brejo Santo é baixo: 0,647. Há 8 anos o Ideb desta pobre cidade cearense era de 1,9. Em 2007 o Ideb foi de 3,0 e em 2015 seu Ideb chegou a 8,21, melhor que muitas capitais.

Por que os alunos evoluíram tanto, em tão pouco tempo? Simples: os métodos e metodologias de alfabetização, carregadas de invencionices pedagógicas, foram postas no lixo e implantou-se o Método Fônico. Chega-se a 99% o índice de alfabetização no primeiro ano do ensino básico. Fim do trilho para teorias mofadas de Piaget e condenadas pela ciência.
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O aproveitamento em matemática entre alunos do 5º ano chega a ser de 100%, uma humilhação que deveria convencer os professores que ostentam títulos de "doutores em educação" mas defendem método e metodologias de alfabetização... que não alfabetizam. Prova é Campinas e milhares de escolas brasileiras obrigadas a adotar tais modelos de educação. 

Campinas, com  IDH alto de 0,805 e população de mais de 1.200.000 habitantes conseguiu apenas 6,1 no Ideb. Só 6,1. Método utilizado:sócio construtivista. Resultado: caos.

Os "doutores em educação" defensores das teorias construtivistas - um enorme engano pedagógico - sempre justificaram os péssimos resultados apontando para a condição social do aluno. Oras, Sobral, Brejo Santo e dezenas de cidades que obtiveram altas notas no Ideb estão em estados mais pobres do país e com baixíssimo investimento na área, comprando-se com grandes centros. Enquanto Sobral conseguiu atingir 9,1 (Ideb 2017), São Paulo e Campinas não passaram de 6.1, no mesmo ano. PS: Sobral e Brejo Santo usam método fônico.

SOBRAL 9,12 X 6,57 S. PAULO
Cearenses com fônico arrasam paulistas construtivistas

Sobral deu banho em São Paulo, capital. A cidade cearense que tem 206 mil habitantes e renda per capita de R$ 20 mil, chegou em 2017 com Ideb de 9,12 contra 6,57 de São Paulo, a monstruosa capital com 12,8 milhões e renda per capita de R$ 57 mil e IDH de 0,805. São Paulo, como em todo estado, utiliza-se do método construtivista e Sobral, fônico. A grande capital também perde para Brejo Santo.


Marília tem 230 mil habitantes e renda per capita em torno de R$ 31.500 contra 206 mil habitantes de Sobral cuja renda per capita gira em torno de R$ 20.300. O IDH de Sobral é de 0,714 e o de Marília 0,805. As taxas de escolarização e matrículas são aproximadas. O que distancia Sobral de Marília é seu alto índice do Ideb (9,12) em relação a cidade paulista que em 2017 obteve 7,2. As metas de Sobral serão atingidas com grande folga em 2022.

A diferença entre as cidades está no método de alfabetização. Enquanto Sobral jogou o construtivismo e suas invencionices pedagógicas no lixo, no caso da alfabetização, Marília se mantém fiel ao método que não alfabetiza. E, os resultados obtidos até agora, são duvidosos.

 
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quarta-feira, 8 de maio de 2019

Professores com salários acima de R$ 55 mil. Falta investimento para a educação?

CPI da Assembleia Legislativa de São Paulo apura como funcionários de universidades públicas do Estado ainda recebem acima do teto definido em lei. Universidade de São Paulo tem as maiores aposentadorias. (Foto do site https://www.marilia.unesp.br/index.php#!/processo-eleitoral/apresentacao)

Marco Antonio Araujo e Karla Dunder, do R7
08/05/2019 - 04h00 (Atualizado em 08/05/2019 - 07h42)

O Portal da Transparência da USP revela: um professor aposentado da Universidade chega a ganhar R$ 69.265,07. Nessa lista – que motivou denúncia do Ministério Público de Contas do Estado de São Paulo – o segundo professor mais bem remunerado recebeu R$ 54.519,75.

A denúncia do MP colocou as três principais universidades públicas de São Paulo (USP, Unesp e Unicamp) na mira da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado). Os parlamentares paulistas instauraram uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar como funcionários públicos ainda recebem acima do teto definido em lei — que é de R$23.048,59, o salário atual do governador — mesmo com o país tendo de enfrentar o difícil debate sobre a reforma da Previdência, com seus privilégios reservados às elites do funcionalismo. Nesta quarta (8) acontece a primeira reunião de trabalho da CPI.

O MP entrou com pedido de medida cautelar para que as três universidades parem de pagar salários acima do teto imediatamente, com devolução dos valores recebidos de forma irregular, sob pena de afastar os reitores das instituições. De acordo com o MP, as instituições são responsáveis por um rombo de R$ 17 milhões por ano pagos de maneira irregular aos servidores.

