terça-feira, 14 de outubro de 2014

Dilma fracassou, diz Ives Gandra Martins


Ives Gandra Martins: Minhas irritações com a presidente

Em 16 de março de 2011, publiquei nesta Folha um artigo em que apoiava a presidente Dilma e seu vice, Michel Temer –meu confrade em duas Academias e companheiro de conferências universitárias–, pelas ideias apresentadas para o combate à corrupção e a promoção do desenvolvimento nacional.

Como mero cidadão, não ligado a qualquer partido ou governo, tenho, quase quatro anos depois, o direito de expressar minha irritação com o fracasso de seu governo e com as afirmações não verdadeiras de que o Brasil economicamente é uma maravilha e que seu governo é o paladino da luta contra a corrupção.

Começo pela corrupção. Não é verdade que, graças a ela, os oito anos de assalto à maior empresa do Brasil, estão sendo rigorosamente investigados. Se quisesse mesmo fazê-lo, teria apoiado a CPI para apurar os fantásticos desvios, no Congresso Nacional.

A investigação se deve à independência e à qualidade da Polícia e do Ministério Público federais que agem com autonomia e não prestam vênia aos detentores do poder. Nem é verdade que demitiu o principal diretor envolvido. Este, ao pedir demissão, recebeu alcandorados elogios pelos serviços prestados!

Por outro lado, não é verdade que a economia vai bem. Vai muito mal. Os recordes sucessivos de baixo crescimento, culminando, em 2014, com um PIB previsto em 0,3% pelo FMI, demonstram que seu ministro da Fazenda especializou-se em nunca acertar prognósticos.

Acrescente-se que também não é verdade que controla a inflação, pois, se o PIB baixo decorresse de austeridade fiscal, estaria ela sob controle. O teto das metas, arranhado permanentemente, demonstra que a presidente gerou um baixo PIB e alta inflação.

Adotando a pior das formas de seu controle, que é o congelamento de tarifas, afetou a Petrobras e a Eletrobras, fragilizando o setor energético, além de destruir a indústria de etanol, sem perceber que desde Hamurabi (em torno de 1700 a.C.) e Diocleciano (301 d.C.) o controle de preços, que fere as leis da economia de mercado, fracassou, como se vê nas economias argentina e venezuelana, que estão em frangalhos.

O mais curioso é que o Plano Real, que tanto foi combatido por Lula e pelo PT, é o que ainda dá alguma sustentação à Presidência.

Em matéria de comércio internacional, os governos anteriores aos atuais conseguiram expressivos saldos na balança comercial, que foram eliminados pela presidente Dilma. Apenas com artimanhas de falsas exportações é que conseguiu obter inexpressivos saldos. O "superavit primário" nem vale a pena falar, pois os truques contábeis são tantos, que, se qualquer empresa privada os fizesse, teria autos de infração elevadíssimos.

Seu principal eleitor (o programa Bolsa Família) consome apenas 3% da receita tributária. Os 97% restantes são desperdiçados entre 22 mil cargos comissionados, 39 ministérios, obras superfaturadas, na visão do Tribunal de Contas da União, e incompletas.

Tenho, pois, como cidadão que elogiou Sua Senhoria, no início –para mim Sua Excelência é o cidadão, a quem a presidente deve servir–, o direito de, no fim de seu governo, mostrar a minha profunda decepção com o desastre econômico que gerou e que me preocupa ainda mais, por culpar os que criam riqueza e empregos em discurso que pretende, no estilo marxista, promover o conflito entre ricos e pobres.

Gostaria, neste artigo –ao lembrar as palavras de apoio daquele que escrevi neste mesmo jornal quase quatro anos atrás–, dizer que, infelizmente, o fracasso de seu projeto reduziu o país a um mero exportador de produtos primários, tornando este governo um desastre econômico.

IVES GANDRA DA SILVA MARTINS, 79, advogado, é professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

As bobagens que a Dilma fala

Dilma e a Polícia Federal
 
O ESTADO DE SÃO PAULO - 13 DE OUTUBRO DE 2014

Para tentar impedir que o escândalo do mensalão e as denúncias de corrupção contra o governo respinguem sobre sua campanha pela reeleição, a presidente Dilma Rousseff vem alegando que concedeu à Polícia Federal (PF) total liberdade para investigar as denúncias de corrupção na Petrobrás, inclusive orientando-a a instaurar inquéritos criminais e a adotar medidas para acabar com o uso de caixa 2 pelos partidos políticos e esquemas de lavagem de dinheiro para financiar campanhas eleitorais.

O argumento foi usado por ela em um dos últimos debates entre os presidenciáveis. "Eu dei autonomia à PF para prender o senhor Paulo Roberto e os doleiros todos", afirmou na ocasião. O mesmo argumento também foi repetido nos programas do PT durante o horário eleitoral, que deram a entender ter sido Dilma a primeira inquilina do Palácio do Planalto a ter colocado a PF a serviço do combate à corrupção e dos ilícitos cometidos em empresas estatais.

A propaganda do PT é enganosa e a fala de Dilma carece de consistência técnico-jurídica, deixando claro o quanto ela desconhece a Constituição que há quatro anos jurou cumprir. Em palestra para cerca de 200 estudantes e professores de direito de uma universidade de Brasília, quando discorreu por mais de uma hora sobre reforma política, financiamento de campanha eleitoral, compra de votos, corrupção e fortalecimento do regime democrático, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa enfatizou esse ponto.

"Não é a presidente da República que manda prender. Ela tem, no máximo, poderes para não interferir na atuação do órgão", disse Joaquim Barbosa, confessando-se "surpreso" com o desconhecimento generalizado de direito constitucional por parte dos políticos - inclusive Dilma.

Essa foi uma crítica sutil às afirmações não só da presidente da República, mas também a recentes declarações do vice-presidente, Michel Temer, e do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Eles haviam protestado contra a vistoria, por agentes da PF, de um avião da campanha do senador Edison Lobão Filho, candidato ao governo do Maranhão e filho do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, acusando a corporação de ter sido "instrumentalizada para atingir candidaturas legitimamente constituídas".

Na ocasião, Dilma - que hoje elogia as ações da PF - criticou a corporação. "Qualquer órgão integrado por pessoas pode cometer um erro. Mas autonomia não significa autonomia para cometer coisas incorretas. Uma das coisas que a gente tem que garantir, principalmente em processos eleitorais, é que órgãos governamentais não sejam usados em proveito de um ou outro candidato", afirmou Dilma, com sua maneira tortuosa de se expressar, e de certo modo endossando a tese de que a ação de busca e apreensão executada pela PF teria tido o objetivo de "constranger" e "intimidar" políticos peemedebistas maranhenses.

Na realidade, como afirma o ex-ministro Joaquim Barbosa, a Polícia Federal é um órgão de Estado e não precisa de qualquer autorização presidencial para exercer suas atribuições funcionais. Pela Constituição, ela tem competência para promover investigações independentes, mesmo quando os investigados sejam políticos da base do governo ou mesmo integrantes da administração direta e indireta. Em outras palavras, a autonomia da Polícia Federal não é administrativa nem financeira. É uma autonomia funcional. E se seus delegados e agentes deixarem de agir, em casos de denúncias de algum ilícito, incorrem em crime de responsabilidade.

Por isso, quando a presidente da República alegou no debate entre os presidenciáveis que estimulou a PF a investigar as denúncias de corrupção na Petrobrás, "o que não acontecia nos governos anteriores", ela contrariou a verdade. Seu comitê eleitoral ainda tentou refutar as críticas de Barbosa, distribuindo uma nota em que alega que as palavras de Dilma acerca dos "atos de atuação legal da PF" estariam sofrendo "interpretações maliciosas e inverídicas". Maliciosa é, mais uma vez, a insistência da assessoria de Dilma em desmentir as bobagens que ela fala.

