terça-feira, 22 de julho de 2014

Ciência diz que exercício moderado é melhor

Correr muito reduz tempo de vida?
Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

O Dr. James O´Keefe, cientista norte americano que participou de uma pesquisa englobando 3.800 corredores, homens e mulheres com idade média de 46 anos, afirmou que pessoas que praticam corrida vivem menos. Os estudos foram conduzidos por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Cardiovascular da Rede de Saúde Lehigh Valley, na Pensilvânia, Estados Unidos. Todos os pesquisados corriam pelo menos 32 km por semana.

"Os que correm muito - disse ele - tem a mesma expectativa de vida dos sedentários ou até menor considerando que esse tipo de exercício provoca desgastes físicos consideráveis. " Segundo os dados, o exercício moderado, como correr 15 minutos por dia, pode ser mais eficiente e saudável do que exercícios que exigem demais do corpo.

Já se sabe que após exercícios intensos o organismo aumenta  produção de moléculas de radicais livres que se acumulam na face favorecendo o surgimento de manchas e o envelhecimento cutâneo precoce. A circulação sanguínea fica menor no rosto e se concentra em outras áreas mais exigidas pelo exercício. Associada à exposição ao sol, sem a correta proteção, a pele do rosto sofre mais.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Prefeito do PT é reprovado pelos paulistanos

São Paulo se transformou em campo livre para venda e consumo de drogas no governo do petista Fernando Haddad. Desrespeita-se as leis e aceita-se o tráfico, livremente.Drogados recebem ajuda
com a chamada "bolsa crack", paga pelos contribuintes.
36% dos paulistanos acham Haddad ruim ou péssimo.

O Datafolha publicou que apenas 17% dos paulistas aprovam a administração do prefeito petista Fernando Haddad enquanto 36% dizem ser ruim ou péssima e 44% apenas regular. Dos pesquisados somente 4% acham que Haddad superou as expectativas enquanto mais de 77% dizem que ele fez muito menos que o esperado. Segundo o Datafolha a pesquisa foi realizada nos dias 25 e 26 de junho. Das promessas de construção de corredores de ônibus, saúde, creches e educação o petista cumpriu menos de 8%.

Haddad ficou conhecido como o ministro do Kit Gay quando ocupava a pasta da educação e, como prefeito paulista, apoia políticas públicas que mantém os drogados nas ruas, e a criação da "bolsa crack", pago aos consumidores de drogas.  Haddad é cabo eleitoral do candidato de Alexandre Padilha ao governo do Estado.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Falida, Argentina não paga contas.

Argentina à beira de novo calote

Em pouco mais de 12 anos a Argentina pode dar novo calote em sua dívida internacional. A justiça dos Estados Unidos manteve a decisão para que o país pague seus credores num total de US$ 1,3 bilhão devidos desde 2001. Caso não pague ocorrerão bloqueios judiciais nos ativos da Argentina no exterior. A notícia fez o dólar explodir.

A economia do país vai de mal a pior. Pelo menos 54% da população acham que a situação é de ruim para péssima no país e 62% afirmaram que não conseguem viver com o que ganham. A inflação anual acumulada, anunciada pelo governo, é de 7,2%, porém, nos supermercados, os reajustes chegam a 35%. Tal lá, como no Brasil, Cristina Kirchner tem o hábito de maquiar as contas públicas. O mercado econômico mundial não leva em consideração os números anunciados pelo governo da Argentina por não corresponderem a realidade.

O bisonho socialismo que leva os portenhos à falência é o mesmo instalado na quebrada Venezuela cuja inflação atinge mais de 60% e não existem produtos nos supermercados e nem crédito para importação.

Quem investiria num país tocado por ideologia mofada e conduzida por dinossáuricos "socialistas", figuras ridículas e desprezadas em qualquer canto minimamente civilizado, exceto pela turma da Dilma Rousseff, a prostituta política que criou 39 ministérios para satisfazer a gana de partidos políticos corruptos em troca de alguns segundos na televisão para a campanha eleitoral.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Nem vítimas nem algozes


Merval Pereira, O Globo

A começar pela manutenção da negativa de prisão domiciliar para o ex-presidente do PT José Genoino, o plenário do STF analisou as decisões de Barbosa referentes à execução das penas do processo do mensalão dando-lhe razão em alguns casos e discordando em outros, sempre ressaltando, por praticamente todos os membros, que a lei de execuções penais compreende diversas interpretações, não sendo nenhuma das decisões de Joaquim Barbosa questionável por ilegal ou despropositada.

