segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Onde estão os culpados pela tragédia de Santa Maria?

Quando o prestigiado jornal londrino, Financial Times, ironizou os economistas brasileiros que se utilizaram de artimanhas que beiram a ilegalidade para camuflar os resultados, muitos nacionalistas aqui vociferaram impropérios contra. O jornal diz que, antes de virem ao Brasil, é preciso aprender como dar um "jeitinho nas coisas". E, as vezes, esse jeitinho de não cumprir as leis amontoa duas centenas da corpos, como no incêndio da Boate Kiss.

Se não havia saída de emergência, porque aprovaram o prédio para fins de espetáculos? Se o alvará estava vencido, porque a casa continuou operando? Se não se deve usar fogos de artifício e sim efeitos pirotécnicos indoor, porque usaram? Claro, a troca de favores maquiando ou transgredindo a legislação, isto é, o "jeitinho brasileiro" deu nisso: mortos as centenas. Pior que isso é ver políticos apresentando solidariedade e com cara de pesarosos na hora do velório.

Um simples comentário de alguém no Facebook resume bem isso:

"Estamos diante do pior mal que há nesse país, o jeitinho brasileiro.
É a crença de que nada acontecerá de errado que faz com que muita coisa não funcione como deveria no Brasil. Impostos desviados, horas de trabalho desperdiçadas, profissionais apadrinhados, produtos falsificados, contrabando, fiscalização frouxa e a mania que muito brasileiro tem de levar vantagem sobre o outro é o que devemos tratar.

Se cada um de nós mudar atitudes cotidianas, mesmo que pequenas, esse tipo de situação dificilmente se repetirá. É não pagando ou recebendo propina que se começa. É não se calando diante de uma irregularidade, mesmo que a de um troco errado, que mostramos que nem todo mundo tem desvio de caráter. É preciso fazer mais do que se lamentar, é preciso dar exemplo."


Os próprios governantes são os primeiros a transgredir. Que esperar dos outros?