O governo de São Paulo é responsável por manter as três universidades públicas, que recebem 9,57% da receita do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do Estado e têm autonomia para gerir essa verba, estimada em R$ 9 bilhões por ano. Esse repasse foi estabelecido há 30 anos por decreto do então governador Orestes Quércia, que também garantiu total independência para as três instituições gerirem os recursos.

Questionadas sobre a ação do Ministério Público, as universidades se pronunciaram por meio de nota.

A USP informou que “prestará todos os esclarecimentos necessários e apresentará os recursos cabíveis, assim como tem feito em todos os processos em que a questão do teto remuneratório é suscitada, todos ainda em trâmite”.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Ideologia de gênero: empresas que apostaram em lucros

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Dezenas de empresas brasileiras passaram apoiar a "ideologia de gênero", em campanhas publicitárias, de olho no segmento LGBT que representa milhões de dólares em consumo, por todo mundo. É o chamado Pink Money, apenas uma fonte de lucros para empresas que arriscaram defender que "ninguém nasce homem ou mulher, mas cada um construirá seu gênero no futuro". 

Biologicamente pertencemos ao gênero homo sapiens cujos representantes são fêmea e macho. Nada além. Simples assim. Mas, quando está em jogo lucrar mais, muitas empresas aprovam campanhas publicitárias e... se dão mal.

 
Não existem brincadeiras de meninos e meninas, diz a Unilever

É o caso da Unilever, fabricante de OMO, que publicou um filme afirmando que não existem brincadeiras de meninos ou meninas, em clara defesa da ideologia de gênero. Somente num canal do Youtube foram mais de 250 mil reprovações (dislikes) contra 13 mil curtições e muitas críticas severas. Hoje o famoso sabão disputa preços com produtos antes chamados segunda linha.

Para Avon e Carrefour não existem meninos corajosos e meninas princesas
 
Avon entrou em campo com uma sequência de filmes afirmando que "é um erro chamar meninas de princesas e os menino de corajosos" e termina exigindo que os pais "repensem os elogios". Rapidamente 4 mil apertaram o like mas 113 mil desaprovaram a mensagem seguindo-se centenas de críticas contundentes.

O Carrefour publicou, no dia das crianças, um filme que defendia a mesma ideologia e acabou retirando do ar depois de milhares de críticas na sua página do Facebook que ficou indisponível.

Santander: patrocínio de pedofilia e zoofilia com dinheiro da Lei Rounet.

Um erro fenomenal foi cometido pela "excelência" do marketing do Santander que apostou numa campanha pró ideologia de gênero patrocinando uma exposição que mostrava quadros de zoofilia, pedofilia e apelos à prática homossexual. O dinheiro, cerca de R$ 800 mil, foi devolvido à Receita Federal. Era verba via Lei Rounet. Mais de 40 mil pessoas se manifestaram com críticas severas, cancelamento de contas e protestos contra o banco.

Globo: contrariando a ciência e apostando no "progressismo"?

As empresas buscam esse nicho de mercado - algo em torno de 10% da população - com poder de consumo 30% maior que o público heterossexual. A Rede Globo faz apologia à "diversidade de gênero" abertamente, até mesmo no Criança Esperança ou em suas novelas, além de lançar uma campanha provocativa ironizando os críticos da emissora. Apesar de rentável, seus lucros são um cisco para os bilhões que o Grupo Globopar deve. O grupo é composto pela Gráfica Globo Cochrane, Globo.com, Editora Globo, Som Livre e Globosat - tvs por assinatura - além de participação na Sky e Net. Até sua sede foi vendida ara compor o pagamento de suas dívidas. 

A Sport TV é a que  a provoca maior prejuízo. Em 2016 o grupo renegociou suas dívidas, maior parte em dólar, que pode chegar a 6 bilhões de reais. O nervosismo da Rede Globo: incluir o BNDS um projeto de recuperação das empresas que sofrem com menos verbas do governo federal. Do total investido em publicidade pelos governos anteriores, na mídia, 50% caia no bolso da Globo. O grupo pode ser vendido para a família de Murdoch, o mega empresário australiano.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Governo mudará método de alfabetização

Stanlistas Dehaene, neurocientista que há 30 anos estuda o impacto do processo de alfabetização no cérebro da criança diz, claramente, que o método utilizado no Brasil, o construtivismo, ensina o lado errado do cérebro.

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

O jornal BBC News Brasil publicou, em seu site, matéria sobre possíveis mudanças no método de alfabetização no Brasil. O atual, utilizado nas redes públicas e defendido por "doutores em educação" do Ministério da Educação, é lastreado em teorias condenadas pela ciência e seus resultados são inquestionáveis: 80% dos alunos que chegam às universidades brasileiras são analfabetos funcionais e, no ensino médio, nossos alunos estão entre 60º e 66º lugares no PISA. O Enem mostra, todos os anos, como nossos estudantes estão mal. Não tem como filosofar em cima de números.