A corrupção vai muito além da Petrobras

 A Petrobras é só a ponta do iceberg

Reinaldo Azevedo

A Petrobras é só a ponta o iceberg, para a tristeza do estilo e a má sorte dos brasileiros. Ou: Roubalheira generalizada como nunca antes na história "destepaiz”.

Todo mundo sabe que este blog manda para campos de reeducação do estilo quem emprega clichês como “corações e mentes”, “desabalada carreira” e “ponta do iceberg”, muito especialmente este último, que, depois daquele navio, vem carregado de morbidez e maus augúrios. O escândalo em curso na Petrobras, no entanto, não nos deixa outra saída. De tal sorte ele é acachapante que até o estilo tem de ser sacrificado. Sim, leitores amigos, tudo o que Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef revelam é apenas a… ponta do iceberg.

Até agora, a imprensa não deu o devido peso a um trecho do depoimento de Paulo Roberto, que remete a uma questão de que tenho tratado com frequência aqui no blog. Os descalabros que estão sendo revelados na maior estatal e na maior empresa brasileira são sintomas de uma doença profunda do país, que está na origem de boa parte da nossa desgraça, dos nossos desastres, das carências do povo brasileiro, de seu atraso, de sua miséria, de sua falta de esperanças, de sua falta de perspectivas: o tamanho do estado.

Não se trata de firmar aqui uma posição meramente ideológica — mais ou menos estado na economia — ou uma escolha de princípio. Estamos lidando é com matéria de fato. Num dado momento, do depoimento, o juiz Sérgio Moro pergunta a Paulo Roberto se as empresas que se encarregavam do pagamento da propina sempre cumpriam com a sua parte. E Costa diz o seguinte, leiam com atenção:

“Essas empresas, excelência, elas tinham interesses não só dentro da Petrobras, mas em vários outros órgãos de governo, não é?, vários órgãos de governo, a nível de ministérios, a nível de secretarias etc., compostas por elementos dos partidos. Então, vamos dizer: se elas deixassem de contribuir com determinado partido naquele momento, isso ia refletir em outras obras a nível de governo, que os partidos não iam olhar isso com muito bons olhos. Então, seria um interesse mútuo dos partidos, dos políticos e das empresas, porque não visava só a Petrobras, visava hidrovias, ferrovias, rodovias, hidrelétricas etc.”

Entenderam? O que Paulo Roberto está a nos dizer é que a falcatrua, nos entes do estado, é universal. A Petrobras, então, nesse caso, era, de fato, apenas a ponta do iceberg. Esse mesmo Paulo Roberto já acusou as empreiteiras de atuar de forma cartelizada — um cartel que o Cade, comandado por um peixinho de Gilberto Carvalho, nunca se ocupou, pelo visto, de investigar. Mas isso ainda é o de menos: a ser verdade o que diz Paulo Roberto — e ele sabe muito bem como ficou multimilionário — o aparelhamento do estado, além de conduzir à ineficiência, ao atraso, ao desastre, também serve à roubalheira mais escancarada.

A sua fala não deixa dúvida: há uma estrutura gigantesca, organizada e treinada para drenar os recursos públicos. Sendo como ele diz, as empreiteiras entram, sim, como as corruptoras, mas observem que ele diz também que não lhes restam muitas alternativas. Por que elas não denunciavam? A ver. No mais das vezes, creio, o pragmatismo lhes diz que sua tarefa é fazer obras, não arrumar processos na Justiça.

O PT está no poder há 12 anos. É impressionante que o partido que chegou como a encarnação da esperança — nunca acreditei nisso porque conhecia os valentes; mas milhões acreditaram — tenha se tornado não apenas um cultor dos vícios, mas um verdadeiro reorganizador da bandalheira.

Se o PT vencer a disputa, é evidente que as coisas ficarão como estão — afinal, os companheiros não veem motivos para mudar, orgulhosos que são de sua obra, como se nota pelo horário eleitoral. Se Aécio vencer, não tenho esperanças de que possa haver um novo ciclo de privatizações das grandes empresas. Não está no seu programa. Mas se abre a possibilidade de que se estabeleçam critérios técnicos para as nomeações, para que se reduza substancialmente o número de cargos de confiança de livre provimento para que se criem mecanismos efetivos para que o estado deixe de ser capturado por larápios.

Para a tristeza do estilo e a má sorte dos brasileiros, a roubalheira na Petrobras é, sim, só a ponta o iceberg.

domingo, 12 de outubro de 2014

Nordestino dá lição de moral em Lula e Dilma

Um jovem nordestino culpa Lula e Dilma e suas políticas de mentira e medo por tanto preconceito contra o povo nordestino. Diz o jovem que o PT faz um governo medíocre e se aproveita da ignorância do povo para manipular eleições.


CENSURADO PELO PT

Este vídeo foi censurado pelo PT. Os advogados do partido entraram com mandado e o Youtube restringiu o acesso. Quando você aperta o play surge a informação que o conteúdo não está disponível neste domínio de país devido a um mandado. Se o PT já age assim, censurando a liberdade de expressão, imagine o que fará se Dilma Rousseff for eleita? O PT já prometeu, publicamente, que apresentará um projeto para controle d mídia, econômico e de conteúdo. Significara censura explícita até nas buscas do Google. É isso que o Brasil quer? Imprensa amordaçada? Uma ditadura como Cuba e Venezuela? 

sábado, 11 de outubro de 2014

Dilma não tem como negar tanto malfeito

"Se houve essa fraude na Petrobras e tudo indica que houve, quero garantir que já estancamos" (Dilma Rousseff)

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que hoje está preso e aceitou denunciar as fraudes na empresa para se beneficiar da delação premiada, foi indicado por Luis Inácio, para ocupar aquele cargo. Dos atuais diretores da empresa, além dos principais chefes de subsidiárias, todos foram aprovados por Dilma Rousseff, com aval do PT, PMDB e PP, partidos que se beneficiam dos desvios de recursos descobertos. 

O doleiro Alberto Youssef e Costa afirmaram, em depoimento à Justiça Federal, que os três partidos recebiam das empreiteiras 3% de "comissão" de todos os contratos firmados. Sabe-se que a presidência e as principais diretorias são indicações políticas, inclusive Graça Fosters, militante do PT e presidente da Petrobras, escolhida por Dilma. Nas denúncias constam que Lula e Dilma tinham pleno conhecimento das trapaças tal e qual o caso da Refinaria de Pasadena, no Texas. Essa estranha negociação gerou prejuízos de U$ 1,1 bilhão e, apesar de ser a Presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Dilma Rousseff alegou que "desconhecia" um parecer jurídico de extrema importância e que gerou todos os problemas.

O PMDB e PTB mantém sob seu controle politico a BR Distribuidora, principal subsidiária da Petrobras e seu presidente, José Lima de Andrade Neto, foi indicado pelo atual ministro das Minas e Energia Edison Lobão e pelo senador do PTB Fernando Collor.

Dilma não tem como negar tanto malfeito.
Restará espernear. Ou reagir com virulência, nos moldes de Hugo Chavez.

Num país sério essa patifaria levaria seus autores a longa temporada na cadeia. Mas como vivemos num país onde juízes ocupam cargos indicados por políticos e costumam retribuir esses favores, se muito pegam alguns meses de penitenciária tal o caso de do corrupto José Dirceu, Genoino, Delubio, João Paulo e sua gang do mensalão, todos acomodados em prisão domiciliar ou semi-aberta. Na China seriam executados. No Brasil, se reelegem.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

O caráter de um homem. Ou a falta de caráter de um homem.


Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Este vídeo tem dois minutos e meio. Vale a pena assistir. Você verá Luis Inácio, um ex-presidente brasileiro, se mostrando como é: mentiroso, falso, prepotente e bobalhão. Conta sobre suas mentiras, com orgulho. No final, Chico de Oliveira, um dos fundadores do PT, diz claramente que Lula não tem caráter.