Não há no caso nem vítimas nem algozes, como ressaltou o decano do Supremo, o ministro Celso de Mello, que fez questão de ressaltar a justeza das condenações e o caráter antidemocrático dos atos praticados pelos réus do mensalão.

O caso de Genoino se transformou em emblemática questão política, já que petistas utilizaram todos os meios para espalhar a ideia de que o ex-presidente do PT, contra o que dizem diversos laudos médicos, corre risco de vida se não for liberada sua prisão domiciliar.

O ministro Luís Roberto Barroso, que assumiu a relatoria das execuções penais com a demissão de Barbosa, desde o primeiro momento que participou do julgamento do mensalão parece constrangido em condenar Genoino, e ontem voltou a elogiá-lo. No primeiro momento, lamentou “condenar um homem que participou da resistência à ditadura no Brasil, em um tempo em que isso exigia abnegação e envolvia muitos riscos”.

Esse discurso elogioso provocou a reação de diversos ministros na ocasião. A ministra Cármen Lúcia disse que “o juiz, infelizmente, não julga histórias, porque as histórias às vezes são feitas de desvios que seriam impensáveis de serem praticados em outra circunstância”.

Ontem, Barroso classificou Genoino de “símbolo do republicanismo e do igualitarismo” antes de negar o pedido para que a prisão fosse transformada em domiciliar. Mas, sem que a questão estivesse em pauta, lembrou que Genoino cumpre 1/6 da pena em dois meses, dando a entender que a partir daí poderá ir para casa.

A questão do cumprimento de 1/6 das penas para a autorização de trabalho externo suscitou uma boa discussão sobre o sistema penitenciário e demonstrou que Barbosa não estava exagerando ao interpretar ao pé da letra a exigência do Código Penal.

Celso de Mello foi o único voto a apoiar Barbosa, mas não é o único a considerar que a jurisprudência do STF deve prevalecer sobre a do STJ, que desde 1999 vem admitindo o trabalho externo sem o cumprimento mínimo da pena. Mesmo os que votaram contra a posição de Barbosa, a começar pelo relator Barroso, admitiram que a situação do sistema penitenciário é um descalabro, e que a flexibilização da lei é necessária para conviver com nossa triste realidade.

A tese vencedora foi que a razoabilidade exige interpretação mais generosa da legislação, sendo lembrado que o Rio Grande do Sul já definiu que os presos em semiaberto devem ir para prisão domiciliar por falta de vagas compatíveis com o tipo de condenação. Esse assunto será levado ao plenário do STF pelo ministro Gilmar Mendes para que haja deliberação sobre essa decisão da justiça gaúcha.

Ficou claro que o estilo centralizador e autoritário do presidente demissionário Joaquim Barbosa não é o da preferência do plenário, tanto que a execução das penas será transferida para Vara de Execuções Penais de Brasília, e não centralizada pelo novo relator.

Mas ficou evidenciado que Barbosa não abusou de seu poder nem tomou decisões sem o apoio da lei. E certamente há um pensamento majoritário na sociedade, já detectado por pesquisas: o mensalão petista só levou poderosos para a cadeia e os manteve lá pelo estilo centralizador e autoritário de Barbosa, amplamente aprovado pela população, a ponto de uma parcela representativa querê-lo como candidato à Presidência.

Previsão do Banco Central é péssima para o Brasil em 2014

Inflação acima do teto em 2014

O próprio Banco Central admite que a inflação vai passar do teto previsto (6,5%) em 2014 e que o PIB, de novo, será pequeno. Considerando que o governo vem maquiando números, faz tempo, supõe-se que a inflação seja maior do que o anunciado, de 6,4%. 

Somente o aumento da energia elétrica - cujos preços são manipulados - deve ser de 11,5%, segundo previsão do próprio BC. Significa dizer que Dilma Rousseff terminará 2014 com uma inflação muito maior que a do ano passado, de 5,91%. Lembre-se que a meta da inflação era de 4,5%.