Alunos que deveriam ser alfabetizados já aos nove meses do primeiro ano do Ensino Básico, chegam ao Ensino Médio sem conseguir ler palavras com mais de duas sílabas. Mal conseguem ler e pouco conseguem compreender do texto. Isso é resultado único do método de alfabetização defendido, por exemplo, pela professora Magda Soares, considerada "emérita da Universidade Federal de Minas Gerais" e "premiada" recentemente com o prêmio Jabuti nas categorias Educação e Pedagogia.

O presidente do Grupo Editorial Record, Sérgio Machado, deixou o prêmio por não compactuar com uma "comédia de erros na avaliação e disse que o Jabuti virou um concurso de beleza com critérios de programa de TV e interesses políticos.


A "emérita da UFMG" e ganhadora do "Prêmio Jabuti": Magda Soares sentiu-se ofendida pelo posicionamento de Carlos Nadalim sobre a alfabetização defendida por ela. Nadalim aplicará o método fônico que pode alfabetizar em menos de um ano.

A matéria foi escrita pela jornalista Mariana Schreiber (que se esforça em ressalvar a idade da professora de 86 anos e sua solicitude em atender jornalistas, mesmo saída de uma cirurgia) não evolui para justificar porque o Brasil está pessimamente mal colocado no PISA (Programa de Avaliação de Estudantes mantido pela OCDE e coordenado por Andreas Schleicher, matemático, físico e estatístico alemão que criou o Programme for International Student Assessment). Faz quase 30 anos que o método atual é aplicado no Brasil com péssimos resultados. Alguém contesta os números brasileiros?

O Brasil, que participa do PISA desde do ano 2000, se mantém nas ultimas colocações entre 76 países. As provas são realizadas a cada 3 anos entre alunos de 15 anos envolve língua, matemática e ciências. O Brasil está no beirando o 60º lugar, próximo das nações africanas. A última colocação coube à Gana, na África e os analfabetos funcionais são muito mais que os 29% que o nunca confiável Ibope anunciou recentemente.

Faz 5 anos a Unesco publicou resultados da Educação Básica na América Latina. A avaliação considerou o desempenho de 134 mil alunos do ensino fundamental, de 15 países, em matemática, leitura e ciências. Na disciplina de matemática 60,3% dos alunos do 4º ano e 83,3% dos alunos do 7º ano ficaram nos níveis I e II. Somente 12% (do 4º ano) conseguiram atingir o nível IV e só 4% dos alunos do 7º ano chegaram neste patamar.

Em leitura 55,3% do 4º ano e 63,2% do 7º ano ficaram nos dois primeiros piores níveis da avaliação. O vexame continua: 80,1% dos alunos brasileiros do ensino básico ficaram nas classificações mais baixas em ciências naturais.

Isto é, as teorias de Jean Piaget e Vygotsky (crendices, como diria José Morais, professor emérito da Universidade Luxenburgo) não funcionam, mas os "doutores" da nossa educação insistem na prática construtivista. Stanislas Deheane, um dos mais importantes neurocientistas do planeta e estudioso do assunto, já disse que o construtivismo ensina o lado errado do cérebro. E ambos estranham porque o Brasil insiste num método de alfabetização que não alfabetiza. E um aluno que não for alfabetizado nos anos iniciais chegará ao Ensino Médio ou universidade analfabeto funcional.

Em que mundo vive a vovó Magda, "vencedora do prêmio Jabuti"? Se os resultados são péssimos, todos os anos, não há espaço para filosofia. Vai se culpar a falta de investimento? Ou a condição sócioeconômica do aluno? Apenas para esclarecer: os alunos mais pobres de Xangai, Japão, Vietnã, Coreia... sabem mais matemática que os alunos mais ricos da Europa. E a Coreia investe infinitamente
menos que os Estados Unidos, por exemplo, e o país lidera o PISA. São mitos derrubados.

CARLOS NADALIM ASSUME SECRETARIA DE ALFABETIZAÇÃO


Carlos Nadalim, o método fônico alfabetiza em menos de um ano 

Uma das principais causas do analfabetismo funcional no Brasil é o método construtivista. Nadalim defende o "método fônico", que apresenta as crianças às letras e aos sons da fala antes de iniciá-las em atividades com textos.

O objetivo de Carlos Nadalim é apenas provar que, depois de 30 anos se utilizando de métodos e metodologias com resultados catastróficos, o fônico alfabetiza em menos de um ano. Diz a neurociência que o "velho e bom fônico" é o melhor método para uma criança aprender ler e escrever. As provas disso estão em todos os países que lideram o PISA.

Segundo a BBC News, Nadalim diz que "uma das causas principais do alto analfabetismo funcional (quando a pessoa reconhece as letras, mas não consegue interpretar textos simples) no Brasil é a prevalência nas diretrizes do Ministério da Educação de métodos de ensino "construtivistas" - abordagem em que a criança é vista como construtora do conhecimento e o aprendizado do alfabeto ocorre de forma integrada com o uso social da leitura e escrita. Nadalim defende como alternativa o "método fônico", que apresenta as crianças às letras e aos sons da fala antes de iniciá-las em atividades com textos.

