sexta-feira, 1 de novembro de 2013

A história refém da memória


Por Denise Rollemberg

O historiador que estuda a ditadura civil-militar já conhece o debate que agora ganha maior amplitude devido à expectativa em relação à decisão judiciária sobre a ação movida por editores, questionando a faculdade de os biografados ou seus herdeiros proibirem biografias.

Para o pesquisador, historiador, jornalista etc, ter acesso à documentação produzida pelos órgãos de informação e de repressão, na qual alguém estivesse citado, era necessária autorização do mesmo ou da família, caso já tivesse falecido.

As restrições criaram, assim, graves distorções observadas sem maiores dificuldades, justamente e sobretudo, nas biografias, fossem escritas por historiadores ou jornalistas.

O debate atual, independentemente da época em que o biografado viveu ou vive, enfrenta aspectos semelhantes.

Não há como negar que a autorização interfere na autonomia e na independência de que o pesquisador precisa para escrever, ainda mais, um texto biográfico. No acordo estabelecido entre biografado e biógrafo, estabelece-se uma espécie de dívida que pode comprometer interpretações que venham na contracorrente do que o biografado ou sua família esperam ou desejam ver publicado. O biógrafo torna-se refém do biografado.

Se assim não for, ele, o biógrafo, parece ter quebrado a confiança que nele fora depositada, para não falar do impedimento da publicação de seu trabalho.

Seja quem for o biografado, é certo que sua vida e sua obra estarão permeadas por aspectos de todo tipo, dos mais aos menos nobres, para não entrar aqui nos casos de personagens tais como ditadores, genocidas etc.

O fato é que há uma enorme dificuldade de se enfrentar o lado escuro da Lua, os aspectos pouco edificantes na vida de quem quer que seja, como se as trajetórias humanas não fossem feitas também de desacertos, equívocos, misérias.

Assim, para se obter a autorização, não raramente se fica — ou se pode ficar — refém de uma relação cujo compromisso nem sempre se baseia na produção do conhecimento, mas, frequentemente, na construção e/ou preservação de determinada memória.

No confronto entre a memória e a história, a história tem perdido. A memória é seletiva, apaziguadora, maleável às vontades do presente. A história, não. Releva o personagem sem retoques, em sua grandeza e sua pequeneza, e tudo mais que existe entre os dois extremos.

Muitas das biografias autorizadas são hagiografias e, portanto, nenhum interesse têm para quem quer conhecer a história de homens e mulheres cujas trajetórias tiveram — ou têm — importância em sua época. A narrativa dessas vidas não pode ser acessível a uns e não a outros.

Ninguém deve se tornar guardião da memória, dono da história. Nem da própria história, principalmente quem se colocou no mundo através da política, da arte, do esporte etc., expressando suas ideias e posições, deixando, portanto, nele seu registro.

É exatamente a possibilidade de narrar a história de homens e mulheres dignos de biografias, abordando-os em sua dimensão humana, em suas contradições e tensões, do tempo e deles mesmos, a maior homenagem que se lhes pode fazer. O desrespeito seria deformá-los como seres perfeitos, mantendo-os desconhecidos e isolados do mundo no qual atuaram.

No mais, quando ouço o argumento segundo o qual o biografado se vê vulnerável a difamações e invasão de privacidade, lembro-me de Theodor Adorno que disse ser uma ofensa procurar nos judeus a razão da perseguição dos nazistas.

O problema, defendeu o filósofo alemão, não estava nos judeus, e sim nos nazistas, nos perseguidores, e não nos perseguidos. Seguindo o lúcido raciocínio, pode-se dizer que difamações e invasão de privacidade falam dos biógrafos, não dos biografados.

Denise Rollemberg é professora da UFF.

Medicina cubana

San Miguel Molina Cobas, o aluno proscrito e expulso da Universidade de Ciências Médicas de Santiago de Cuba.

O mito da excelência da medicina em Cuba cai de podre
http://notalatina.blogspot.com.br

O “grande êxito” do sistema de saúde cubano deve-se apenas à propaganda oficial. Segundo María Werlau, diretora da excelente organização Archivo Cuba, criado pelo Dr. Constantine Menges, “a saúde em Cuba é péssima para o cidadão por falta de recursos. Existe um apartheid que favorece a elite governante e os estrangeiros que pagam em dólar e euros, enquanto nega-se atenção médica aos presos e alguns dissidentes por motivos políticos”.

Também o Dr. Darsi Ferrer, um médico cubano refugiado político nos Estados Unidos desde 2012, assegura que o sistema de atenção primária, aquela da qual os cubanos que foram importados para o Brasil se ufanam tanto, “está praticamente desarticulado, os consultórios estão vazios, seus profissionais foram enviados às lucrativas missões internacionais, sobretudo na Venezuela”, e eu acrescento, agora também ao Brasil. Berta Soler, líder das Damas de Branco que é técnica em microbiologia, trabalhou até 2009 no hospital América Arias de El Vedado, hoje “semi-fechado”. Ela afirma que “a saúde não é gratuita: isso é um mito. Às vezes os profissionais sugerem que se peça os medicamentos aos familiares no exílio” porque não se encontram nas farmácias.

Bem, voltei a falar neste assunto porque essas denúncias feitas pelo estudante do 2º ano de medicina, da Universidade de Ciências Médicas de Santiago de Cuba, San Miguel Molina Cobas, renderam-lhe a expulsão não só desta faculdade, mas de qualquer universidade existente em Cuba. Hoje ele é um proscrito, que foi execrado em sessão especial dentro da universidade, onde participaram o reitor, alunos, funcionários e até agentes do MinInt num grande linchamento moral, cujo vídeo apresentarei em minha palestra amanhã, no auditório do Hospital Maria Lucinda em Recife e depois aqui no blog.

Assistam ao vídeo e entendam porquê a maravilha da medicina cubana é um mito macabro. Fiquem com Deus e até a próxima!

Comentários e traduções: G. Salgueiro


terça-feira, 29 de outubro de 2013

O direito do leitor



Por Helio Saboya Filho

No debate sobre biografias travado entre, de um lado, escritores e editores, e, de outro, celebridades, não faltaram judiciosos argumentos contrapondo a liberdade de expressão ao direito de privacidade.

Mas e a respeito do digníssimo leitor, o destinatário da obra?

Biografia não é ficção. A escritora tcheca Janet Malcolm traça uma didática distinção entre um ficcionista e um biógrafo: o primeiro é “dono de sua própria casa e pode fazer nela o que quiser; pode até derrubá-la, se tiver inclinação para tanto”, ao passo que o biógrafo “é apenas um inquilino, que se deve ater às cláusulas do contrato, que estipula que ele deve deixar a casa (conhecida pelo nome de Realidade) nas mesmas condições que a encontrou”.