A previsão do PIB para este ano traz pessimismo em todos os setores da economia. Haverá retração no campo e previsão de crescimento ínfimo em outras áreas, como de serviços. Na indústria o crescimento de 1,5% já não é mais esperado e a previsão é que a área chegue a 0,4%. O PIB da agricultura cairá de 7% para menos de 2,8%.

A taxa de juros Selic é uma das mais altas nos últimos anos.
As previsões são péssimas e foram anunciadas pelo próprio Banco Central, useiro e vezeiro na maquiagem dos números. Imagine como deve ser os números verdadeiros. Para saber, vá ao supermercado mais próximo e confira os preços.

Enquanto o povo vê copa, STF liberta Dirceu

Ex-Ministro José Dirceu, condenado por corrupção vai trabalhar fora da Papuda

Era esperado que o ex-ministro José Dirceu, condenado no maior e mais escandaloso processo de corrupção da história do país, seria colocado fora da penitenciária da Papuda tão logo o ministro Luis Barroso assumisse a relatoria do processo do mensalão em substituição a Joaquim Barbosa.

Ontem o STF autorizou Dirceu deixar a prisão para "trabalhar" na biblioteca de um advogado e ganhar R$ 2,1 mil por mês. Joaquim Barbosa havia negado tal pedido por duas razões: o preso deveria cumprir 1/6 da pena antes de pedir o benefício e que o emprego era "arranjo entre amigos". Dirceu tentara emprego num hotel que, descobriu-se depois, ter sede no Panamá, no mesmo endereço usado pelo condenado para uma empresa sua. O único voto contrário foi de Celso de Mello que alegou que “a exigência do cumprimento de um sexto da pena não pode ser desconsiderada, mesmo se tratando de regime prisional semiaberto”.

A maioria dos ministros aceitou a concessão do benefício considerando que, apesar de não te cumprido o período mínimo de 1/6 da pena, as prisões não oferecem vagas suficientes para trabalho interno. 

O ministro Luís Roberto Barroso, agora relator do mensalão, deverá autorizar todos os pedidos dos mensaleiros condenados. Barroso foi um dos ministros indicados por Dilma Rousseff. Ele foi diagnosticado com câncer e com pouco tempo de vida antes de assumir o cargo, segundo recente confissão dele mesmo.

Enquanto o povo se anestesia com a copa de futebol os corruptos são libertados da prisão.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Seleção de Dilma faz gol contra: Brasil tem déficit de U$ 6,635 bilhões na conta corrente em maio




Enquanto a copa do futebol  desperta a atenção do brasileiro o país registra, em maio, o pior resultado na sua conta corrente desde 1947: US$ 6,6 bilhões negativos. No acumulado de 12 meses, déficit de 3,61% do PIB. A informação é do próprio Banco Central.

A conta de rendas foi negativa em quase 3 bilhões de dólares - US$ 2,91 bilhões - e a de serviços ficou negativa em US$ 4,507 bilhões.

Enquanto a seleção de futebol disputa no gramado uma copa de desperdícios, super faturamento e corrupção, a seleção da Dilma faz gol contra no campo da economia.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

McDonald's serve arroz com feijão?

McDonald's tem prato de feijão com arroz em cardápio secreto Rede foi obrigada pela justiça a oferecer a refeição aos funcionários e diz que serve o prato aos clientes se eles pedirem, mas nem todos os atendentes estão preparados para o pedido.

13 de maio de 2014 | 17h 20

"O prato, no entanto, não é e nem deve ser anunciado pela loja, já que não faz parte da estratégia de marketing e nem é a especialidade do McDonald's", acrescenta a nota assinada pela diretora de recursos humanos do McDonald's, Ana Apolaro.

SÃO PAULO - É pouco provável que algum cliente do McDonald's entre na loja para pedir um prato de arroz com feijão, mas se um turista desavisado chegar no balcão e pedir o tradicional prato brasileiro, ele será servido.