Stanlistas Dehaene, neurocientista que há 30 anos estuda o impacto do processo de alfabetização no cérebro da criança diz, claramente, que o método utilizado no Brasil, o construtivismo, ensina o lado errado do cérebro.

Dehaene – Verificamos, por meio de várias experiências, que o método mais eficaz de alfabetização é o que chamamos fônico. Ele parte do ensino das letras e da correspondência fonética de cada uma delas. Nossos estudos mostraram que a criança alfabetizada por esse método aprende a ler de forma mais rápida e eficiente. Os métodos de ensino que seguem o conceito de educação global, por outro lado, mostraram-se ineficazes. (No método global, a criança deve, primeiro, aprender o significado da palavra e, numa próxima etapa, os símbolos que a compõem.)

ÉPOCA – No Brasil, o construtivismo, que segue as premissas do método global para a alfabetização, é amplamente disseminado. Por que os sistemas que seguem o método global são ineficazes?

Dehaene – Verificamos em pesquisa com pessoas de diferentes idiomas que o aprendizado da linguagem se dá a partir da identificação da letra e do som correspondente. No português, a criança aprende primeiro a combinação de consoantes e vogais. A próxima etapa é entender a combinação entre duas consoantes e uma vogal, como o “vra” de palavra. Essa composição de formas, do menor para o maior, é feita no lado esquerdo do cérebro. Quando se usam metodologias para a alfabetização que seguem o método global, no qual a criança primeiro aprende o sentido da palavra, sem necessariamente conhecer os símbolos, o lado direito é ativado. Mas a decodificação dos símbolos terá de chegar ao lado esquerdo para que a leitura seja concluída. É um processo mais demorado, que segue na via contrária ao funcionamento do cérebro. Num certo sentido, podemos dizer que esse método ensina o lado errado primeiro. As crianças que aprendem a ler processando primeiro o lado esquerdo do cérebro estabelecem relações imediatas entre letras e seus sons, leem com mais facilidade e entendem mais rapidamente o significado do que estão lendo. Crianças com dislexia que começam a treinar o lado esquerdo do cérebro têm muito mais chances de superar a dificuldade no aprendizado da leitura.

Em palestra para diretores e coordenadores pedagógicos de Santa Catarina, Dehaene garantiu que “embora desagrade a muitos, não se aprende a ler de cem maneiras diferentes. Cada criança é única, mas, quando se trata de alfabetização, todas têm basicamente o mesmo cérebro que impõe a mesma sequência de aprendizagem. Quanto mais respeitarmos sua lógica, mais rápida e eficaz será a alfabetização”.

Milhares de estudos em laboratório mostram que "os cérebros ativam os circuitos corretos para a leitura quando a criança aprende a relação de sons e símbolos gráficos ganhando velocidade e autonomia para lerem palavras novas, de forma muito mais rápida", disse o cientista. "O atual método utilizado no Brasil, o construtivismo, é ineficaz e isso está provado não apenas em laboratório mas em centenas de experimentos realizados em inúmeros países. E esses conhecimentos científicos estão reorientando as políticas públicas em vários deles" - cita o site da Secretaria da Educação de Santa Catarina.

O que a vovó defende?
"As crianças aprendem com mais interesse e entusiasmo quando se alfabetiza com base em palavras e frases de textos reais, lidos pela professora, e em tentativas de escrever, de modo que aprender as relações fonema-grafema ganham sentido", defende.Mentira! Todas as avaliações, no Brasil e no mundo, contrariam essa afirmação da vovó. Particularmente no Brasil.

PS: Stanislas Deheane e Carlos Nadalim nunca receberam um prêmio Jabuti.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

O problema da educação está no 1º Ano do Ensino Básico

 
Editorial do Estadão aponta que o problema da educação nacional está no Ensino Médio ao admitir que alunos de 19 anos mal conseguem ler e pouco compreendem da leitura.

Por Edson Joel Hirano Kamakura e Souza

Um editorial do jornal O Estado de São Paulo, de 14 de janeiro deste ano, intitulado "A tragédia do ensino médio" tenta mostrar o caos da educação no país. Porém, mostra também a ignorância jornalística de um dos principais jornais brasileiros.

O autor lamenta a crise na educação "que vem sacrificando o futuro de novas gerações" sustentando-se em pesquisas do movimento Todos pela educação - grupo sem fins lucrativos que reúne pedagogos e gestores escolares - que apontam que 4, de cada 10 jovens na faixa etária de 19 anos, não concluíram o Ensino Médio na idade considerada para esse ciclo. E que, do total de brasileiros nessa faixa, 62% já estão fora da escola e 55% abandonaram ainda no ensino fundamental. Diz ainda que o Brasil está longe de atingir as metas projetadas que previam 90% dos jovens com ensino médio completo (em 2018 só 63,5% concluíram o curso).