"Não sou contra biografias não autorizadas, "mas é preciso conversar" (Roberto Carlos)

Ao comprarmos um romance, esperamos “consumir” personagens, situações e locais fictícios, excitando nossa imaginação com suas inverossimilhanças e suas fantasias.

Não nos é dado o direito de reclamar da desarrumação premeditada, da ousadia do dono da casa que eventualmente a bote abaixo conosco dentro, pois ao sermos convidados a entrar nesse espaço já devíamos contar com isso. Se gostamos ou não do que lemos, é outra história.

A mesma condescendência não merece o escritor de não ficção. A casa que habita não é dele; é a realidade. Desarrumando-a, nos oferece um produto defeituoso. Derrubando-a, nos vende escombros, puro entulho literário.

Com cada grupo puxando brasa para sua sardinha em discursos nos quais ética e liberdade não raramente servem para ocultar o fundo pecuniário que os motiva, editores e biografados passaram a advogar complexas teses jurídicas submetidas aos tribunais — o que lhes é de direito, mesmo atuando dissimuladamente em causa própria.

Por parte de nós, apreciadores do gênero, convém apenas advertir que, por mais convincentes as entrevistas com seus protagonistas, por mais fidedignas suas fontes e por mais exaustivas as investigações empreendidas pelo escritor, nada nos livrará do risco de levar para a mesa de cabeceira uma mercadoria estragada, sem nenhuma garantia de qualidade, sem direito a troca, nem a devolução. E isso vale para biografias autorizadas ou não.

Helio Saboya Filho é advogado
Do Blog do Noblat 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O harakiri de Dilma

Suely Caldas, O Estado de S.Paulo

No dia em que o campo gigante de Libra foi vendido para a Petrobrás e quatro empresas estrangeiras, a presidente Dilma Rousseff foi à TV comemorar o sucesso do leilão e garantir que seu governo não privatizou o petróleo do pré-sal.

Ora, então por que leiloou? Por que despachou equipes para a Europa, EUA e China com a missão de "vender" o petróleo do pré-sal como um bom negócio? Por que a tristeza e a decepção de seu governo quando as gigantes Chevron, British Petroleum e Exxon Mobil desistiram da licitação?

Por que a alegria e o alívio quando a francesa Total e a anglo-holandesa Shell aderiram ao consórcio vencedor? Por que negar algo tão simples e óbvio?

A resposta veio de um ex-tucano (hoje aliado querido de Dilma), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes: "O discurso antiprivatista ainda resiste no Brasil de 2013, quando a gente vê pessoas fazendo questão de dizer que não estão privatizando ou negociando com o setor privado", afirmou ele na manhã seguinte ao discurso da aliada, misturando espanto, lamento e decepção.

Afinal, em mais de 20 anos a privatização já deu provas e provas de que mais enriquece a população do que empobrece o patrimônio público. Privatização e autonomia do Banco Central nasceram liberais e tornaram-se políticas universais.

Mas com espantosa insistência ela ainda é atacada, por oportunismo político de quem usa o argumento do falso nacionalismo para impressionar e comover os brios do sincero patriotismo dos brasileiros. Pura enganação.

O que os políticos defendem são seus interesses e privilégios, temem o desmanche de uma parcela do Estado que sempre usaram para trocar favores, comprar aliados, fazer caixa para suas campanhas eleitorais. Só alguns exemplos: os bancos estaduais, as elétricas estaduais, as siderúrgicas federais, a Rede Ferroviária Federal (a Valec pode seguir caminho igual) e muitas outras. Felizmente privatizadas.

A Vale privada ganhou em qualidade de gestão e passou a arrecadar para o Estado mais dinheiro em impostos do que em dividendos quando era estatal.

Não parece o caso da presidente Dilma. O combustível que a move é ideológico, mas de uma forma tão confusa e atrapalhada - porque contraditória (afinal, ela precisa do capital privado) - que mais tem prejudicado sua gestão do que satisfeito seu preconceito.

No leilão de Libra a presença de petroleiros nas ruas denunciando-a por ter "traído" o compromisso de não privatizar o pré-sal levou Dilma a recuar aos anos 70 e ignorar que aqueles ideais desmoronaram junto com o Muro de Berlim, e foi à telinha da TV responder, negar a "traição" e a privatização que seu governo acabara de fazer.

Seu argumento: não seria privatização porque 85% da renda de Libra irá para a Petrobrás e a União. Principal idealizadora do modelo de exploração do pré-sal, logo após o leilão Dilma repetiu duas vezes que não vai alterar nada, mesmo com Libra - o filé do filé do pré-sal - tendo atraído um único consórcio e vendido a maior reserva de petróleo do mundo pelo preço mínimo, sem nenhuma disputa.

Para garantir 85% da renda para o Estado não precisaria criar mais gasto público com uma nova estatal (a PPSA, que vai administrar o pré-sal) nem sacrificar a Petrobrás com a obrigatoriedade de bancar 30% de todos os poços, tampouco afastar o investidor desconfiado com frequentes interferências políticas do governo em estatais.

Para isso bastaria elevar taxas e impostos para valores equivalentes, manter o regime de partilha, mas tirar da Petrobrás o peso maior pelos investimentos. O efeito de gerar riqueza para aplicar na área social seria o mesmo.

Dilma precisa do capital privado para seu programa de investimentos em portos, aeroportos, ferrovias, rodovias, energia e petróleo. Se hoje a crise de confiança entre seu governo e empresários tem causado graves prejuízos e inibido investimentos, o que esperar de um discurso escancaradamente anti-privatista da própria presidente, levado a público em rede nacional de TV?

Há muito tempo a repressão é coisa nossa...

Por Carlos Molina

Com Black Bloc ou sem Black Bloc é só o Movimento Social querer retomar as ruas que o cassetete desce. Com eles enchendo o saco ou não em Pindorama a receita para a solução dos problema sociais a muito tempo é camburão, bombas de gás, cassetetes e tiros ...

O único agravante na ação deles é dar o discurso para a Polícia tentar justificar o que sempre fez de melhor, reprimir as constitucionais liberdades de organização, manifestação e expressão do Movimento Popular.

Antes destes trouxas inconsequentes surgirem a forte repressão já existia, eles não são a causa, não a inventaram. Só servem de desculpas para quem tem por principal função "manter o povo em seu devido lugar".

A "democracia" com profundas desigualdades sociais, e sem garantias democráticas de organização manifestação e expressão para que estas sejam superadas pela pressão da vontade popular, não é democracia, é ditadura.