Durante seu período como sindicalista ele era abastecido com frases de efeito pinceladas de publicações da esquerda. E Lula passou a ser visto como um ideólogo. Depois de eleito os "intelectuais" se afastaram ou foram afastados - afinal já estava eleito - e os discursos de Lula, por ele mesmo e seus improvisos, foram enxurradas do melhor besteirol. O verdadeiro presidente panaca.

Um dia, em Lins, perguntei-lhe se tinha lido Karl Marx. Ele respondeu que não. Pensei que a resposta era precaução, para evitar encrencas com os militares que estavam no poder. Depois soube, por ele mesmo, que nunca leu nada, um livro sequer. Luis Inácio aqui se confessa - achando graça - que é um indigente intelectual, mentiroso, populista, analfabeto e falso líder... seguido por um amontado de imbecis. Sua tática comum é repetir uma mentira exaustivamente para que se transforme na sua verdade. Assim tem sido com mensalão, petrolão, rosemary ...

O preguiçoso e o patife: a repetição da mentira antes e depois

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Governo comunista tenta abafar manifestações em Hong Kong

Governo comunista chinês tem medo que manifestações se espalhem por todo país

A China é comunista só na ditadura do governo porque o que funciona no país é o capitalismo selvagem. Mais selvagem, impossível. O crescimento da economia do país depende unicamente do setor privado. Lá, faz tempo, o socialismo - endeusado pela esquerda burra latino-americana - acabou.

Depois que as manifestações, pedindo mais democracia no país, mobilizaram centenas de milhares em Hong Kong, o governo proibiu a imprensa divulgar informações para o restante do país. Mesmo assim os protestos são transmitidos ao vivo pela internet onde a censura é rigorosa. Basta dizer que não existe Facebook ou outro tipo de rede social livre no país, exceto as que podem ser controladas. O uso de algumas expressões são proibidas no Twitter e fotos são censuradas no Instagram que este final de semana ficou fora do ar a mando do governo.
 
Joshua Wong, 17 anos: liderando
jovens na luta 
pela liberdade
As manifestações são lideradas por um jovem de 17 anos, Joshua Wong, que vive em Hong Kong, um protetorado britânico autônomo devolvido à China em 1997 e que ainda mantém imprensa livre e eleições. O governo comunista quer acabar com esses direitos e é por isso que os jovens protestam. "O povo não devia temer o governo. Ele é que deve nos temer" - dizem os estudantes que, apesar de não terem ainda status social, podem influenciar nas políticas governamentais.
 
Para as autoridades chinesas essas manifestações podem ser o estopim para o fim do comunismo e todo sistema totalitário implantado por Mao Tse Tsung que tomou o poder em 1949. Desde de então nunca houve eleições livres na China e a imprensa é mantida sob controle rigoroso, como em todos os países que já passaram por esse sistema.

O mundo sabe mais sobre os acontecimentos em Hong Kong do que os próprios chineses.
O comunismo resiste apenas em Cuba e Coreia do Norte, dois países paupérrimos onde liberdade é apenas, ainda, um sonho. O socialismo do século 21, de Hugo Chavez, na Venezuela é a amostra real do que o comunismo pode fazer com um país: destruí-lo totalmente. O povo vive com inflação altíssima, desabastecimento total, violência sem controle e falta de liberdade. Na Coreia do Norte 18 milhões de uma população de 24 milhões de habitantes, passam fome e são socorridos por doações internacionais.

O governo brasileiro reiteradamente em apoiado essas ditaduras.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Alberto Youssef começa a vomitar

Doleiro Alberto Youssef: lavagem de 10 bilhões de reais

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

O doleiro Alberto Youssef, envolvido na lavagem de dinheiro no escândalo da Petrobras, imaginou que passaria um bom tempo na cadeia considerando a situação de Marcos Valério, o executor do mensalão do Lula, que protegeu o líder da quadrilha - ou foi ameaçado de morte - e levou mais de 40 anos de prisão.

Diferente de Valério e pressionado pela família, Alberto Youssef começou a prestar depoimento para contar tudo ao Ministério Público em troca da redução de pena num acordo de delação premiada. Mas sua decisão só ocorreu depois que outros quatro réus da Operação Lava Jato preferiram colaborar com a justiça, entre eles Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras indicado pelo PT e que operou o esquema de roubo entre 2004 e 2012, na época do presidente Lula e da atual, Dilma Roussef.

Cinicamente Dilma disse que "desconhecia" sobre o desvio de vários bilhões de reais dentro da Petrobras onde ela foi presidente do Conselho de Administração, Ministra das Minas e Energia e presidente do país, a mesma lenga lenga do seu guru político, Luis Inácio da Silva, hoje com câncer. 

O doleiro é acusado da lavagem de R$ 10 bilhões que beneficiaram o PT, PMDB, PP e o próprio governo federal com envolvimento de ministros e o uso do dinheiro, segundo se relata foi subornar políticos. Seis procuradores que participam da força-tarefa criada pela Procuradoria Geral da República acompanham o depoimento do doleiro.

Alberto Youssef começou a vomitar. Nesse vômito nadam deputados, senadores, ministros, Lula e Dilma, seguramente.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Cenas de cinismo explícito

Por Clovis Rossi, 11.09.2014

É de ilimitada desfaçatez a campanha de Dilma Rousseff contra a proposta de autonomia do Banco Central, lançada por sua principal adversária, Marina Silva. Desfaçatez porque o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, do qual Dilma foi gerente e ao qual deve sua eleição, fez até mais do que Marina está propondo, conforme já mencionaram tanto Fernando Rodrigues como Vinicius Torres Freire.

Primeiro, Lula fez o que Dilma diz que Marina fará: entregou o BC aos banqueiros, ao indicar um deles, Henrique de Campos Meirelles, para comandar a instituição, posto que exerceu durante todos os oito anos do governo anterior.

Segundo, Lula deu à presidência do BC o status de ministério, ou seja, tirou-o da subordinação ao Ministério da Fazenda. O ministro não podia mais, portanto, dar ordens a Meirelles, cujos instintos são indiscutivelmente pró-mercado (basta ler seus artigos dominicais nesta mesma Folha).

Terceiro, Lula aceitou que Meirelles comandasse na prática a política econômica, ao ser ele quem fixava pelo menos dois dos preços essenciais de qualquer economia, o do dinheiro (juros) e o do câmbio.

Se é verdade que aumentar juros é fazer o jogo dos banqueiros, como insinua a propaganda de Dilma, então Meirelles jogou o jogo, no governo de que ela era gerente. Quando assumiu, Meirelles elevou os juros já obscenamente altos (25%) para 26,5%. Cruzei com ele em Davos e perguntei como convencera Lula a aceitar. Meirelles contou que dissera ao presidente que, no Brasil, sempre que a inflação chega a dois dígitos dispara. Não chega a ser ciência, mas bastava para dobrar o presidente. Quem não se lembra da inglória cruzada do então vice-presidente José Alencar contra os juros altos? Perdeu sempre.

Lembro-me também de uma vez em que os juros subiram e eu pedi a opinião de Luiz Fernando Furlan, industrial então vestido de ministro (da Indústria, Comércio e Desenvolvimento). Respondeu Furlan: Meirelles fez o que o mercado queria.

O pior, para a tese de Dilma, é que o desempenho da economia na gestão Meirelles, egresso do setor financeiro, foi imensamente melhor do que no período de um BC comandado por um funcionário de carreira, como Alexandre Tombini: o crescimento foi muito maior, a inflação raramente namorou o teto da meta, houve exuberante criação de emprego e a renda salarial cresceu.

Daria, portanto, para dizer que entregar o BC ao mercado financeiro dá mais resultados que reservá-lo para funcionários do governo. Não vou, no entanto, repetir Dilma e cair nesse simplismo. Dar autonomia ao BC é entregar a funcionários não eleitos e, portanto, que não respondem ao público por seus atos o que é de responsabilidade dos eleitos.