O arroz com feijão entrou no cardápio da rede americana depois que funcionários brasileiros foram à justiça contra o sanduíche servido como refeição no horário do almoço e do jantar. O McDonald's brasileiro confirma que o arroz com feijão é preparado em todas as lojas e pode ser servido, se algum cliente pedir. "Servimos para o cliente o que servimos internamente e vice-versa", disse a rede em comunicado por escrito enviado ao Estado. A reportagem procurou a rede para confirmar o arroz com feijão com a grife Ronald McDonald depois que a agência de notícias Bloomberg divulgou um texto falando sobre "o lanche feliz que o McDonald's esconde sob o balcão". Segundo a notícia, o prato seria vendido a R$ 23,00, desde que solicitado.

No McDonald's do Carrefour Limão, os atendentes da rede disseram que o prato só é serviço para os funcionários e em nenhuma hipótese seria servido aos clientes.

Justiça. O arroz com feijão passou a ser servido para os funcionários das 816 lojas do McDonald's no Brasil quando os empregados da rede rejeitaram o seu menu regular de hambúrgueres e batatas fritas em intervalos de trabalho.

A queixa foi encaminhada ao Ministério Público, e o operador local dos restaurantes McDonald's foi obrigado a fornecer pratos mais de acordo com a culinária local. Com 35,4 mil restaurantes em 119 países, o McDonald's oferece alimentos adaptados aos gostos locais em diferentes países.

Em 2012, a rede fez um acordo com os promotores para encerrar a investigação que já se arrastava por seis anos. A empresa que administra a rede no Brasil, a argentina Arcos Dorados Holdings Inc, aceitou fornecer refeições tradicionais, sem nenhum custo para os seus empregados. A denúncia original foi encaminhada pelo sindicato que representa 30 mil funcionários do McDonald's no Estado de São Paulo.

Em 2010, um tribunal do Rio Grande do Sul condenou a Arcos Dorados a pagar R$ 14 mil a um ex-gerente que disse que ganhou cerca de 30 quilos em uma década de trabalho na rede, quando comia sanduíches na hora do almoço.

sábado, 10 de maio de 2014

Integrante da Comissão de Ética do PT ameaçou Barbosa de morte

Homem que desejava atentar contra a vida do presidente o STF é um integrante da Comissão de Ética do PT. E agora?
PROCURADO - A PF tenta descobrir a identidade de um tal "Antonio Granado", que incita 
os militantes a atentar contra a vida do ministro //Estadão Conteúdo
Robson Bonin

Desde que o julgamento do mensalão foi concluído, em novembro do ano passado, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, tornou-se alvo de uma série de constrangimentos orquestrados por seguidores dos petistas condenados por envolvimento no maior escândalo de corrupção da história. A chamada “militância virtual” do PT, treinada pela falconaria do partido para perseguir e difamar desafetos políticos do petismo na internet, caçou Barbosa de forma implacável.

O presidente do Supremo sofreu toda sorte de canalhice virtual e foi até perseguido e hostilizado por patetas fantasiados de revolucionários nas ruas de Brasília. Os ataques anônimos da patrulha virtual petista, porém, não chegavam a preocupar Barbosa até que atingiram um nível inaceitável. Da hostilidade recorrente, o jogo sujo evoluiu para uma onda de atos criminosos, incluindo ameaças de morte e virulentos ataques racistas.

Os mais graves surgiram quando Joaquim Barbosa decretou a prisão dos mensaleiros José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino. Disparadas por perfis apócrifos de simpatizantes petistas, as mensagens foram encaminhadas ao Supremo. Em uma delas, um sujeito que usava a foto de José Dirceu em seu perfil no Facebook escreve que o ministro “morreria de câncer ou com um tiro na cabeça” e que seus algozes seriam “seus senhores do novo engenho, seu capitão do mato”. Por fim, chama Joaquim de “traidor” e vocifera:

“Tirem as patas dos nossos heróis!”. Em uma segunda mensagem, de dezembro de 2013, o recado foi ainda mais ameaçador: “Contra Joaquim Barbosa toda violência é permitida, porque não se trata de um ser humano, mas de um monstro e de uma aberração moral das mais pavorosas (...). Joaquim Barbosa deve ser morto”. Temendo pela integridade do presidente da mais alta corte do país, a direção do STF acionou a Polícia Federal para que apurasse a origem das ameaças. Dividida em dois inquéritos, a averiguação está em curso na polícia, mas os resultados já colhidos pelos investigadores começam a revelar o que parecia evidente.