Ameaça a democracia é o estado policial espancando petroleiros, professores, estudantes, índios, sem terras, etc..

Estes jovens, por mais equivocados que estejam, não são a causa do descontentamento popular, são sim a mera consequência de uma sociedade onde não se estimula outras formas de organização, e muito menos espaços para que o povo organizado canalize junto aos poderes as suas aspirações transformadas em legítimas reivindicações.

Os Black Blocs, que não são propriamente um movimento organizado, mas manifestações anárquicas, só ocuparam este espaço pelo fato do Movimento Social Organizado por causa da governabilidade (realpolitik) ter se atrelado ao parlamento burguês e refluído nas suas ações representativas nas ruas. Eles surgem no vácuo causado pela proposital desorganização social.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Jornal britânico diz que leilão de Libra foi ‘medíocre’

Em artigo, 'Financial Times' questiona o governo brasileiro por comemorar o resultado de um leilão que teve apenas um concorrente

Fernando Nakagawa, correspondente da Agência Estado

LONDRES - O resultado do leilão do pré-sal, realizado na última segunda-feira, 21, volta a ser destaque na imprensa europeia. Em artigo publicado na edição desta sexta-feira, 25, do Financial Times, o chefe da sucursal brasileira do jornal britânico, Joe Leahy, questiona o comportamento do governo brasileiro, que comemorou o resultado de um leilão que teve apenas um concorrente. "Algo está errado com a formulação das políticas no Brasil", diz o texto, que classifica o resultado da oferta como "medíocre". Sem disputa, Petrobrás venceu leilão de Libra com Shell, Total e duas chinesas.

Com o título "Por que políticos brasileiros enalteceram o leilão com um lance", a análise de Leahy diz que o "entusiasmo do governo com o leilão que não foi um leilão pode ter sido, em parte, para esconder sua decepção". "Mas a explicação mais preocupante é que o governo está realmente satisfeito com o leilão que não conseguiu atrair concorrência. O governo pode estar aliviado com o resultado medíocre", diz o texto. A explicação de Leahy está na cláusula da operação que exige um mínimo de "óleo lucro" para o governo.

"Como isso (a falta de concorrência) aconteceu, o consórcio vencedor ofereceu o mínimo de 41,6%. Mas, se houvesse muita concorrência, o número poderia ter sido maior. Isso pode ter prejudicado a Petrobrás, cujas finanças estão tão ''tensas'' que não poderiam oferecer algo mais generoso para o governo", diz o texto. O artigo compara esse conflito visto no leilão de Libra - desejo do governo de concorrência versus falta de fôlego financeiro da Petrobrás - com outros fenômenos conflitantes da economia brasileira.

"De fato, tais resultados são cada vez mais comuns com o governo fazendo malabarismos com tantos objetivos conflitantes. Ele está tentando reduzir a inflação enquanto enfraquece a taxa de câmbio. Está aumentando o gasto público enquanto aumenta as taxas de juros. E, na indústria do petróleo, tenta aumentar a participação do Estado ao mesmo tempo em que tenta atrair o setor privado. Até o governo já não parece tão certo sobre o que realmente está tentando conseguir", diz o texto.

Elogios pagos

Samsung multada por forjar elogios na internet
A multinacional Samsung foi multada em 750 mil reais por forjar elogios em fóruns na internet. A multa foi aplicada após investigações realizadas pela Comissão de Comércio Justo de Taiwan que concluíram que a empresa pagou pessoas para que escrevessem comentários favoráveis sobre a marca. Pior é que se provou que pessoas também eram contratadas para escreverem comentários negativos da concorrência.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Dilma privatizou Libra, sim

Por Carlos Tautz

Nada mais falso no Brasil dos últimos dias do que a afirmação de Dilma de que ela não teria privatizado o campo de Libra, no pré-sal brasileiro. Não adianta enrolar, presidenta.  A senhora vendeu, sim, e por um preço vil, aquele que pode ser o primeiro de vários campos bilionários de petróleo. Pode incluir esse crime de lesa-prátria no seu currículo e preparar-se para ser cobrada por ele nas eleições de 2014. O seu PT tem como tática eleitoral o discurso da defesa do patrimônio público e sempre acusou (aliás, com razão) os tucanos de serem privatistas, sabendo que a desestatização, em sua maioria, gerou produtos e serviços caros e de péssima qualidade.

Além disso, presidenta, a senhora sabia que o modelo de partilha, aplicado à Libra, desde pelo menos 2007 já não garantia a remuneração justa para o Brasil do petróleo a ser explorado na camada pré-sal, devido à quantidade e à facilidade de encontrar óleo nesta faixa.

“Quando o pré-sal foi confirmado (uma teoria de décadas, que só pôde ser comprovada com o avanço da geofísica e dos novos modelos computacionais, nos anos de 2004, 2005, 2006 e 2007 na Petrobras), o modelo de partilha foi superado, já ali”, explicou ao jornal Correio da Cidadania, o professor titular da USP e ex-diretor da Petrobras Ildo Sauer.

“São 15 bilhões (de barris) em Libra; 9 bilhões em Lula (antigo Tupi); 4 bilhões em Iara; 10 bilhões no campo de Carioca; 9 bilhões no campo de Franco; 2 bilhões em Guará; cerca de 5 bilhões nas áreas das chamadas baleias”, listou Sauer, que também aconselhou: melhor seria o governo contratar a Petrobrás, como prevê a lei 12.351/2010, a Lei da Partilha, para avaliar a totalidade das reservas, antes de começar a vendê-las.

“Há, no entanto, muitos geólogos e especialistas acreditando que o Brasil tem no mínimo 100 bilhões de barris, podendo chegar a 300 bilhões, o que seria a maior reserva do mundo”, lembra Sauer.

Presidenta, há anos, desde quando ocupava o Ministério de Minas e Energia (MME), a senhora sabe até onde podem chegar as reservas brasileiras, que carecem de muito mais pesquisa e planejamento estratégico antes de serem alienadas.

Mesmo assim, resolveu montar a operação de guerra que a senhora montou para garantir o leilão. Isso para não falar que há poucas semanas a imprensa noticiou a espionagem estadunidense justamente sobre o MME e a Petrobrás...

Prepare-se, Dilma: em 2014, a senhora não poderá mais levantar, como fez na campanha de 2010, a bandeira da defesa do patrimônio público, porque a jogou fora na segunda-feira.

Carlos Tautz, jornalista, é coordenador do Instituto Mais Democracia – Transparência e controle cidadão de governos e empresas.

Discurso de Dilma em Campo Maurão: a mulher tem problemas mentais sérios

Em discurso da presidente em Campo Mourão (PR), Dilma diz ter apreço pela fome de sua audiência e que criança gosta de dar problema de madrugada.