Os dados levantados estão corretos mas, as conclusões apresentadas para justificar o atraso escolar dos alunos do ensino médio, completamente erradas. Absurdamente falsas.

Diz o editorial sobre o ensino médio:

"E, como a qualidade desse ciclo educacional é ruim, entre os alunos que conseguem concluí-lo muitos apresentam conhecimento insuficiente em leitura, ciências e matemática, enfrentando problemas para ler palavras com mais de uma sílaba, identificar o assunto de um texto, reconhecer figuras geométricas e contar objetos. Na Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2017, o ensino médio alcançou o nível 2 de proficiência, numa escala de 0 a 9 – quanto mais baixo é o número, pior é a avaliação. Com excesso de matérias, currículo desconectado da realidade socioeconômica e conteúdos ultrapassados, o ensino médio é considerado o mais problemático de todos os ciclos do sistema educacional. E é justamente por isso que ele se destaca por altas taxas de abandono e de reprovação."

O diganóstico está na frase "insuficiente em leitura, enfrentando problemas para ler palavras com mais de uma sílaba, identificar o assunto de um texto".

A alfabetização ocorre nos primeiros anos do Ensino Básico e não no Ensino Médio. Um aluno na faixa dos 19 anos, que tem dificuldades para ler e compreender o que conseguiu balbuciar, simplesmente não foi alfabetizado nos anos iniciais do básico. Só isso. Portanto, não é excesso de matérias, desconexão com a realidade sócioeconômica ou conteúdos ultrapassados que colocam os jovens do Ensino Médio nas piores posições da educação mundial. E, pior, um aluno que passou pelo básico e não foi alfabetizado, jamais se recupera.

O problema brasileiro está no método de alfabetização, que não alfabetiza - lastreado em teorias condenadas pela ciência - e não no ensino médio. Bastaria o articulista pesquisar um pouco mais e não ficar sentado em press-release que mostra pesquisas e conclui os caminhos a seguir, sem lógica. O desinteresse dos alunos do ensino médio decorre de um fato simples: eles não conseguem ler. Não sabem matemática porque tem dificuldades de interpretar um simples enunciado. A raiz chama-se 1º ano do ensino básico, quando a criança é alfabetizada. O método utilizado no Brasil, não alfabetiza. Vejam todos os números disponíveis em inúmeras avaliações.

Pior que os péssimos resultados da educação é a insistência dos nossos "doutores em educação" insistir corrigir erros no lugar errado. O método fônico alfabetiza em menos de 9 meses. Em Xangai ou em Brejo Santo, no Ceará. Granja, cidade com o penúltimo IDH do Ceará tem escolas com índice de proficiência em matemática no nível 9 da escala Saeb. 

O problema nem está em investimentos de vulto. Basta lembrar que a Coreia do Sul investe infinitamente menos que os Estados Unidos e seus alunos estão na ponta do PISA, programa que avalia estudantes na faixa de 15 anos, em mais de 75 países.

A condição sócio econômica pode, sim, provocar algum dano no avanço escolar mas, para destruir esse argumento como grande trava no avanço escolar brasileiro, basta citar que os alunos mais pobres de Xangai, Japão e Vietnã sabem mais matemática que os alunos mais ricos da Europa. Estes assuntos estão nos Mitos da Educação, derrubados por profundas pesquisas e análises do PISA. Há 4 anos a Unesco publicou a avaliação no Ensino Básico dos países latino americanos. O Brasil ficou nas últimas colocações.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Os filhos não podem tudo. Cabe aos pais impor limites


Por Içami Tiba

As crianças aprendem a comportar-se em sociedade ao conviver com outras pessoas, principalmente com os próprios pais. A maioria dos comportamentos infantis é aprendida por meio da imitação, da experimentação e da invenção. Se os pais permitem que os filhos, por menores que sejam, façam tudo o que desejam, não estão lhes ensinando noções de limites individuais e relacionais nem lhes passando noções do que podem ou não podem fazer.

Os pais usam diversos argumentos para isso: “Eles não sabem o que estão fazendo”. “São muito pequenos para aprender.” “Sabemos que não devemos deixar…, mas é tão engraçadinho.”

Buscando platéia

É preciso lembrar que uma criança, quando faz algo pela primeira vez, sempre olha em volta para ver se agradou alguém. Se agradou, repete o comportamento, pois entende que agrado é aprovação – e ela ainda não tem condições de avaliar a adequação do seu gesto.

Portanto, cada vez que os pais aceitam uma contrariedade, um desrespeito, a quebra de limites, estão fazendo com que seus filhos rompam o limite natural para seu comportamento em família e em sociedade. Apesar de serem mais fortes, os pais que não reagem à quebra de limites dos filhos acabam permitindo que estes, muito mais fracos, os maltratem, invertendo a ordem natural de que o mais fraco deve respeitar o mais forte.