Mas Dilma é a última pessoa a ter autoridade política para atacar a autonomia, até porque ela, como seus dois antecessores, dedica à bolsa-juros a maior fatia relativa do orçamento, o que só os nanicos Eduardo Jorge (PV) e Luciana Genro (PSOL) têm a coragem de dizer nos debates.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O cinismo de Dilma no editorial do Estadão


OPINIÃO
O atirador da presidente

O ESTADO DE SÃO PAULO - 17.09.2014

Causando estragos a torto e a direito na campanha presidencial, a entrada em cena de Marina Silva como candidata do PSB e a sua imediata disparada nas pesquisas de intenção de voto reduziram as chances do tucano Aécio Neves de ser o contendor da presidente Dilma Rousseff no segundo turno e fizeram descarrilar a estratégia petista de campanha.

Tendo se preparado, antes da tragédia que matou o pernambucano Eduardo Campos, para soltar os cachorros em cima do senador mineiro - tornando a enveredar pelo caminho seguido pelo partido em 2006 contra Geraldo Alckmin e em 2010 contra José Serra -, o comando da operação Dilma+4 trabalhava, não obstante, com a hipótese realista de que, na segunda volta, ele aglutinaria com força total o sentimento de rejeição à herdeira de Lula, agravado pela convicção de que, ao cabo de 12 anos, o PT no poder já deu o que tinha para dar.

Com o quadro eleitoral de ponta-cabeça, os condutores da campanha dilmista parecem ter chegado à conclusão de que só lhes restava uma alternativa para enfrentar a reviravolta - transformar desde logo a disputa em um segundo turno.

A nova tática solaparia os ganhos obtidos por Marina, a ponto de fazê-la perder a parada de 5 de outubro, com o que ela começaria debilitada o embate para o verdadeiro tira-teima de três semanas adiante, depois de lhe terem servido o pão que o diabo amassou.

Na prática, a mudança significaria duas coisas - ou duas faces de uma coisa só: antecipar tanto o início da "campanha negativa", a temporada de agressões à rival, como a subida aos palanques, dia sim, o outro também, do ex-presidente patrono de Dilma. Com a esperteza adicional de que ele e não mais a sua afilhada é quem apertaria o gatilho para "desconstruir" a imagem de Marina.

Uma segunda novidade reforçaria o plano de não deixar para amanhã as baixarias que podem ser cometidas hoje. Trata-se das revelações atribuídas ao ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, nos depoimentos que tinha se oferecido a dar ao Ministério Público e à Polícia Federal (PF) para ver reduzidas ou anuladas as penas a que está sujeito pelos crimes cometidos na estatal, em conexão com o tráfico de divisas do cambista seu parceiro Alberto Youssef. A sociedade foi desbaratada pela Operação Lava Jato, da PF. Na sequência de suas "delações premiadas", Costa teria citado mais de 30 beneficiários do esquema, entre eles o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, o do Senado, Renan Calheiros, e pencas de outros políticos também alinhados com Dilma. Ela sentiu o golpe e perdeu o prumo. Tentando abrigar-se da tormenta, alegou, em um assomo de cinismo, que "não tinha a menor ideia de que isso ocorria dentro da empresa".

Mais uma missão para Lula. Secar o escândalo torrencial, fazendo um cavalo de batalha com o fato de o programa de Marina citar somente uma vez o pré-sal, enquanto valoriza outras fontes de energia. (Nas imagens da propaganda dilmista, a posição da adversária literalmente tira a comida da mesa dos brasileiros.) E eis que anteontem o ex-presidente, enfiado em um macacão laranja da Petrobrás, comandou um ato de campanha travestido de manifestação sindicalista de solidariedade à empresa, diante da sua sede no centro do Rio. O palanqueiro se desdobrou. Ora equiparou as denúncias de corrupção na estatal a um "erro qualquer", ora disse que a CPI da Petrobrás serve para "achacar empresários", ora ainda se pôs a dar lições a Marina. Ela deveria proibir os seus economistas de falar, porque "um fala mais bobagem que o outro", e deveria saber que "se tem cargo que você não pode terceirizar é o de presidente da República".

A tarefa de fazer terrorismo eleitoral ele terceirizou para um veterano da violência, o líder do MST, João Pedro Stédile, de quem Dilma mantém prudente distância. O ferrabrás ameaçou infernizar um eventual governo da ex-ministra que amalgamava a causa ecológica com a dos sem-terra. "A dona Marina que invente de colocar a mão na Petrobrás", trovejou, "que voltaremos aqui todos os dias." Resta ver se a ideia de pôr Lula a bater já agora na candidata não se voltará contra Dilma quando ela mais precisará de eleitores.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

A educação "grátis" em Cuba

De gratuidades e escolas
Posted on Setembro 15, 2014 by H. Sisley
YOANI SÁNCHEZ, 12/09/2014
Estudiantes de primaria. (14ymedio)
O sinal do turno da manhã tocou e os meninos foram para a aula, seguidos por seus pais. O primeiro dia de aulas acaba com a alegria e alguns deixam umas lagriminhas caírem porque sentem saudades das suas casas. Isso aconteceu com a Carla que está iniciando o pré-escolar numa escola do Cerro. A menina teve sorte porque lhe coube uma professora que ensina a muitos anos no primário e domina bem o conteúdo que transmite. “Que sorte!”, pensaram os familiares da pequena imediatamente antes que outra mãe lhes advertisse: “porém cuidado com a professora que exige um pedaço da merenda que cada estudante traz de casa”.

Na tarde daquele 1 de setembro teve lugar a primeira reunião de pais. Depois das apresentações e das palavras de boas vindas, a professora enumerou tudo que fazia falta para comprar em aula. “Há que se coletar dinheiro para um ventilador”, disse sem ruborizar. Carla já havia sofrido com o calor da manhã, desse modo a mãe entregou os 3 CUC que lhe correspondia para que sua filha tivesse um pouco de frescor enquanto estudasse. “Também precisamos comprar uma escova e um esfregão para a limpeza, três lâmpadas de luz fria e um cesto de lixo”, enfatizou a auxiliar pedagógica.

A lista de pedidos e necessidades somou-se um desinfetante para o banheiro “porque não há quem suporte o cheiro”, assegurou a própria educadora. A cifra dos gastos começou a crescer e teve-se que juntar um cadeado porque “senão nos roubam as coisas quando não há ninguém na escola”. Para pintar o quadro negro um pai ofereceu um pouco de tinta verde e outro se comprometeu em consertar as dobradiças da porta que estava caída ao lado. “Recomendo-lhes que comprem a agenda dos meninos na rua, porque as que vieram neste ano são de um material de cebola que rasga ao se apagar”, acrescentou a mestra.

Ao terminar a reunião a família de Carla já contabilizava uns 250 pesos cubanos em gastos para apoiarem o ensino da menina, a metade do salário mensal do pai, que é engenheiro químico. Então a diretora da escola entrou na reunião e rebateu: “se alguém conhece um carpinteiro e quiser contratá-lo para que conserte a mesa do seu filho, pode fazê-lo”.

Tradução por Humberto Sisley 

domingo, 14 de setembro de 2014

Cuba e as mentiras oficiais de uma ditadura comunista

A dengue e as mentiras para meninos

Posted on Agosto 20, 2014 by H. Sisley
YOANI SÁNCHEZ, La Habana | 20/08/2014


Explicar a morte a um menino é sempre uma tarefa difícil. Alguns pais se servem da metáfora e outros da mentira. Os adultos justificam o falecimento de alguém para as crianças com frases que vão desde “foi para o céu viver numa nuvem” até a mentira de que “está viajando”. O pior acontece quando essas invenções transcendem a família e se convertem numa política informativa de um Estado. Falsificar a real incidência da morte para uma população é tirar-lhe a maturidade e negar-lhe seu direito a transparência.