Dilma: "criança gosta de ter asma de madrugada, não em horário comercial"

Por Flávio Morgenstern

No site oficial do Planalto estão disponíveis os discursos da emérita presidente Dilma Rousseff. No final da tarde de sexta, a presidente esteve em Campo Mourão, no interior do Paraná, para entrega de máquinas para a  BR-158 e a BR-487.
Como não conseguimos entrevistar a presidente no empurra-empurra na saída, deixamos nossa tentativa de diálogo comentando o discurso abaixo.
Boa tarde. Eu gosto muito de aplausos, mas acho que vocês estão com a barriga vazia. Então, também eu tenho consideração e apreço pela fome de vocês todos.
Isso aí, Dilma. Admitir ter apreço pela fome dos outros é só para quem tem culhões de titânio. Coragem!
Queria dizer para vocês e iniciar cumprimentando aqui… Eu tenho muito prazer de estar aqui em Campo Mourão, portanto, eu queria cumprimentar, primeiro, todos os moradores e as moradoras aqui, de Campo Mourão.
A presidente sabe que está aqui, em Campo Mourão, e por isso vai cumprimentar quem está aqui, em Campo Mourão. Irrefutável.
E aí, eu tenho que iniciar cumprimentando aqui os nossos prefeitos, os prefeitos aqui e as prefeitas, porque eu vi muitas prefeitas, o que muito me orgulha ver que o Brasil crescentemente dá representação às mulheres. Porque é muito importante no nosso país que isso ocorra. Nós somos 50% da população, um pouquinho mais, não é, gente? E aí não tem… Eu vi aqui que teve, num primeiro momento, algum problema de dizer só as prefeitas? Não, as prefeitas, agora, os prefeitos não podem achar ruim, não, porque todo prefeito tem uma mãe, todo prefeito tem uma mãe e está todo mundo em casa.
Está todo mundo em casa. Cadê todo mundo?
Então queria primeiro dizer da importância que é o fato principalmente dos prefeitos e das prefeitas dos municípios de até 50 mil habitantes no Brasil, 50 mil habitantes. E nós sabemos que 90%, mais de 90% dos municípios têm até 50 mil habitantes no nosso país. Então, primeiro, eu cumprimento eles.
Fora existirem, qual é, afinal, a importância de haver prefeituras para cidades com menos de 50 mil habitantes? Não seria mais legal trocar, por, sei lá, um pesque-e-pague?
Depois eu queria cumprimentar, também, essa região, pela força aqui da agricultura.
Muito educado, senhora presidente! Nunca podemos ver um mapa-múndi sem cumprimentar cada país, então no nosso mapa devemos cumprimentar cada região sempre que ela aparece na nossa frente.
E fico muito feliz de estar aqui, também, discutindo tanto a infraestrutura, no que se refere a rodovias, quanto… porque armazenagem também é logística, armazenagem é uma questão estratégica para o nosso país.
Bravo, presidente! Será o anúncio extra-oficial da criação do Ministério dos Silos? Qualquer jogador de Command & Conquer sabe da importância deles.
Então eu queria aproveitar, cumprimentar vocês, iniciar cumprimentando o nosso governador do Paraná, o governador Beto Richa.
Mas quanta educação, sra. presidente! Não precisa de tanto, de verdade. Não precisa. Sério.
Cumprimentar o deputado, também do Paraná, o presidente em exercício da Câmara dos Deputados, André Vargas,
É sério, presidente, pode começar, já.
Queria cumprimentar os ministros: a ministra Gleisi Hoffmann, que é, de fato, falaram aqui que ela é minha mão direita. Ela é minha mão direita, minha mão esquerda, não é, Gleisi? É várias mãos.
Ô loco, sra. presidente.
Cumprimentar o nosso ministro dos Transportes, César Borges; cumprimentar o ministro também paranaense, o nosso querido Paulo Bernardo, das Comunicações; cumprimentar o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas.
Tá bom, presidente. Agora, sra. presidente, não pode fundir tanto ministro pra inaugurar trecho de obra de rodovia num ministério só? Sei lá, o ministério do Mão Na Massa. Dá até pra falar a sigla de boca fechada: MMNM. O que o seu, o meu, o “nosso querido” Paulo Bernardo tá fazendo aí em Campo Mourão, presidente, sendo ministro das Comunicações? Ainda mais sem comunicar nada, quietinho ali no fundo? Só por ser paranaense e marido da Gleisi?
Ô gente, pessoal dos Correios, outro dia eu fui pedir para não vaiarem uma governadora, e aí o jornal deu o seguinte: “Presidente Dilma é vaiada quando tenta não deixar vaiar uma governadora”. Então, estou pedindo aqui para vocês, vou tentar impedir que vocês não vaiem o Paulo Bernardo. Então, vocês não me vaiem não, heim? Sabem por que eu estou pedindo, gente? Eu sei que a vaia é uma manifestação, mas estou pedindo porque nós estamos aqui num momento de… Não, nós estamos num momento de confraternização. Eu entendo e acho legítimo o pleito de vocês. Nós vivemos numa democracia, todo mundo tem direito, no nosso país, de pleitear, reivindicar, debater, discutir, não estou tirando a razão de ninguém. Mas, um abraço para todos vocês.
Pô, presidente, pedindo com tanto carinho assim, não tem como resistir e não vaiar. Toma um abraço aí pra todos vocês do governo também, presidente.
Queria também cumprimentar a secretária de Comunicação Social, a ministra que é chefe da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas,
Presidente, é sério, já rolamos duas páginas pra baixo, pode parar de cumprimentar gente.
Dar um abraço à prefeita de Campo Mourão, Regina do Vale. E cumprimentar também seu marido, Laércio do Vale. Vale, não é?
Hahaha! Muito engraçado, sra. presidente. Vale, não é? Hahaha! Vale! Pegou? Haha.
Queria também cumprimentar a (…) Queria cumprimentar o (…) Cumprimentar o (…) Cumprimentar a todos os (…) Cumprimentar o (…) Cumprimentar os senhores e as senhoras (…)
Eu queria também dizer para a Regina que eu gostaria muito – viu, Regina? – de voltar aqui em algum momento e comer um carneiro no buraco. Nesse momento do dia, eu acho que todos nós sonhamos com um carneiro no buraco.