Estabelecer limites

A força dos pais está em transmitir aos filhos a diferença entre o que é aceitável ou não, adequado ou não, entre o que é essencial e supérfluo, e assim por diante.

Pedir um brinquedo é aceitável, mas quebrar o brinquedo meia hora depois de ganha-lo e pedir outro, é inaceitável. É importante estabelecer limites bem cedo e de maneira bastante clara, pois, mais tarde, será preciso dizer ao adolescente de quinze anos que sair para dar uma volta com o carro do pai não é permitido, e ponto final.

Responsabilidade

O estudo é essencial; portanto, os filhos têm obrigação de estudar. Caso não o façam, terão sempre que arcar com as consequências de seus atos, e estas deverão ser previamente estabelecidas pelos pais. Só poderão brincar depois de estudar, por exemplo. Naquilo que é essencial, os pais deverão dedicar mais tempo para acompanhar de perto se o combinado está sendo respeitado. Os filhos precisam entender que têm a responsabilidade de estudar e que seus pais os estão ajudando a cumprir um dever que faz parte da “brincadeira” da vida.

Fonte: Livro Disciplina – Limite na medida certa, de Içami Tiba. Editora Integrare.

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Brasil é campeão em número de estatais entre economias mais desenvolvidas

País tem 418 empresas controladas direta ou indiretamente por União, Estados ou municípios, de acordo com levantamento da FGV

Renée Pereira, O Estado de S.Paulo
03 Novembro 2018 | 05h00


Mesmo depois de uma onda de privatização nas décadas de 80 e 90, o Brasil é o país que tem o maior número de estatais entre as 36 nações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). No total, são 418 empresas controladas direta ou indiretamente por União, Estados e municípios. Dessas, 138 são federais e poderão ser alvo de privatização no governo de Jair Bolsonaro (PSL).

Relatório culpa repasses por situação dos Correios Foto: ALOISIO MAURICIO | PAGOS
Juntas, essas companhias empregam mais de 800 mil pessoas, sendo cerca de 500 mil do governo federal. Nesse quesito, o Brasil também é campeão entre os países da OCDE seguido de perto pela França, mostra levantamento do Observatório das Estatais, da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os dados da OCDE – clube que reúne os países mais desenvolvidos e do qual o Brasil quer ser integrante – não consideram China e Índia e incluem apenas as empresas do governo central, já que a estrutura dos países não tem estatais estaduais e municipais.

“Apesar dos movimentos de desestatização dos anos 90, as empresas estatais ainda estão bem presentes na vida econômica do País”, afirma o economista Márcio Holland, da FGV. Nesse grupo, estão algumas das maiores empresas brasileiras, como Petrobrás, Eletrobrás, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

Algumas dessas companhias controladas pelo Estado foram alvo, nos últimos anos, de abuso do poder controlador e de elevado nível de influência político-partidária, além de estarem envolvidas em recorrentes escândalos de desvio de finalidade e de corrupção, lembra Holland.

Para melhorar a gestão e reduzir a ingerência política nessas empresas, foi criada em 2016 a chamada Lei das Estatais, com regras específicas para nomeação de diretores, membros do conselho e um rígido programa de regras de conduta.

Planos. A privatização é sempre um caminho apontado pelos especialistas para reduzir o tamanho do Estado, modernizar alguns serviços e acabar com as interferências políticas. O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) já afirmou que pretende fazer uma série de privatizações, mas desde que não envolvam empresas estratégicas. A declaração trouxe uma série de dúvidas sobre o que isso significa e que companhias poderiam ser transferidas para a iniciativa privada.

No ano passado, a União gastou R$ 9,3 bilhões a mais com empresas estatais do que arrecadou, segundo relatório divulgado na semana passada pelo Tesouro Nacional. O governo federal recebeu R$ 5,5 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio das estatais federais no ano passado, mas desembolsou R$ 14,8 bilhões em gastos com pessoal, investimento ou manutenção dessas empresas.

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Números do desastre petista


A trágica herança deixada pelos últimos anos da era lulopetista fica evidente nos dados do IBGE. Em 2016, o Brasil perdeu 70,8 mil empresas, o que resultou na demissão de 1,6 milhão de pessoas

O Estado de S.Paulo
04 Outubro 2018 | 03h00

O custo crescente da folha de salários da União já se tornou um problema tão ou mais grave que o desequilíbrio estrutural das contas da Previdência. Por isso, além de propor a reforma do sistema de aposentadorias e pensões, o futuro presidente da República terá de tomar decisões urgentes e corajosas para conter o aumento dos gastos com os servidores. Se não agir com rapidez e sobretudo com competência política nessa questão que envolve interesses de uma corporação poderosa e muito bem organizada, o próximo ocupante do Palácio do Planalto poderá ter grandes dificuldades para executar seu programa de governo. A seu favor, se estiver disposto a examinar o tema com o cuidado que ele exige, disporá não apenas de diagnósticos precisos sobre os problemas do funcionalismo, mas também de propostas que estão sendo concluídas pela área técnica do Ministério do Planejamento encarregada da gestão de pessoal da União.