Em 1981 uma epidemia de dengue hemorrágico irrompeu em Cuba. Eu tinha seis anos apenas, mas aquela situação me deixou traumas profundos. Primeiro nos comunicaram na escola que a doença havia sido introduzida pelo “imperialismo ianque”. O Tio Sam dos meus pesadelos infantis já não nos ameaçava com uma arma, porém portava um enorme Aedes Aegypti disposto a nos contagiar da febre quebra-ossos. Meus familiares entraram em pânico quando começaram a saber dos meninos mortos. O corpo de guarda do Hospital Pediátrico de Centro Havana era uma efervescência de gritos e prantos. Minha mãe perguntava-me se doía alguma coisa a cada momento, e sua mão sobre minha testa comprovava que eu não tinha febre.

Não havia informação, só sussurros e medo, muito medo. Não se falar publicamente da verdadeira origem daquele mal, a população apenas se protegeu. Na minha escola primária continuávamos correndo para o abrigo – sob o Ministério da Indústria Básica – ante o “iminente ataque militar” que chegaria do Norte. Entretanto um pequeno e sorrateiro inimigo fazia estragos entre gente da minha idade. Aquela mentira não tardou a ser evidenciada. Década depois o dengue voltou, ainda que me atreva a dizer que nunca se foi e que em todos estes anos as autoridades sanitárias tentaram escondê-lo.

Agora já não há em quem lançar a culpa, não fosse pela deterioração higiênica que nosso país vive. Não é o Pentágono, mas sim os milhares de kilômetros, que existem por toda a Ilha, de tubulações danificadas e com vazamentos. Não é a CIA, mas sim a ineficiência de um sistema que não conseguiu sequer construir novas redes de drenagem e sistema de esgoto. A responsabilidade não aponta para o exterior, porém indica-nos. Nenhum laboratório criou este vírus para aniquilar os cubanos, o nosso próprio colapso material e sanitário é que nos impede de controlá-lo.

Ao menos já não funciona aquele conto para meninos ingênuos aonde os males chegavam de fora. A mentira que nos mostrava como vítimas inoculadas pela perfídia americana é aceita apenas pelos mais ingênuos. Como meninos que crescem e têm comprovado que o Governo nos mentiu sobre o dengue e que aquelas não eram falsidades paternalistas, mas sim sofisticadas mentiras de Estado.

Tradução por Humberto Sisley

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

O escândalo da Petrobras

Escândalo na Petrobras: a presidente disse
que "não sabia".
Palpos de aranha

Por Merval Pereira, O Globo

As duas candidatas que disputam a liderança da corrida presidencial estão em palpos de aranha com os problemas internos de suas campanhas. Marina não tem como explicar a contabilidade do PSB anterior à sua assunção como candidata, mas também não pode lavar as mãos como se nada tivesse com isso. O avião fantasma que não tem dono e a contabilidade paralela da usina Abreu e Lima em Pernambuco, pela qual o falecido ex-governador Eduardo Campos está incluído na lista dos beneficiários do esquema de corrupção da Petrobras, são temas delicados que ela tenta driblar com alguns constrangimentos óbvios.

Também a presidente Dilma é obrigada a dizer que nunca notou nada de anormal nas contas da Petrobras, passando recibo de má gestora, sem poder assumir as ações que tomou para tentar estancar a sangria na estatal. Ela garantiu recentemente que “as sangrias foram contidas”, embora oficialmente não saiba de nada.

A disputa entre o grupo da presidente Graça Foster, nomeada por Dilma para justamente tentar controlar o esquema que dominava a Petrobras, e o do ex-presidente José Gabrielli, responsável pela atuação do ex-diretor Paulo Roberto Costa, é conhecida de todos, mas Dilma não pode admitir que seu padrinho Lula, que chamava de Paulinho o ex-diretor hoje preso, dava apoio político ao velho esquema da Petrobras. Paulinho disse ao juiz Sérgio Moro que teve várias conversas com Lula.

Das duas, porém, Dilma tem culpa formal pela demora das providências, apesar dos constrangimentos partidários que a tolhiam.

Ficou com Paulo Roberto Costa como diretor da Petrobras durante um bom tempo, e só protestou contra a compra da refinaria de Pasadena nos EUA depois de anos da negociata feita, tendo inclusive preservado o diretor responsável, Nestor Cerveró. Marina não tem nada a ver com eventuais malfeitos anteriores à sua chegada no PSB.

O 2º turno mais longo dos últimos anos, como definiu o ex-presidente Lula, já está em curso, com a disputa polarizada entre Dilma e Marina, e as novas pesquisas que estão saindo confirmam uma reação da presidente, ao mesmo tempo em que Marina se mantém competitiva, apesar do bombardeio a que está sendo submetida.

A agressão verbal de que foi vítima ontem, com Dilma insinuando que Marina é sustentada por banqueiros, numa referência a Neca Setúbal, herdeira do Itaú, é exemplo dessa estratégia petista, confirmando que Dilma é capaz de “fazer o diabo” para se reeleger.

Não se sabe a essa altura como o 2º turno se desenrolará, mas Marina mantém uma vantagem numérica que tende a se reduzir à medida que a saraivada de golpes, alguns abaixo da linha da cintura, sucede-se.

Tudo indica que será uma disputa acirrada, com Dilma mobilizando toda a máquina partidária, e a máquina do governo também, para combater Marina, a adversária presumida no 2º turno.

Sua campanha já descartou a possibilidade de Aécio Neves do PSDB recuperar sua posição na corrida presidencial, e tudo que não querem é que ele apoie Marina ainda no 1º turno. Temem que essa ação possa criar um ambiente favorável ao voto útil em Marina, levando-a a uma vitória já no primeiro turno.

Não parece ser um movimento estratégico inteligente por parte de Aécio, que tem atrás de si um partido que pode ganhar diversos governos estaduais e precisa fazer uma bancada no Congresso que o coloque no jogo partidário.

Além do mais, o senador Aécio precisa necessariamente vencer a eleição para o governo de Minas, elegendo seu candidato Pimenta da Veiga, e passando à frente de Dilma e Marina na disputa presidencial.

A campanha de Dilma pretende, com o ataque a Marina sendo a sua tônica, debilitar a adversária para que chegue ao 2º turno enfraquecida. Em parte estão tendo sucesso, pois Marina, atacada sem dó nem piedade tanto por Dilma quanto por Aécio, parou de crescer.

Para Marina, o que importa é chegar ao 2º turno, para reagrupar suas forças numa nova campanha que a colocará em igualdade de condições na propaganda eleitoral com Dilma. Se o voto útil ainda lhe der fôlego de sobra para aumentar sua votação no primeiro turno, tirando votos do candidato Aécio Neves, melhor ainda.

O PSDB ainda mantém esperanças de alterar o quadro, que parece cristalizado, com as revelações dos escândalos da Petrobras e a situação da economia, que a cada dia se deteriora mais, a ponto de a agência de classificação Moodys ter sinalizado com a redução da nota brasileira. Não é um tema de apelo popular, mas demonstra que a economia brasileira não vai bem.

(Da coluna do Noblat)

domingo, 24 de agosto de 2014

As urnas eletrônicas brasileiras não são confiáveis

Por que Estados Unidos, França, Alemanha e Japão ainda não confiam em voto eletrônico?

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza  |   Atualizado em 11.03.2020

Ao alegar que houve fraude nas eleições que o elegeram em 2018, Jair Bolsonaro trás à tona a questão da insegurança do chamado voto eletrônico. O presidente diz ter provas de que se elegeu no primeiro turno. Os especialistas são claros: o sistema de votação eletrônica não é confiável e são passíveis de fraudes. Mas a juíza Rosa Weber, analfabeta no tema, diz que as urnas são absolutamente confiáveis tal e qual afirmou Dias Toffoli, quando no comando do TSE.