Então, Regina, eu não sei bem do que presidente está falando, mas acredite, a presidente achou errado quando falou do sonho de todos nós. Em uma rápida pesquisa de opinião entre meus cupinchas, descobri que há mais sonhos envolvendo a Olivia Wilde do que carneiros no buraco.
Eu queria iniciar dizendo para vocês o seguinte:
Presidente, poderia ter iniciado lá em cima, chuchu. Sério.
Um dos prefeitos, ou alguns dos prefeitos me disseram uma coisa que a mim toca muito, que é o fato que muitas vezes as pequenas prefeituras não têm a atenção que merecem ter.
Presidente, até entendo sua preocupação, mas você vai mesmo atender cada município com prefeitura? Tomar um cafézinho com cada um? Não é mais fácil mandar um cartão com felicitações gerais, assim, “oi, todos os prefeitos”, igual aquele clássico “oi, internautas”?
Por isso nós… eu quero começar explicando por que nós fizemos esse programa do kit. O kit motoniveladora, retroescavadeira e caminhão-caçamba.
Presidente, é sério, pode começar, a gente tá esperando desde o começo.
Tem município que tem mil quilômetros de estrada vicinal linear, tem município que tem 500 quilômetros. Isso significa que por ali, por essas estradas, elas são verdadeiras veias de alimentação do organismo econômico.
Mas que metáfora, presidente.
Por isso que o governo federal resolveu fazer isso através de doação. Nós estamos doando, passando, como se diz, com papel assinado, esses equipamentos, porque achamos que muitos, também me disseram aqui e em outros lugares do país, que os equipamentos estavam sucateados.
Mas que belo, Dilma! Então a senhora está DOANDO. Aposto que tirou tudo do seu próprio bolso e está aí, DOANDO seu rico dinheirinho para a população, não é? Certeza de que não aumentou imposto, não pegou nada de ninguém para dar para outrém. Adoro ver doação, presidente. Toca meu coração, muito melhor que esse modelo falido de cobrar imposto dos outros e dizer que está fazendo algo pelo social.
Na verdade, nós estamos fazendo um esforço para fornecer, para o Brasil inteiro – são 5.061 municípios, 5.061 municípios no Brasil inteiro, mais ou menos 90% de todos os municípios.
Imagine, presidente, a conta da senhora está muito humilde. 5.061 municípios de 5.061 municípios dá mesmo é 100% de todos os municípios (prova dos nove tirada).
E por que é que tinham que ser fábricas que produzem aqui no Brasil? Porque um programa desses, que é feito com recursos que nós cobramos dos contribuintes, nós temos que sempre olhar como é que devolvemos para o contribuinte a melhor e o melhor efeito e condição.
Mas, presidente, e aquele papo brother de “doação”? Era tudo “doação imposta”, assim? :(
A demanda é de vocês, agora, ganha também a cidade porque vai ganhar em melhoria do emprego e aumento da produção.
Presidente, não era mais fácil pra aumentar a produção não tungar tudo o que produzem em imposto? Assim, vocês param de tomar dinheiro do “contribuiente”, ele fica mais rico e a produção fica com ele. Não é uma idéia bem “social”?
Quero também lembrar a vocês uma outra questão relativa a todos os municípios, que é a questão do Mais Médicos. O Mais Médicos, eu sempre escuto os prefeitos. Por que é que eu escuto os prefeitos? Porque é lá que está a população do país, ninguém mora na União, ninguém mora… “Onde você mora?” “Ah, eu moro no Federal.” Não tem isso, você mora no município, porque mora na cidade. Então escuto os prefeitos porque lá está a fala da população.
Mas que ouvinte a senhora é, presidente! E olha que agora há pouco a senhora estava tão educada que até chegou a “cumprimentar a região”, agora está sabendo que as pessoas “moram no município, porque mora na cidade”. E olha que você está elogiando justamente a população rural, que mora no município sem morar na cidade!
E eu queria dizer que uma das maiores reclamações, reivindicações, análises que eu escutei dos prefeitos, era falta de médico, a falta de médico. De outro lado, os governadores também falam a mesma coisa, os senhores governadores também, de outro lado, o Ministério da Saúde também fala a mesma coisa. De outro lado, se você olhar as pesquisas, o que é que as pesquisas dizem? Ah, as pesquisas dizem o seguinte: o que é que a população quer? melhor saúde. E o que é que ela diz que é um problema para ela? “Eu quero que haja um atendimento médico para mim”, é isso que a pessoa responde. (…) Eu estou falando de pesquisas específicas de Saúde, não estou falando de pesquisa política. Específica de Saúde, contratadas por todos os órgãos que fazem análises sobre isso.
As pesquisas de saúde garantem que as pessoas querem melhor saúde. Irrefutável, presidente! Não sei por que perdemos tanto tempo discutindo positivismo, fenomenologia, pragmatismo ou estruturalismo com uma fonte de sabedoria tão pujante na nossa cara!
Então, nós criamos o Mais Médicos para: Como? Fazer o quê? Por quê? São as perguntas. Quando?
Só faltou “onde” e “quem”.
Mas, também, não olhamos com nenhum preconceito médico formado fora do Brasil. Ah, por que é que não olhamos? É porque nós, nós inventamos isso? Não.
Que susto, Dilma. Por um momento, quase acreditei que o Brasil tinha inventado o estrangeiro. Ainda bem que eu estava errado. Ainda mais depois de descobrir que tudo foi inventado em 2002.
Hoje eu quero aqui explicar que nós vamos distribuí-los de acordo com o seguinte: população. Por que população? Porque nós queremos que a maior quantidade de pessoas seja atendida, daí o critério população. Quanto mais população, mais carência de médico, é ou não é?
Éééééé, presidente!
Segundo critério: pobreza. Nós somos um país que tem que focar na questão da pobreza, sim. Por isso, o outro critério é pobreza, porque a pobreza, ela não está em um lugar só do Brasil. O Brasil é um país que não tem a pobreza… que você fala, “olha, ela se localiza ali”, “ela se localiza lá”. Não, ela é bastante espalhada, e é… ela é territorialmente localizada, se a gente considerar o percentual, mas todo estado da Federação tem seus núcleos mais pobres.
