sábado, 23 de fevereiro de 2013

¿Por qué los dictadores temen Yoani?


- Tentam me calar porque divulgo a Cuba real.

É assim que a Revista Veja manchetou sua entrevista com Yoani Sanches, a blogueira cubana que denuncia a ditadura em seu país. Presa e torturada várias vezes, Yoani não cedeu e continuou sua luta de denúncias contra um regime totalitarista que não respeita liberdades. Em 2012 foram mais de seis mil e seiscentas prisões arbitrárias de dissidentes. Para viajar ao exterior só com autorização do governo. Antes, nem isso. Era proibido sair. E os que tentavam fugir pelo mar eram presos e fuzilados. Cuba mantém presos de consciência e muitos morreram no "paredon" sob ordens de um grande assassino chamado Che Guevara, um guerrilheiro de competência duvidosa e conhecido pelo mal cheiro. Seu apelido era rim cozido.

Jornal, só um, o oficial Granma, jornaleco do Partido Comunista. Tal e qual a televisão que Fidel discursa durante seis horas intermináveis nas comemorações oficiais da revolução. Agora o povo cubano tem outra opção para audiência de TV: o canal da Venezuela até então comandada pelo falecido Hugo Chavez. Os celulares somente agora estão chegando ao país. 

O sistema de saúde cubano está falido. Os pacientes tem que levar as roupas de cama, toalhas, desinfetantes, além de esparadrapos, algodão e linhas de sutura . E, para serem atendidos, os cubanos pagam "agrados" aos médicos cujos salários não passam de equivalentes US$ 25 mensais. Nos poucos hospitais falta tudo, até água corrente. Banho e escovação de dentes as vezes são feitos com água de recipientes levados aos hospitais. Quatro hospitais com melhores condições atendem estrangeiros ou cubanos casados com estrangeiros, militares e políticos em geral.

Em troca de 100 mil barris diários de petróleo Cuba manda para a Venezuela 30 mil médicos e dentistas. E, para fugir das péssimas condições de trabalho na ilha, muitos fogem para os Estados Unidos. De 2 mil que pediram visto americano, desde 2006, 500 vieram da Venezuela.

Para sobreviver em Cuba os trabalhadores roubam das fábricas, todas estatais, como a de charuto cubano vendidos pelas ruas e praças concorrendo com o produto estatal. Quem se opuser ao regime é tratado como traidor da revolução.

Yoani Sanches, recebida com protestos por meia dúzia de jovens controlados pelo PT e pela embaixada da Cuba no Brasil, sugere algo simples aos baderneiros: que morem em Cuba para conhecer a “realidade de um mercado racionado, dualidade monetária, falta de liberdade e impossibilidade de se manifestar na rua”.

Um "agrado" ao médico para garantir atendimento rápido
Médicos ganham US$ 60 por mês

A dissidente cubana disse que não se amedrontou com as provocações porque já conhece os métodos em Cuba: coação e difamação. Pior que isso: já esteve presa e foi torturada"Cuba não vive um comunismo, mas um capitalismo de estado. Recomendaria que cada um deles morasse um tempo em Cuba para viver na pele a realidade de um mercado racionado, dualidade monetária, falta de liberdade, impossibilidade de se manifestar na rua. Depois desse tempo, duvido que continuem a defender o governo cubano. Tentam me calar porque divulgo uma Cuba menos parecida com o discurso político e mais parecida com a rua. Uma Cuba real" diz Yoana. 

Ela conta que as pessoas escondem suas opiniões com medo de represálias, jovens querem imigrar por falta de expectativa, o estado controla tudo e os trabalhadores roubam das fábricas do governo para sobreviver. Aposentado ganha 15 dólares conversíveis e, por isso, é comum vê-los vendendo cigarros na rua. 

Tudo em Cuba é racionado. Mas todos tem direito a uma cota de alimentos com preços subvencionados pelo governo que dá para duas semanas. No resto do mês se socorrem ao salário de 20 dólares em média, cerca de R$ 40. Considere que um litro de leite em Cuba custa R$ 3,60. Para sobreviver, roubam das fábricas do estado para vender no mercado negro, exercem atividades ilegais - como dirigir táxis - ou se prostituem. Segundo Yoani, Cuba hoje depende dos dólares enviados pelos cubanos que conseguiram fugir.

Uma coisa chateia Yoana: os jovens cubanos se fascinam pelos americanos que eles chamam de "yuma", uma expressão não pejorativa. 

Falta tudo nos hospitais cubanos, até água corrente
Cada paciente leva lençóis, desinfetantes, agulhas, linhas de sutura
Banheiros imundos e sem água corrente. A higiene em muitos hospitais é feito com água levada pelo próprio paciente.
A "revolucion" foi o caminho para a ditadura
Cotidiano em Cuba
Muita propaganda e nenhum resultado: o ídolo Che Guevara foi um guerrilheiro de competência duvidosa
Aposentados ganham 15 dólares conversíveis por mês

Shopping cubano

Fidel Castro: o herói na derrubada de Fulgêncio e ditador assassino quando assumiu o poder

Apenas 4 hospitais em melhores condições para atender estrangeiros, cubanos casados com estrangeiros, militares e políticos