A corte da Alemanha, por exemplo, diz que a votação eletrônica não atende o Princípio de Investigação das Eleições, exigido na constituição da Alemanha que prevê que qualquer cidadão possa conferir seu voto, sem necessitar de muitos conhecimentos técnicos para tal. Estados Unidos, Japão e França, idem.

A implantação do sistema biométrico apenas pode evitar que eleitores fantasmas votem mas não impedirá a ocorrência de fraude no sistema de votação. Um país envolvido em corrupção eleitoral, a Venezuela de Maduro, usa urna eletrônica e sistema de biometria.

Insegurança evidente

Em julho de 2017, durante a maior conferência de hackers do mundo, a Defcon, todos os modelos de urnas e sistemas eletrônicos de votação testados, inclusive as urnas fabricadas no Brasil, foram violados em menos de duas horas. Segundo Ronaldo Lemos, representante do MIT Media Lab no Brasil, “as urnas foram hackeadas até por conexão wi-fi insegura”, sem contato físico com a peça. Não apenas as urnas mas todo processo de programação pode ser alterado. A insegurança aumenta quando a justiça se nega a aceitar a impressão do voto eletrônico, isto é, a comprovação em quem o eleitor votou, em papel, além do voto eletrônico.

A alegação é mais suspeita: que o custo seria alto. O valor certamente poderia ser pago pelos vinhos premiados que abastecem e servem a casta especial que habita "nosso supremo tribunal" ou pelo dinheiro que vem sendo recuperado da corrupção praticada pelos que defendem as tais urnas sem impressão do voto. 

Sistemas eletrônicos vulneráveis

O professor universitário Diego Aranha alertou para a fragilidade do sistema de urnas eletrônicas do Brasil durante entrevista no programa de Danilo Gentili, na Band TV. Aranha, que é especialista em segurança da informação, apontou que o sistema tem vários estágios de vulnerabilidade passíveis de fraude e com relativa facilidade. Mesmo diante dessas evidências, Dias Toffoli, presidente do TSE, afirma o contrário, mas negou-se a realizar testes públicos com as urnas.

As urnas eletrônicas, "orgulho nacional" para muitos brasileiros, segundo doutores em segurança digital, são manipuláveis e sujeitas a fraude interna e externamente. Isso significa dizer que o sistema pode ser invadido e alterado por operadores internos do processo ou por hackers. Essa fragilidade já foi tema discutido no congresso nacional, mas por razões desconhecidas, o assunto não prosperou contrariando as exposições feitas por Aranha que em 2012 coordenou os testes públicos das urnas eletrônicas e conseguiu quebrar o único dispositivo que dava segurança ao sigilo do voto.

Estranhamente o TSE recusa a ideia da impressão do voto. O eleitor, depois de votar na urna eletrônica , poderia obter a comprovação do seu voto, em papel impresso pela própria máquina. O voto em papel seria depositado numa urna anexa e seria o confronto para a contagem.

Alemanha, Japão, França e Estados Unidos não usam

A justiça da Alemanha proibiu o uso de urnas eletrônicas pela facilidade de fraude que ela proporciona. E por que o Japão, França e os Estados Unidos também continuam utilizando sistemas de apuração voto a voto, no papel, paralelamente com o voto eletrônico? Porque, ainda, o processo eletrônico não garante sigilo e confiabilidade nas apurações.

O sistema de urnas denominadas DRE, de primeira geração - Direct Recordind Eletronic - entre vários processos é o mais atrasado de todos. Ele grava o voto em memória mas não permite que o eleitor confira se o seu voto foi registrado corretamente. Dezenas de países que avaliaram o sistema brasileiro, recusaram as urnas.

Existem máquinas de segunda e terceiras gerações que usam o sistema biométrico, permite a conferência do voto, imprimem os votos e garantem sigilo do votante.


Dois vídeos mostram o funcionamento de urnas eletrônicas de terceira geração

sábado, 23 de agosto de 2014

Ex–funcionaria cubana recomienda no creer en el régimen de Fidel


Concepción Hernández Barbón é cubana e aconselha que não acreditem no regime comunista de Fidel Castro. Depois de tanto tempo servindo ao regime ela chegou aos 65 anos vivendo de rações dadas pelo governo - tudo em Cuba é racionado - e morando em um casebre.  A revolução cubana levou o povo ao inconformismo, falta de reconhecimento e uma vida sem esperanças. Melhor que criticar é ouvir um testemunho real. 




sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Racionamento de comida na Venezuela

Falta tudo na Venezuela: racionamento do que?

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

O socialismo pregado, aplaudido e defendido por Dilma Rousseff e seu mentor, Luis Inácio Rosemary da Silva, não funciona na Venezuela, também. Tal e qual na extinta União Socialista Soviética e em Cuba, a escassez de alimentos e a fome atingem a população e tudo passa a ser controlado em forma de rações. Há filas para a compra de produtos que nunca chegam aos supermercados. 

Nicolás Maduro acaba de lançar na Venezuela um controle de compras que restringe a venda de alimentos nos supermercados para uma unidade por pessoa e apenas dois dias por semana. A população tem que ser fichada e recebe uma senha que funciona na forma de rodízio conforme, o final de cada uma. Isto é, donos de fichas finais 1, 2, 3 e 4 podem comprar na segunda feira. Finais 5, 6, 7 e 8, nas terças e quartas. As senhas 9 e 0 compram nas quintas e sextas. O controle é biométrico.

Diante de um grave quadro de escassez, inflação alta e violência desenfreada - 65 mortes por dia -, a população foi as ruas para protestar. O governo socialista bolivariano repreendeu com violência matando 40 jovens opositores e provocando quase mil feridos.

O racionamento já existe em Cuba desde de que Fidel Castro tomou o poder e implantou uma ditadura de esquerda violenta e criminosa. Seu ministro Ernesto Che Guevara defendeu os fuzilamentos durante discurso na ONU.

Este é o regime que a esquerda propõe para o Brasil.

sábado, 16 de agosto de 2014

El fracaso del comunismo en Cuba / A falência do comunismo cubano

Internet em casa é proibida em Cuba. Só em 2013 surgiram as primeiras lan house sob controle da ditadura.

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Imagine um país onde é proibido internet em casa, onde os canais de televisão que você está autorizado a assistir livremente são do governo, onde existe apenas um jornal oficial e qualquer manifestação é controlada e seus líderes são presos?

Isso é Cuba. Lá não existe eleição, as liberdades pessoais são restritas - para viajar você precisa de autorização do governo - o salário gira em torno de 20 dólares, há filas para comprar um simples pão que é restrito a um por pessoa e, se você tiver que se internar num dos péssimos hospitais do país, tem que levar roupa de cama, produtos de higiene e os medicamentos você paga quando encontra em alguma farmácia, a preços exorbitantes.

O acesso à internet só pode ser feito em algumas salas públicas - 118 em todo país -com poucos computadores ou em hotéis que cobram preços altíssimos, por hora. No país existem um milhão de computadores e somente metade está ligada às redes. O Brasil tem cerca de 120 milhões, 3 para cada grupo de cinco habitantes.

Faz apenas dois anos que o governo autorizou a venda livre de computadores no país para particulares. Os preços são altos demais para a realidade cubana onde um médico recebe 50 dólares por mês. Quando recebe. Os celulares foram autorizados no país somente em 2008 e somente agora a população está liberada para criar seu próprio negócio como um bar, café ou restaurante. Antes, só com aprovação do governo que também controlava a venda de produtos agrícolas.

O sistema comunista em Cuba não conseguiu sobreviver depois da derrocada da URSS que lhe enviava muito dinheiro. Com dois velhotes comandando a ilha, Cuba vai se esvaziando, sem liberdade, sem opções, sem esperanças.