Nada mal para quem cumprimenta região e depois diz que não se mora na União, mas na cidade, presidente.
Nós sabemos o que é uma mãe, e criança geralmente gosta de ter asma de madrugada, ou bronquite ou qualquer coisa, não é no horário comercial, criança tem… dá problema é de madrugada.
Mas criança é mesmo uma peste, né, presidente?
Mas voltando à questão das pequenas prefeituras, dos municípios. Eu acredito que esse programa das retroescavadeiras é um programa de independência desses municípios.
Mas que mudança de tom, presidente! De uma criança pentelhando só porque tem esse prazer diabólico em ter asma, bronquite ou qualquer coisa fora do horário da novela pra uma retroescavadeira, que garantirá independência aos municípios!
Queria também falar que junto com essa estrutura, como o ministro Pepe disse, por onde passa um caminhão com a safra, passa, eu gostaria de falar do ônibus escolar, passa o ônibus escolar. Por que é que eu falo primeiro do ônibus escolar? Porque eu acho que esteja… seja, seja urbano ou rural, seja agricultura, indústria ou serviços, nosso país só será um grande país se nós formos capazes de mudar a qualidade da educação no nosso país.
Sabe o que mais passa onde passa caminhão, presidente? Isso mesmo: frango. Aliás, sabe por que a galinha atravessou a rodovia?
Agora nós temos dinheiro e é por isso que é passaporte para o futuro. (…) Por isso que é importantíssimo para os prefeitos, para nós, do governo federal, e para o governador, esse programa de royalties e Fundo Social do Petróleo. O petróleo um dia acaba. Se nós mudarmos a qualidade da educação do Brasil, os brasileiros e as brasileiras, os brasileirinhos e as brasileirinhas, pelas creches que nós estamos fazendo, e pelo fato de nós termos que dar muita importância para a professora que alfabetiza as crianças. Isso é o nosso futuro, e nós temos quee agarrar isso com as duas mãos.
Pede ajuda pra Gleisi, presidente!
Ninguém vai poder ficar fazendo aquela… porque tem hora que tem isso. O cara faz demagogia, o cara ou a cara. Faz demagogia, diz “ah, eu tenho que melhorar o salário”, agora, não diz de onde a gente tira o dinheiro. Desse jeito, não, nós sabemos de onde está saindo esse dinheiro. Esse dinheiro é carimbado. Esse dinheiro é para a nossa… nós gastarmos com isso, com educação. As crianças deste país, aos oito anos, elas têm que saber português, interpretar um texto simplinho, saber escrever um texto simples, ler um texto simples, têm que saber as quatro operações aritméticas elementares.
É verdade, tem muita gente no país precisando saber escrever um texto simples, presidente.
E eu quero dizer também para os prefeitos e as prefeitas aqui presentes que é muito importante um programa do governo federal chamado Pronatec, Pronatec. A parte – e eu estou me referindo aqui a duas partes: à parte que é o chamado Pronatec Bolsa Família, ou melhor, Pronatec Brasil sem Miséria, e à parte chamada Pronatec capacitação profissional.
Agora o texto ficou muito complicado, presidente. Repete.
 Esse beneficiário do Minha Casa, Minha Vida pega esse cartão, que é de cinco mil reais e tem direito, durante um ano, de comprar, com juro subsidiado e prestações que duram cinco anos, tem direito de comprar o quê? Fogão, geladeira, televisão de plasma, e para nós, mulheres, uma máquina de lavar automática. Não é tanquinho, é máquina de lavar automática. Tira a mulher do tanque. E eu estou de olho no tanque, viu, meninas?
Presidente, a sra. já ouviu a opinião da Lola Aronovich e do movimento feminista sobre essa última passagem?
Estou falando isso porque muitos de vocês… tem gente do Minha Casa, Minha Vida, então tem que ajudar a gente a divulgar o programa, avisar para a pessoa “olha, você tem direito a isso”. Se você não tem colchão, você pode comprar colchão. Ele não precisa comprar tudo, pode comprar o que ele quiser e tem um ano, pode comprar devagar, tem um ano para escolher.
Ah, é verdade. Eu não preciso comprar um colchão agora, posso esperar mais um pouco, presidente.
Finalmente, eu quero, antes de encerrar porque todo mundo está com fome, eu quero falar sobre esse programa… sobre três coisas. Primeiro, eu tentarei voltar aqui, lá em Maringá, para o Contorno Norte de Maringá, em novembro. Eu acho importantíssimo a gente fazer a Boiadeira. Darei o meu maior empenho, ficarei sempre disponível para que nós superemos todos os entraves que eventualmente possam ocorrer. E, terceiro, eu acredito que o Programa de Armazenagem é um dos programas mais importantes do meu governo.
Olha, presidente, também parece importante frisar o negócio sobre precisar saber operação aritmética. Por exemplo, depois do “primeiro” vem o “segundo”.
 Eu incomodo todo santo dia o Osmar. Cadê o Osmar? Todo santo dia eu incomodo o Osmar, e todo santo dia ele me incomoda também. Então nós nos incomodamos por um objetivo muito bom, não é, Osmar? Nós queremos gastar, nós queremos… porque tem gente que não quer. O governo federal quer, nós queremos gastar, todos os anos, R$ 5 bilhões.
Na real, presidente, eu quero que você gaste o quanto quiser, desde que não seja do meudinheiro, né? Esse negócio de gastar dinheiro dos outros é fácil, difícil é controlar o cartão de crédito que não é nosso.
É um dinheiro baratíssimo.
R$ 5 bilhões, presidente? Sua conta tá assim, já? Agora explica como é isso de “dinheiro caro” e “dinheiro barato”, se todos custam… dinheiro.
Um país que, esse ano, tudo indica, será o maior produtor de soja do mundo, por quê? Porque nós fizemos por onde, e os outros tiveram um certo azar climático.
Que modéstia, presidente.
Nós somos capazes, este país é um país de gente gigante, gigante não na sua estatura física, gigante no seu esforço, na sua capacidade de trabalho e na estatura moral.
Um beijo e um abraço a todos vocês.
Um beijo gigante pra minha mãe, pro meu pai e pra você também, presidente.