Essas propostas resultam do reexame de outras já apresentadas pelo Planejamento e sua concretização depende de leis ordinárias, que podem ser aprovadas por maioria simples, o que tornaria menos penosas as negociações com o Congresso. Temas polêmicos, como a estabilidade do servidor no emprego e a estrutura salarial dos militares, não são tratados nessas propostas. As mudanças valeriam para quem entrar no serviço público depois de aprovadas as novas regras, o que tenderia a reduzir as reações corporativas.

Um dos objetivos centrais da reforma das carreiras de servidores públicos federais, como mostrou reportagem do Estado, é o fim da progressão automática por tempo de serviço. Pela proposta do Ministério do Planejamento - que a oferecerá ao presidente a ser eleito em outubro -, as promoções dos funcionários passarão a ser condicionadas a critérios como mérito, desempenho e capacitação.

Desse modo, o servidor levaria mais tempo para ser promovido e, portanto, para atingir o topo da carreira. Pelas regras atuais, em algumas carreiras o servidor pode chegar ao ponto mais alto, e também à remuneração mais alta, em apenas seis anos. Os gestores da área de pessoal do Ministério do Planejamento consideram que, numa situação dessas, o servidor ou se desinteressa pelo aperfeiçoamento e pelo treinamento profissional ou passa a pressionar o empregador, isto é, a União, para obter ganhos adicionais fora da estrutura salarial de sua carreira, como os penduricalhos pagos a servidores da área jurídica. Várias carreiras obtiveram vantagens desse tipo nos últimos anos.

Outra mudança pretendida é tornar a remuneração inicial das diversas carreiras compatível com os salários observados no mercado de trabalho privado. Em boa parte das carreiras, a fixação de um salário inicial em torno de R$ 5 mil permitiria alinhar os vencimentos do setor público com os salários privados e eliminaria distorções gritantes, como um salário inicial de R$ 18 mil - remuneração alcançada por poucos profissionais do setor privado no topo de suas carreiras - pago a diversas carreiras do setor público federal.

A fixação de vencimento inicial menor também eliminaria outra distorção observada em algumas carreiras, nas quais o salário máximo é pouco maior do que o mínimo. Em algumas funções, o salário inicial é de R$ 16,8 mil e o de fim de carreira, de R$ 22,8 mil.

Há, ainda, grandes e injustificáveis disparidades entre as remunerações das diferentes carreiras do serviço público federal. Um professor universitário concursado em início de carreira ganha cerca de R$ 6 mil e um analista da Câmara dos Deputados inicia sua carreira ganhando mais de R$ 20 mil. A proposta em elaboração pelo Ministério do Planejamento reduz de 309 para cerca de 20 as carreiras.

Atualmente, o governo federal gasta cerca de R$ 300 bilhões por ano com a folha de pessoal formada por 1,3 milhão de servidores, incluindo os inativos. Do ponto de vista fiscal, os ganhos imediatos não seriam muito expressivos. Mas o resultado seria vultoso no prazo de 15 anos.

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Mais da metade dos alunos de 14 a 17 anos tem nota insuficiente em Português e Matemática

Resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), o mais importante exame brasileiro, estão sendo divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério da Educação

Renata Cafardo e Victor Vieira, O Estado de S.Paulo
30 Agosto 2018 | 11h00


Mesmo no 3º ano do ensino médio, a maior parte dos jovens não sabe identificar a informação principal de uma reportagem ou calcular porcentagem Foto: SERGIO CASTRO/ESTADÃO

SÃO PAULO - Mais da metade dos alunos de 14 a 17 anos do País não aprendeu praticamente nada do esperado para as séries que estão cursando, tanto em Português quanto em Matemática. Mesmo no 3º ano do ensino médio, a maior parte dos jovens não sabe identificar a informação principal de uma reportagem ou calcular porcentagem, por exemplo. Esses são alguns do resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), o mais importante exame brasileiro, que mede desempenho dos alunos. A prova é feita pelo Ministério da Educação (MEC) para todos os estudantes do 5º ano e 9º ano do ensino fundamental e do 3º do médio desde 1995 nas escolas públicas. A rede particular este ano pôde se voluntariar para participar (até o ano passado, o MEC as selecionava por amostragem).

Os resultados do exame de 2017 foram divulgados nesta quinta-feira, 30, pelo governo. Mais de 5,4 milhões de alunos participaram do Saeb. O desempenho de Português e Matemática é usado para compor o Índice de Desempenho da Educação Básica (Ideb), que inclui ainda dados de aprovação e reprovação.

O quadro é mais grave no ensino médio, em que 7 em cada grupo de 10 alunos estão nos níveis considerados insuficientes de aprendizagem nas duas disciplinas. “É uma das coisas mais preocupantes que a gente tem no País. Ou o aluno abandona a escola ou fica e não aprende nada”, diz o ministro da Educação, Rossieli Soares Silva.