Barbosa nega "arranjo de amigos" para Dirceu trabalhar fora da Papuda

José Dirceu, condenado por corrupção

Referindo-se ao pedido de José Dirceu de trabalhar na biblioteca de um escritório de advocacia (do criminalista José Gerardo Grossi), o presidente do STF, Joaquim Barbosa, disse que "... é lícito vislumbrar na oferta de trabalho em causa uma mera action de complaisance entre copains - arranjo entre amigos - absolutamente incompatível com a execução de uma sentença penal” e, após, negou a autorização considerando que, além, Dirceu precisa cumprir 1/6 da pena dos 7 anos e 11 meses de prisão em regime semiaberto a qual foi condenado no processo do mensalão. Neste caso o ex-ministro encarcerado só poderá requerer o benefício em 2015.

No seu despacho Barbosa também referiu-se a investigação para saber se Dirceu desrespeitou as normas da penitenciária e falou ao telefone celular. Existem informações que sim, com data, horário e interlocutor e os fatos estão em apuração. Mais recentemente a filha de Dirceu, quebrando todas as regras da prisão, esteve no local entrando por caminhos não autorizados para visitas, pelo menos para presos "comuns". Enquanto dezenas de familiares esperavam horas do lado de fora para o horário da visita, a filha do corrupto acessava o presídio com carro chapa fria dirigida por um funcionário do sistema.

Além de considerar "arranjo de amigos" Barbosa citou que no Brasil tais escritórios tem direito à inviolabilidade o que poderia dificultar a fiscalização do cumprimento da pena. Barbosa foi além ao referir-se como troca de favores entre proprietários de escritórios de advogacia criminal e que essa atividade não deve se prestar "a arranjos visivelmente voltados a contornar a necessidade e o dever de observância estrita das leis e das decisões da Justiça.”

A decisão deverá atingir outros condenados que hoje se beneficiam do regime semiaberto como Delúbio Soares que "trabalha" na Central Única dos Trabalhadores e João Paulo Cunha, outro petista condenado por corrupção, que dá "expediente" num escritório de advocacia.

A câmara dos deputados aprovou um substitutivo ao Projeto de Lei 4550/04 que autoriza a revista manual inclusive de juízes.

O presidente da corporativista OAB, Roberto Busato, já se manifestou contrário à revista manual de advogados em presídios "como se ele fosse um marginal responsável por toda a comunicação indevida que existe hoje entre os detentos nos presídios e o mundo exterior". Busato acha que esse tipo de revista "é degradante para a profissão".

Nos Estados Unidos não só advogados são revistados manualmente. Lá até o presidente da República passa por tal procedimento. Só no Brasil a casta quer estar isenta de tal.

domingo, 4 de maio de 2014

Mandaram Gilberto Carvalho calar a boca


COLUNA DO RICARDO SETTI
02/05/2014 às 14:00 \ Política & Cia

Vaias, gargalhadas, “cala a boca”: Gilbertinho Carvalho achava que iria falar para plateia amestrada no Sindicato dos Bancários do Rio, mas trombou com a fúria dos presentes. Na chegada à sede do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, cenário da etapa carioca dos “Diálogos Governo-Sociedade Civil Copa 2014″, o sorriso confiante e a voz de orador da turma avisaram que o ministro Gilberto Carvalho estava em casa ─ e cercado por amigos de fé. 

Decerto imaginou que passaria as duas horas seguintes saboreando aplausos e carícias verbais da plateia amestrada, formada por integrantes dos “movimentos sociais”. Todos estavam ali para aprender que a Copa da Roubalheira, vista de perto, é outra soberba evidência de que o Brasil vai tão bem que, se melhorar, estraga. Quebrou a cara, informa o vídeo acima.

Já na entrada do auditório o sorriso morreu, esganado pela inscrição na faixa pendurada atrás da mesa no palco: não vai ter copa. A voz começou a claudicar com as primeiras manifestações de hostilidade.