Gasolina vai subir de novo

Após privatização do petróleo Dilma aumentará preço da gasolina


Vem ai mais um aumento no preço da gasolina. Os combustíveis deverão subir de 5% a 7% nas refinarias e o aumento é sugerido pela própria equipe econômica. Ao privatizar o campo de Libra o Brasil deverá depositar R$ 6 bilhões para deter 40% do consórcio, dinheiro que a Petrobras, quase falida, não tem. Os preços dos combustíveis no Brasil, controlados artificialmente, estão defasados em 30%. A inflação de 5,86% no acumulado do ano, portanto, não é real, considerando que além do preço manipulado dos combustíveis, energia e transporte público são subsidiados pelo governo por conta dos protestos recentes.

Guido Mantega, o ministro que virou piada internacional, diz que pensa em fazer um empréstimo para levantar esse dinheiro que ele aposta que a Petrobras tem, mas não deve usar para não atrapalhar as outras contas a pagar.

A Petrobras tem uma dívida impagável de US$ 7,5 bilhões. De dólares. O afundamento da Petrobras decorre do uso político pelos governos do PT, na vã tentativa de conter a inflação manipulando os preços dos combustíveis.

Greves em todo país por reajuste de salários, inflação alta, índice de crescimento baixo, dólar alto e corrupção desenfreada é o quadro dramático que o Brasil vive nos dias de hoje.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Novo vírus imita e-mail do Facebook

E-mail com mensagem de voz no Facebook é vírus

Se você recebeu um e-mail dizendo que tem uma mensagem de voz do Facebook, não abra. É vírus e, se aberta, invadira seu computador e, além de roubar seus dados, espalhará para a lista de seus contatos. O padrão gráfico é igual ao das mensagens do Facebook. Se você passar o mouse sobre o endereço alvo ficará em dúvida porque é o mesmo para acessar a rede.

Os arquivos infectados tem a extensão "clp" e se instalam no Windows System 32 podendo provocar danos no sistema operacional necessitando formatar o computador.

surgimento desse novo vírus ocorre no momento que o Facebook libera aos usuários dos sistemas iOS e Android um aplicativo que dá a possibilidade de gravar e enviar mensagens de voz, por celular, usando a rede social e não a operadora de telefonia, um recurso útil e aprovado por quem gosta de enviar mensagens multimídia instantâneas. O tempo é limitado em um minuto e, após gravada, é enviada imediatamente ao destinatário.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

"...vou cantar-te nos meus versos"

"Chico Buarque dando entrevista, poeta que não é"
Blog do Carlos Brickman

Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. E ambas não se misturam. Chico Buarque de Holanda falou mais de uma besteira na polêmica sobre biografias -inclusive negando ter dado uma entrevista que foi gravada e filmada. Mas não é por isso que deve ser desqualificado. É um dos maiores letristas brasileiros.

A música de suas canções não é tão boa quanto a letra, mas assim mesmo é de ótima qualidade. Como cantor, é aceitável. Como escritor, é chato. E, quando fala de política, é velho. Mas querer que o compositor de A Banda e de Atrás da Porta atinja nível igual quando fala de política, é pedir demais.

É o mesmo que achar que Pelé, só por ser Pelé, tem de ser um grande compositor. Pelé até acha "o Édson" um bom compositor, como Chico Buarque se acha um bom jogador de futebol (tanto que é titular no time de que é dono, o Polytheama). Pelé, calado, disse Romário, é um poeta; Chico, dando entrevista, poeta é que não é.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Festival de besteiras que assola a Dilma: de novo, um show de imbecilidades

Dilma deve ter confusão mental.
De novo um discurso de improviso de Dilma Rousseff torna-se alvo de piada nas redes sociais. Ela não consegue formar uma frase com algum sentido lógico. Quando lê mal consegue passar a mensagem tamanha a confusão que faz com as palavras. Se Lula é um analfabeto com as palavras Dilma demonstra que deve ter problemas mentais. 

Falando em Porto Alegre ela referiu-se ao Dia das Crianças, num improviso, e seu mérito confuso tornou-se alvo de gozações nas redes sociais. Leia as besteiras - transcritas, inclusive - ditas pela imbecilóide.

"Eu, primeiro, queria dirigir um cumprimento aqui aos nossos prefeitos e às nossas prefeitas, e dizer que muito me honra a presença deles aqui hoje. E, em especial, uma vez que eu estou aqui nesta cidade tão querida que é Porto Alegre, cumprimentar o nosso prefeito Fortunati e a querida, a primeira-dama Regina Becker.

Principalmente porque, se hoje é o Dia das Crianças, ontem eu disse que criança... o dia da criança é dia da mãe, do pai e das professoras, mas também é o dia dos animais. Sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás, o que é algo muito importante".

Percebe-se que ela tem todos os parafusos, mas estão todos frouxos, podem apostar.

sábado, 12 de outubro de 2013

Gravação mostra PCC pedindo voto para José Genoino

11/10/2013 às 15:06
 
PCC mantém ativa ordem para matar Alckmin; leia e ouça diálogo em que o PCC mandou votar no PT
Para ouvir a gravação, clique aqui. 

O PCC tem seus afetos e seus desafetos. Do governador Geraldo Alckmin, por exemplo, o partido do crime não gosta. E agora fica claro que a organização mantém ativa a ordem de matar o governador. E já mandou, em 2006, que seus aliados votassem no PT, mais especificamente em José Genoino. Leiam o que vai no Estadão Online. Volto depois.

Por Marcelo Godoy:

O Primeiro Comando da Capital (PCC) decretou a morte do governador Geraldo Alckmin. Interceptações telefônicas mostram que pelo menos desde 2011 a facção planeja matar o governador de São Paulo. O Estado teve acesso ao áudio de uma interceptação telefônica na qual um dos líderes do PCC, o preso Luis Henrique Fernandes, o LH, conversa com dois outros integrantes da facção. O primeiro seria Rodrigo Felício, o Tiquinho, e o segundo era o integrantes da cúpula do PCC, Fabiano Alves de Sousa, o Paca.

A conversa ocorreu no dia 11 de agosto de 2011, às 22h37. Paca questiona os comparsas sobre o que deveriam fazer. Em seguida, manda seus comparsas arrumarem “uns irmãos que não são pedidos (que não são procurados pela polícia) e treinar”. O treinamento para a ação seria para fazer um resgate de presos ou para atacar autoridades.

No meio da conversa, surge a revelação. LH diz que o tráfico de drogas mantido pela facção está passando por dificuldades. E diz: “Depois que esse governador (Alckmin) entrou aí o bagulho ficou doido mesmo. Você sabe de tudo o que aconteceu, cara, na época que ‘nois’ decretou ele (governador), então, hoje em dia, Secretário de Segurança Pública, Secretário de Administração, Comandante dos vermes (PM), estão todos contra ‘nois’.” Em escutas recentes, a ordem de matar o governador foi novamente mencionada por membros do PCC.

Reinaldo Azevedo
VOLTEI

Agora vamos ver o dia em que o PCC mandou votar no PT. José Genoino, então candidato ao governo de São Paulo, recorreu à Justiça para tentar tirar do ar o texto que vai abaixo, publicados por VEJA na edição de 16 de agosto de 2006 e reproduzidos na VEJA.com. Na campanha eleitoral de 2006, o PSDB não levou ao horário eleitoral gratuito as gravações. Bem, é dispensável dizer que eu as teria levado, sim! Afinal, Lula acusava o governo de São Paulo de não cuidar direito da segurança pública. E que se lembre: 2006 foi o ano em que o PCC praticou atentados terroristas em São Paulo.

