Flanelinha alegou que recebeu a nota de boa fé: preso. Corruptos soltos.
O juiz federal Ali Mazloum rejeitou a denúncia contra o flanelinha e foi além na sua sentença: "Estamos diante de um episódio que revela a deficiente estrutura do Judiciário, movimentada exaustivamente por casos semelhantes, enquanto as grandes fraudes financeiras e lavagens bilionárias de dinheiro sujo circulam impunemente pelo País." - sentenciou.
Joel Santos Ramos, o flanelinha, foi preso em julho de 2005 enquanto trabalhava como guardador de carros acusado no artigo 289 do Código Penal, parágrafo 2º que pune com detenção de até dois anos e multa. Faz 8 anos que Joel Santos está preso. Ramos tinha sido condenado anteriormente pelo próprio juiz Mazloum com 6 meses de detenção, mas a confusão saltou para instâncias superiores que solicitaram a anulação da sentença. Anulado o processo, veio a nova denúncia (parágrafo 1º do artigo 289), que prevê pena até 12 anos. Ao longo da ação evidenciou-se a boa fé do acusado e, segundo o juiz Mazloum, há 20 anos na carreira, "abrir novo processo atenta contra a dignidade humana, que proíbe que seja o processo usado como instrumento de punição." Para ele "o judiciário hoje é um sistema falido, superado, que não recupera ninguém." E diz mais: "A falta de critério e bom senso são complicadores da morosidade da Justiça."
E o que resta é distribuir injustiças, como o caso narrado.