E a autoconfiança foi dissolvida pela pancadaria sonora. Durante 15 minutos, a caixa preta ambulante resistiu a vaias, apupos, risos debochados, apartes desmoralizantes ou cobranças de promessas jamais cumpridas. Enfim rendido ao som da fúria, interrompeu o falatório, deu o encontro por findo, prometeu voltar em agosto e caiu fora da zona conflagrada. Até capitular, o camelô de embustes esforçou-se para vender à freguesia o conto da Copa. Jurou que a mina de dinheiro da Fifa, vista de perto, é uma usina de empregos para nativos. Lembrou que já trabalhou em favela, celebrou o Minha Casa, Minha Vida, culpou a oposição pelo atraso nas obras, pediu paciência aos presentes, fez o diabo. Nada funcionou.

Gilberto Carvalho preparou-se para uma festiva noitada no Brasil Maravilha. Só depois de consumado o fiasco descobriu que estava no Brasil real. É um país habitado por gente farta de vigarices. E é cada vez mais populoso.

A privacidade é uma conquista da liberdade, não o contrário

Liberdade de expressão

"Toda conduta que busca tutelar a sociedade é um risco para a liberdade de expressão. O politicamente correto exacerbado também é intolerante, porque ele não admite outro pensamento”. Foi assim que Fábio Barbosa, presidente do Grupo Abril, discursou na abertura do seminário Comunicação e Mercado no Brasil: Desafios e Oportunidades promovido que o Ibmec promove junto com o Instituto Palavra Aberta. 

Pouco antes a ministra Carmem Lúcia, do STF, afirmara que “temos um Estado democrático, mas a pergunta é se temos uma sociedade tão democráticas quando a Constituição pressupõe. Hoje noto uma intolerância enorme para tudo que seja diferente, é uma tragédia para a democracia e o exercício da liberdade. Não adianta querer ser livre e abrir mão de pensar”.

Na palestra inicial do seminário, Cármen Lúcia tratou sobre a liberdade e a censura e pediu uma melhor discussão sobre privacidade. Numa demonstração de grande limitação intelectual, Carmem fez um jogo de palavras que contrapõe a "invasão de privacidade e a evasão de privacidade e, hipoteticamente se perguntou quando "a pessoa que vai à Igreja fazer uma doação e pede para o padre divulgar e publicar seu ato mas que não quer aparecer quando namora escondido. E o jornalista não vai parar na hora que essa pessoa quer”.

Eugênio Bucci, professor da USP e também diretor de pós-graduação em Jornalismo da Escola Superior de Propaganda e Marketing, em São Paulo, disse que liberdade e privacidade não são excludentes e, ao contrário, “a privacidade é uma conquista da liberdade”. “Não podemos cair na armadilha de acreditar que a liberdade é relativa por força da privacidade”, disse ele.

Todos tem direito à liberdade de pensar e se expressar, publicar informações e discutir ideias, quaisquer que sejam e por qualquer meio, diz a constituição. Aquele, nesta ação, que violar a integridade de outro, porém, incorrerá em desrespeito à constituição que contempla a inviolabilidade da privacidade, honra e imagem das pessoas e responderá por isso. Se todo esse elenco já está na constituição, porque o Estado quer regular a imprensa?

Liberdade para pensar e expressar os pensamentos. Isto sim, é democracia.

IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
IX- é livre a expressão de atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou licença;
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais.

Após confirmação da candidatura, Dilma é intensamente vaiada em Uberaba

Foto Agência Estado: Dilma vaiada três vezes em Uberaba 

A presidente  Dilma Rousseff foi intensamente vaiada na abertura da 80ª Exposição Internacional de gado Zebu, em Uberaba, Minas Gerais, cidade onde viveu toda sua infância. O fato ocorreu na manhã de ontem. Logo que foi anunciada no sistema de som as vaias foram mais intensas mas a reprovação ocorreu mais duas vezes durante seu discurso quando anunciou a assinatura de dois decretos para o setor da agropecuária. No momento da entrega da medalha alusiva aos 80 anos do evento, a presidente recebeu novos apupos.

As vaias ocorrem exatamente no momento em que o PT formalizou a candidatura de Dilma e no momento em que as pesquisas apontam sua queda na preferência de votos
.

sábado, 3 de maio de 2014

O Jus esperneandi de Rui Falcão

José Genoino, ex-presidente do PT, condenado a 4 anos e 8 meses
por corrupção ativa. Para a junta médica ele está em "ótimas
condições físicas". Já está na Papuda.