LEITURAS RELACIONADAS:
O mito da medicina cubana
O fracasso da Revolução Cubana

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Confiança da construção piora segundo FGV


Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

Pela quinta vez consecutiva cai o Índice de Confiança da Construção segundo medição da Fundação Getúlio Vargas. A queda no trimestre foi de 10,3% e é o pior resultado desde outubro de 2011. A piora é maior (menos 12,4%) se se considerar a relação inter-anual.

Cerca de 12.400 postos de trabalhos na construção civil foram eliminados no mês de junho deste ano, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego. O recuo foi de 0,38%. Somente no Rio Grande do Sul foram extintos 1.511 vagas de trabalho.

Nos seis primeiros meses de 2014 em todo país a geração de vagas no setor caiu 45,04% comparado com igual período de 2013.

As vendas de produtos da construção civil, no acumulado do ano, caíram 3,5%. Durante a copa do mundo, em junho, as vendas despencaram e chegaram a assustar e só recuperou uma parte em julho com um aumento nas vendas de 22%, em relação ao mês anterior, isto é, apenas compensou. Esses dados são de uma pesquisa da Universidade Anamaco que realiza mensalmente um levantamento no setor.

O varejo de material de construção pode subir 3,5% este ano em comparação com o ano anterior que já havia registrado aumento de 4,4% em relação a 2012. Porém, com os índices de baixo crescimento apontando abaixo de 0,8% e a inflação disparando, esses índices devem cair.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Caso Pasadena: só um idiota faria um negócio tão mal feito

Um dos mais lesivos negócios realizados pela Petrobras pelas mãos de Dilma Rousseff: um bilhão e 200 milhões de prejuízos aos cofres públicos

Adriana Valdoni é comentarista no programa Preto no Branco, da TV Pantanal e, na sessão Prosa e Política, comentou sobre o escandaloso caso da compra da refinaria de Pesadena que deu um prejuízo que sobe a US$ 1 bilhão, claro, de dólares. Ela conta uma historinha bem simples de um negócio muito mal feito. Uma história absurda, mas que aconteceu de verdade. Um fato real. Por isso o PT está processando Adriana.


Pra entender a patifaria do caso Pasadena

Dilma Rousseff era presidente do Conselho da Petrobras quando a refinaria brasileira resolveu comprar metade da refinaria Belga de Pasadena, no Texas, por US$ 360 milhões, um valor quase nove vezes maior que os belgas pagaram por ela, US$ 42 milhões. 

Tempos depois, quando a Petrobras percebeu que aquela sociedade era péssima, tentou sair fora. Mas tinha uma cláusula no contrato que obrigava a Petrobras comprar a outra metade, em caso de desavenças. A justiça deu ganho a Astra Oil e a Petrobras teve que bancar mais US$ 820,5 milhões, totalizando um prejuízo de US$ 1,2 bilhão por uma sucata que não valia 42 milhões de dólares.

O que disse Dilma Rousseff, então presidente do conselho da Petrobras? Que ela desconhecia a cláusula. E está, por enquanto, ilesa. E candidata.

sábado, 9 de agosto de 2014

Planalto invade site para intimidar jornalistas

Palácio do Planalto frauda perfís de Míriam Leitão e Alberto Sardenberg no Wikipédia


Os perfis dos jornalistas Miriam Leitão e Alberto Sardenberg, no Wikipedia, foram alterados através de computadores do governo federal interligados a rede do Serviço Federal de Processamentos de Dados. Nos dois casos as alterações visavam intimidar os jornalistas e ridicularizar suas atividades profissionais incluindo frases que classificam suas análises como desastrosas.

Esta é a segunda fraude cometida contra eles. A identificação dos IPs apontou para a Casa Civil, Instituto de Tecnologia, Ministério da Justiça e Secretaria Geral da Presidência. Miriam se confessou indignada em ver que o crime está sendo cometido dentro do Palácio do Planalto. A presidente Dilma Rousseff disse que é inadmissível e vai pedir " investigações internas". Numa demonstração de que é mentalmente perturbada, a presidente chegou a dizer que "quem quiser fazer individualmente que faça, mas não coloque o governo no meio”.

Em maio deste ano o site do Wikipédia foi invadido "por desconhecidos" - agora identificados como funcionários do próprio governo - que escreverem críticas e afirmações desqualificadoras de Miriam e Sardenberg.

No meio jornalístico ninguém se surpreende com os fatos por considerar que, de onde vem ataques, intimidações e ameaças são esperadas em nível baixo.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Método usado no Brasil não alfabetiza

A afirmação é do professor emérito da Universidade Livre de Bruxelas, José Morais que estuda a psicologia cognitiva associada à educação.


Por Leonardo Vieira, O Globo
21/07/2014 6:00 / ATUALIZADO 21/07/2014 11:22

Doutor em desenvolvimento da cognição e psicolinguística, o português José Morais defende o envolvimento da neurociência na alfabetização para reformar os pensamentos pedagógicos. Em agosto ele virá ao Brasil para VII Seminário Internacional, promovido pelo Instituto Alfa e Beto (IAB), em Belo Horizonte. Na mesma cidade, ele também participará do II Forum Mundial de Dislexia.

Que contribuição a psicologia cognitiva pode dar à pedagogia?

A psicologia cognitiva examina os processos mentais em uma grande variedade de situações, incluindo as de aprendizagem. A pedagogia será, portanto, mais bem fundamentada se levar em conta o que a psicologia cognitiva nos mostra sobre a percepção, a atenção, a memória, a imaginação, o pensamento, e sobre o desenvolvimento de todas estas capacidades. E até sobre as relações entre a cognição e a motivação, por um lado; e as emoções e os afetos, por outro lado.

E no caso da alfabetização?

A psicologia cognitiva nos mostra, entre muitas outras descobertas, que a leitura de textos não é uma elaboração contínua de hipóteses sobre as palavras do texto, mas sim, um processo automático, não intencional e muito complexo de processamento das letras e das unidades da estrutura fono-ortográfica de cada palavra, que conduz ao seu reconhecimento ou à sua identificação.

Como é a relação entre a atividade cerebral e a leitura?

A leitura visual não se faz nos olhos, mas no cérebro — a retina, embriologicamente, faz parte do cérebro. Não há leitura sem uma atividade cerebral que mobiliza vastas regiões do cérebro e, em primeiro lugar, a chamada Área da Forma Visual das Palavras. Ela se situa no hemisfério esquerdo do cérebro e não é ativada por palavras escritas nos indivíduos analfabetos. Nos alfabetizados ela é ativada fortemente, e o seu grau de ativação aumenta à medida que a criança aprende a ler. No leitor competente, a leitura de um texto baseia-se no reconhecimento ou na identificação das palavras escritas sucessivamente. À medida que elas são processadas, essa informação é enviada para outras áreas cerebrais que se ocupam do processamento da língua, independentemente da modalidade perceptiva (em particular, o processamento semântico e sintáxico), assim como da codificação da informação na memória de trabalho verbal e do acesso à memória a longo prazo. Tudo isso permite a compreensão do texto e a sua interpretação e avaliação.

Considerando essas atividades cerebrais, existe uma idade ideal para alfabetização? Qual seria?

Hoje sabemos que a plasticidade cerebral é muito maior e mais longeva do que imaginávamos há 30 anos, variando segundo o tipo de aquisição. Cognitivamente, as crianças podem aprender a ler aos 5, 6, 7 anos, sem que a diferença de idade se reflita mais tarde em diferenças de habilidade de leitura. Há crianças que aprendem a ler antes dos 5 anos, mas generalizar isso não parece desejável, porque para o desenvolvimento global da criança, é indispensável que ela passe muito tempo brincando e se relacionando com os outros.

Mas é correto fixar uma idade padrão para alfabetizar?

É uma obrigação social e moral que o Estado fixe a idade de início da alfabetização. Se as crianças da elite aprendem aos 5 ou 6 anos na família ou em colégios particulares, não está certo que as do povo só sejam alfabetizadas (capazes de ler com compreensão e de escrever) aos 8 anos. Está se desviando a atenção daquilo que realmente é importante: a política certa, política de reprodução de privilégios ou política pública realmente democrática.