O ensino médio é considerado por especialistas como a etapa mais preocupante da educação brasileira pelos altos índices de evasão e por ter um currículo distante dos jovens. Apesar dos resultados serem ruins em todas as etapas, estudantes do fundamental têm desempenho melhor. “Se continuar tudo como está, há possibilidade de, em 2021 e 2023, os alunos do fundamental já terem ultrapassado os médio”, afirma o ministro.

Os dados do Saeb mostram que, em três Estados, isso já aconteceu. No Ceará e no Amazonas, estudantes do 9º ano já têm nota maior que os do ensino médio em Português. Em Santa Catarina, isso acontece em Matemática. Isso quer dizer que se ambos fizessem a mesma prova, os mais novos se sairiam melhor.

O governo Michel Temer enviou ao Congresso por medida provisória - que depois se tornou lei - uma reforma para o ensino médio que flexibiliza o currículo e cria diversos caminhos que podem ser escolhidos pelos jovens, entre eles o ensino técnico.

A proposta é polêmica, principalmente pela dificuldade de estrutura e professores para oferecer as diferentes formações. Entre os candidatos à Presidência, há os que defendem a revogação da lei. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a etapa, desenvolvida pelo atual governo, ainda não foi aprovada e também corre risco de ser mudada numa próxima gestão.

Fundamental

Na etapa de 1º ao 5º, o cenário é um pouco melhor, com 39% dos alunos nos mais baixos níveis de aprendizagem em Português e 33% em Matemática no Saeb. Foi também a média nacional que mais cresceu com relação ao último exame, em 2015. Passou de 208 para 215 (numa escola de 0 a mil) em Português e de 219 para 224 em Matemática. Mesmo sendo o melhor resultado, as crianças de 11 anos no Brasil, em geral, não são capazes de reconhecer o assunto de um poema ou uma tirinha, por exemplo.

Cerca de 5,46 milhões de alunos do fundamental e do médio fizeram a prova no ano passado. A previsão é que o ministério divulgue os resultados do Ideb na próxima semana. Pela primeira vez, os dados do Saeb e do Ideb foram divulgados separadamente. O ministério informou que o fatiamento da divulgação tem o objetivo de dar ênfase à discussão sobre aprendizagem.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

A Croácia, além do futebol



Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

O mundo conheceu a Croácia pelo seu futebol na Copa do Mundo e uma das características da equipe foi sua garra e determinação. De onde veio esse futebol? Aliás, o que é a Croácia?

A Croácia surgiu, como reino, no ano de 925 e durou até o começo do século XI quando passou a ser governada por líderes húngaros. Por volta de 1530 fez parte do império romano/germânico e libertou-se do império austro-húngaro em 1928 incorporando-se a Iugoslávia.

Durante a Segunda Grande Guerra a Iugoslávia foi tomada por Hitler que permitiu a ascensão das milícias nacionalistas da Uastse, na Croácia. Esse grupo radical objetivava purificação étnica e mataram 300 mil sérvios, ciganos e judeus durante os 5 anos do conflito mundial. A Croácia é um país com 4 milhões e 100 mil habitantes, mais de 85% católicos romanos e seu IDH é muito elevado: 827 (45º lugar no mundo). Sua língua é o croata, um idioma eslavo que utiliza o alfabeto latino. A capital é Zagreb.

Os croatas conquistaram sua independência em 1991 e estão na mesma região da Bósnia e Herzegovina, Montenegro, Sérvia, Eslovênia, Macedônia e Kosovo. Estes países também faziam parte da antiga República Socialista Federativa da Iugoslávia, (Europa Central até os Bálcãs) formada por várias etnias, quatro idiomas e três religiões.

Até 1948 a Iugoslávia seguia a linha comunista da extinta União Republicana Socialista Soviética. O ditador do país, Josip Broz Tito (que era Croata), rompeu com a linha de Josef Stalin recusando sujeitar-se ao comando soviético. Tito, (morto em 1980) durante 40 anos, manteve certa paz entre Croatas e Sérvios, maioria na região.

Mas quando caiu o Muro de Berlin (1989) e ocorreu o fim da URSS (1991) os ventos da liberdade também sopraram sobre as repúblicas que compunham a Iugoslávia e, rapidamente, gritaram suas independências. O Partido Comunista da Iugoslávia acabou em 1990 quando eslovenos e croatas deixaram o congresso - contrariando os sérvios - que discutia o futuro da liga. A Sérvia considerou-se sucessora da extinta Iugoslávia e lutou contra os grupos que se declararam independentes e isso provocou uma das guerras mais violentas da Europa pós Segunda Guerra Mundial, principalmente na Bósnia, formada por Sérvios e Croatas.

A nova geografia política veio acompanhada de grande pobreza, ódio étnico, diferenças religiosas e forte presença do crime organizado.