Desde o primeiro ataque massivo do PCC em São Paulo, espalhou-se a notícia da existência de gravações telefônicas que revelariam uma suposta ligação da máfia dos presídios com políticos do PT. VEJA teve acesso a uma série de diálogos entre membros da organização criminosa, interceptados pela polícia, contendo referências ao PT e ao PSDB. Neles, fica evidente a simpatia do PCC pelo PT, bem como a aversão da organização pelo PSDB (foi na gestão tucana, em 2003, que o estado de São Paulo implantou em alguns presídios o temido RDD – Regime Disciplinar Diferenciado, que prevê isolamento rigoroso e é odiado pelos detentos). Nenhuma das conversas às quais VEJA teve acesso, no entanto, comprova a existência de elo entre o PT e o PCC.

“É XEQUE-MATE, SEM MASSAGEM”
 
Conversa entre dois integrantes não identificados do PCC interceptada às vésperas de um dos ataques em São Paulo.

A: A chapa esquentou pra nóis, hein, irmão.
B: Por quê?
A: Olha o salve do dia aqui. Geral aqui, que eu acabei de pegar com o Cara Branca: “Todos aqueles que são civil, funcionário e diretores e do partido PSDB: xeque-mate, sem massagem. E todos os irmãos que se (incompreensível) será cobrado com a vida. Salve geral, dia 12/6?. Peguei ele meio-dia.
B: Fé em Deus. Você tá aí na quebrada, irmão?
A: Tô aqui na quebrada. Vem pra cá que nós vamos puxar esse bando. Eu vou arrumar um menino bom pra nóis derrubar esse baguio aí, tio.
B: Então, é o seguinte, irmão: vou ver se dá pra mim ir hoje praí.
A: Então, se não der, arruma umas ferramentas (armas) aí. Nem que seja uns oitão. Pra gente juntar o baguio aí e sair no bonde aí.
B: Tá. Firmeza

“É PRA ELEGER O GENOINO”
 
Maria de Carvalho Felício, a “Petronília”, então mulher de José Márcio Felício, ex-líder do PCC, transmite ao preso José Sérgio dos Santos, a quem chama de “Shel”, orientação repassada por um líder da organização sobre as eleições de 2002.

Maria de Carvalho Felício: Ele mandou uma missão pro Zildo (piloto-geral de Ribeirão Preto). Vamos ver se o Zildo é capaz de cumprir.
José Sérgio dos Santos: Tá bom. Você quer passar pra mim ou dou particularmente pra ele?
Maria: Não, não. Ele quer festa (ataques) até a eleição. E é pra eleger o Genoíno. E, ser for o caso, ele vai pedir pro pessoal mandar as famílias não irem nas visitas pra votar, entendeu? Ele falou que um dia sem visita não mata ninguém. Ele falou: “Fica todo mundo sem visita no dia da eleição pra todo mundo votar pro Genoíno”.
Santos: Não, mas isso… Acho que todo mundo… A maioria das mulher de preso… Vai votar no Al? Nunca.
Maria: Então, é pra pedir isso. Se, por exemplo, a mulher vai, daí a mãe, a irmã tudo vota pro Genoíno. Se só a mulher que vota, então essa mulher não vai na visita e vota no Genoíno. É pra todo mundo ficar nessa sintonia: Genoíno.
Santos: E é dali que vem, né?
Maria: Isso. É o (incompreensível)
Santos: Tá bom.
Maria: Tá bom, então?
Santos: Tô deixando assim um boa-tarde aí. Se cuida agora. Vai descansar.

Arremato
Por que o PCC quer matar Alckmin e manda votar em petistas? Os bandidos devem ter seus motivos. Abaixo, segue o link em que vocês podem ouvir as gravações. Peço moderação nos comentários.
Por Reinaldo Azevedo

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Direito do consumidor: cancelar serviços será automático

Toda vez que você quer cancelar um serviço de telefonia móvel ou fixa, internet ou tv por assinatura você passa por uma drama: ligar e falar com atendentes da empresas. Quando você imagina estar encerrando um problema que se arrasta há semanas, cai a linha e você tem que recomeçar a saga.

A partir do ano que vem o cancelamento independe de você falar com as atendentes. Bastará comunicar eletronicamente o cancelamento dos serviços e pronto. O regulamento deve ser aprovado ainda neste mês e as empresas terão 90 a 120 dias para se adequarem ao sistema. A alteração deve entrar em vigor em fevereiro. O cliente, pela internet ou telefone, poderá suspender os serviços automaticamente. A chamada venda casada será alvo de fiscalização mais rigorosa.

Brasil terá menor crescimento entre emergentes


Projeção do PIB brasileiro em 2014 foi reduzido para 2,5%

Entre os chamados países emergentes o Brasil terá o menor crescimento econômico, segundo analistas do Fundo Monetário Internacional. A Índia deverá crescer 3,8% neste ano e 5,1% em 2014. A Rússia, no próximo ano, deve ter um PIB em torno de 3% e a África do Sul pode crescer 2,9% no ano que vem. O fundo reduziu o crescimento brasileiro para 2014 para 2,5% - era de 3,2% - e manteve a projeção para este ano em 2,5%. Basicamente a falta de crescimento no Brasil é decorrente da infra-estrutura débil resultado dos baixos investimentos inclusive da iniciativa privada, dólar alto e inflação crescente.

O crescimento da China deve cair em 2014, de 7,7% para 7,3%. Neste ano o PIB chines deve chegar a 7,8%. O FMI alerta que a inflação alta pesara no desempenho do varejo. O governo diz que a inflação acumulada no ano é de 5,8% mas o índice deve ser muito maior se considerar que os preços da gasolina, energia e transportes urbanos são controlados artificialmente. O preço do combustível está defasado em 30%. A inflação este ano deve bater na casa dos 7%.

Hoje a taxa de juros subiu para 9,5%.

sábado, 5 de outubro de 2013

Dilma, além de incompetente, é bem limitada

REVISTA VEJA

O que diz no vídeo de 28 segundos garantiria a Dilma Rousseff um rotundo zero (com louvor) em provas de português e matemática para crianças de 12 anos. Segue-se a transcrição literal da fala já com vaga assegurada no Museu da Era da Mediocridade.

“Em Portugal, daonde eu… aonde eu cab… ac … di onde eu acabei de vir, o desemprego béra 20 por cento. Ou seja: um em cada quatro portugueses estão desempregados. E eles vêm dizê qui o Brasil é um país em situação difícil”.

A presidente deveria ser obrigada a escrever 500 vezes no quadro negro o seguinte:

“Em Portugal, de onde acabei de vir, o desemprego beira 20 por cento. Ou seja, um em cada cinco integrantes da população economicamente ativa está desempregado”.

Mesmo que estivesse voando em céu de brigadeiro, qualquer país governado por quem diz coisas assim tem o dever de considerar-se em situação de altíssimo risco.