Suas pesquisas ressaltam a importância dos sons atrelados à palavra escrita e clamam para que a alfabetização tenha mais exercícios fonéticos. Como eles devem ser?

De modo geral, devem ser atividades que conduzam a criança a compreender o princípio alfabético, isto é, o que as letras (mais exatamente os grafemas, o que inclui dígrafos como “ch”) representam. Não sons da fala, mas sim as unidades elementares que os linguistas chamam de fonemas e das quais a criança não toma consciência espontaneamente pelo simples fato de ser exposta a material escrito.

Qual a importância do ditado e da leitura em voz alta nesse contexto?

O ditado e a leitura em voz alta só intervém, obviamente, quando o aluno já entendeu o principio alfabético e já adquiriu o conhecimento de um número suficiente de relações fonema-grafema e grafema-fonema. Ambos são muito importantes para assegurar o sucesso da alfabetização. Através do ditado, aluno e professor podem ir avaliando o conhecimento da ortografia, e, através da leitura em voz alta, eles não só vão avaliando a precisão da leitura como o aluno vai ganhando fluência, rapidez na leitura, que é essencial para a automatização do reconhecimento das palavras escritas e para deixar os seus recursos cognitivos (de atenção, de associação, de memória) para a compreensão do texto.

Os exercícios fonéticos podem ser aplicados ainda na pré-escola?

Na pré-escola é importante verificar a qualidade fonética da fala da criança e também solicitar dela a tomada de consciência de relações como a da rima (mão – pão) ou de partilha de sílaba (va- em vaca e vala) e de fonema (fazer com que a criança se aperceba de que há algo comum no início de porta, pato, pilha, pele, punho). Tudo isso são passos sucessivos que preparam a criança para a sua alfabetização.

É possível aprender a ler de forma natural como aprender a falar, como prega a teoria construtivista?

Se fosse possível aprender a ler de forma natural, como se aprende a falar, não haveria falantes analfabetos, não haveria necessidade de escolas para alfabetizar, não haveria toda esta bagunça a propósito da alfabetização. Claro que se baseia em algo de natural: a linguagem, uma capacidade que resulta da nossa evolução biológica enquanto espécie. Os sistemas de escrita, inventados por civilizações antigas para representar a linguagem (e também, inicialmente, objetos e ideias), são realizações culturais que vão muito além da nossa evolução biológica e que, para serem reproduzidas de geração em geração, exigem intencionalidade, instituições, dispositivos, ensino.

O método de alfabetização proposto pelo Ministério da Educação do Brasil hoje se enquadra em qual teoria? Como o senhor avalia a alfabetização brasileira?

Infelizmente, baseia-se na crença construtivista — chamo de crença porque contraria o conhecimento científico atual. No Pisa (programa internacional de avaliação de estudantes, na sigla em inglês), não houve variação significativa entre a primeira versão, de 2000, e a última, de 2012. O Brasil está muito abaixo da média dos países e quase 80 pontos abaixo de Portugal, que tem a mesma língua, o mesmo código ortográfico, e as diferenças de dialeto deveriam até ser mais favoráveis à alfabetização no Brasil. Só 1 em mil adolescentes brasileiros lê no nível mais alto de desempenho estabelecido pelo Pisa. A taxa de analfabetismo continua demasiado alta e, sobretudo, quase metade da população não lê de maneira competente. O Ministério da Educação não pode continuar a manter uma proposta de alfabetização que não alfabetiza.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

A história de uma caloteira


Cristina é uma péssima dona de casa, adora bajular as pessoas com presentes, frequenta bons restaurantes e  se veste bem. Não lhe faltam jóias e sapatos e seus filhos tem carros do ano. O problema é que Cristina não tem um salário que cubra tantos gastos e, frequentemente, socorre-se a empréstimos bancários. Sua conta vive no vermelho e, na hora de acertar o pagamento dos empréstimos, reclama dos juros bancários.

Ao longo dos anos ela acumulou muitas dívidas. Cobrada com insistência, sem resultado, parte dos seus credores concordaram em receber apenas 30% do valor real da pendência. Orientada a não gastar mais que ganha, Cristina prometeu se corrigir.

Mas a festa da gastança não parou.

Pela quinta vez, novamente as dívidas se acumularam. Cristina, de novo, prometeu pagar parte dos credores com 30% do valor apenas alegando que a vida estava difícil. Alguns concordaram em receber pelo menos isso pra não perder tudo, mas muitos dos credores, dessa vez, disseram não. Queriam receber tudo. O caso foi levado à justiça.

Para convencer o juiz da sua boa intenção, Cristina quis pagar os credores que aceitaram menos. Mas o juiz, conhecedor da sua longa história de caloteira, sentenciou: os que aceitaram receber menos serão solidários com os que querem receber a dívida integral. Se Cristina não pagar o que deve a todos, ninguém recebe.

Cristina não tem mais crédito e não pode comprar em nenhuma loja porque seu nome foi negativado. E ainda leva o nome de caloteira. E quem quer negociar com caloteiros?

Cristina reclama dizendo que os banqueiros são abutres, que cobram juros altíssimos. Alguns acreditam na lorota. Como Dilma, sua amiga de infância, que está cometendo a mesma asneira.

Dilma: pontapé na concordância verbal e uma rasteira na coerência.

“O que é (sic) R$ 10 mil?”, desdenha Dilma.

Por Augusto Nunes

Há quase dois anos, ao festejar na TV o fim da pobreza extrema em território brasileiro, Dilma Rousseff explicou que só pode ser enquadrada nessa categoria gente cuja renda mensal é inferior a 70 reais. Qualquer quantia acima disso, portanto, é suficiente para que se atravesse 30 dias sem maiores aflições. Na sabatina da Folha, como constata o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, uma curtíssima resposta-pergunta da presidente bastou para reduzir a farrapos a fantasia de Princesa Isabel dos Miseráveis.

“O que é (sic) R$ 10 mil?”
(Dilma chutando a concordância)

Quase no fim da sabatina, um dos entrevistadores perguntou-lhe por que guarda em casa 152 mil reais em espécie. Dilma enrolou-se em explicações tão consistente quanto os prognósticos econômicos de Guido Mantega. Outro jornalista ponderou que, se depositasse a bolada numa caderneta de poupança, lucraria perto de 10 mil reais em um ano. “O que é 10 mil?”, deixou escapar a presidente, desferindo simultaneamente um pontapé na concordância verbal e uma rasteira na coerência. (Vídeo O que é (sic) dez mil reais?)

Com a quantia que desdenhou, Dilma poderia, por exemplo, comprar 3.333 bilhetes do metrô paulista. Ou manter 12 brasileiros acima da linha da miséria durante um ano. Ou, ainda, bancar pelo mesmo período 11 beneficiários do Bolsa Família. Com R$ 10 mil, a presidente também poderia pagar 37 jantares no restaurante Eleven, onde costuma baixar durante “escalas técnicas” em Lisboa. Ou 10 noites na suíte menos cara do hotel Four Seasons Ritz, também em Lisboa. Se preferisse a suíte presidencial, como em janeiro, teria de reduzir em alguns maços a pilha de cédulas escondida no Palácio da Alvorada para completar a diária de R$ 26,2 mil.

Os R$ 152 mil que mantém ao alcance da mão (e que lhe permitiriam comprar à vista um Mercedes CLA 200 zero quilômetro) incorporam a dona da bolada a um reduzidíssimo grupo de brasileiros. Só guardam em casa tanto dinheiro vivo os agiotas ultraconservadores, os sonegadores do Fisco, os bicheiros da velha guarda, os sovinas patológicos e, sabe-se agora, uma presidente da República. É a única em toda a comunidade formada em economia, o que faz de Dilma Rousseff também a única economista do mundo que acha um bom negócio investir debaixo do colchão.