Uma junta médica, da Universidade de Brasília, após minuciosos exames concluiu que José Genoino não corre nenhum risco em cumprir sua pena de prisão condenado por corrupção no processo do mensalão. Quando foi preso ele alegou problemas cardíacos e foi transferido para um hospital de Brasilia. Após os exames a junta médica concluiu que ele pode cumprir, sim, a pena na Papuda.

"Assim, em bases estritamente objetivas e definidas, não se expressa no momento a presença de qualquer circunstância justificadora de excepcionalidade e diferenciada do habitual para a situação médica em questão, visando o acompanhamento e tratamento do paciente em apreço", diz o laudo da junta médica que também anotou que Genoino tem "pleno gozo das suas faculdades mentais e ótimo aspecto físico".

Mas o presidente do PT, Rui Falcão, para conturbar, disse que vai responsabilizar o ministro Joaquim Barbosa se algo ocorrer com a saúde do corrupto condenado. O guerrilheiro dedo duro se entregou, de novo, e foi para a penitenciária onde se encontram José Dirceu e demais companheiros de falcatruas. Rui Falcão também acusa Barbosa de impedir que Dirceu obtenha a progressão de pena, processo suspenso por Barbosa devido as investigações de que o ex-ministro do PT preso usava celular dentro do presídio.

Com inflação alta, crescimento baixo, escolas e hospitais falidos, violência em todo país, estradas em péssimas condições, aeroportos sem estrutura e corrupção escancarada resta aos petistas o jus esperneandi, literalmente o direito de espernear. Comumente a resposta para o choro e diante de tanta mentira seria "chupa PT"!

Rui Falcão é o rei da falácia.

Apple x Samsung. Mas a guerra é com o Google.


A Samsung deverá pagar a Apple cerca de U$ 119,6 milhões por infringir patentes da concorrente na linha de smartphones. A Apple também foi condenada pelos mesmos motivos e deverá botar no bolso da Samsung cerca U$ 158 mil pelos mesmos motivos.

Para a Apple a concorrente infringiu cinco patentes (correção automática de palavras, deslizar o dedo na tela para desbloqueio, busca, sincronia em segundo plano) e para a Samsung a Apple bifou duas patentes relacionadas ao uso de câmeras e transmissão de vídeo.

Nesta guerra o objetivo é único: um rico mercado de 400 bilhões de dólares disputado palmo a palmo entre as duas gigantes na venda de smartphones. E a sul coreana está vencendo a disputa. Em 2007 ela detinha só 5% do mercado na época liderado pela Apple. Hoje a Samsung lidera com 34% enquanto a concorrente amarga 15% de participação. Em menos de 4 anos a Apple perdeu mais de 12% nas vendas.

Na verdade existe uma outra guerra em andamento: Apple x Google.
Os iPhones utilizavam o sistema de busca da Google, até então principal parceira da Apple. Mas Steve Jobs cometeu um grande erro: quis criar seu próprio buscador, concorrendo com o principal produto da Google. Em resposta a ex-parceira criou o sistema Android que hoje domina 70% de todos os smartphones vendidos no planeta.

terça-feira, 29 de abril de 2014

"Não são gente de minha confiança", diz Lula sobre os mensaleiros

Na TV de Portugal Lula insinua não saber quem são Dirceu e Genoíno

O maior escândalo político do país, em todos os tempos, o mensalão, não existiu para Lula. Na entrevista para a televisão de Portugal ele afirma também os petistas presos "não se trata de gente da minha confiança", afastando-se cuidadosamente dos corruptos petistas levados a julgamento e condenados. Lula repete a mesma balela querendo tornar verdade uma mentira repetida milhares de vezes. E sugere que a história deva ser recontada. Com a nova formação de ministros no STF, dominado por petistas, pode-se tentar "inocentar" os corruptos. Para os portugueses ele afirmou que o julgamento foi "80% político e 20% jurídico.

sábado, 26 de abril de 2014

Educação: diferenças entre o Brasil e Coreia do Sul

Ao contrário do Brasil, nos países orientais dar aula na rede pública é sinônimo de status e garantia de renda

Bárbara Bretanha e Valéria França - Especial para o Estado

SÃO PAULO - "Há um ditado no meu país que diz que um estudante não pisa nem na sombra de seu mestre", diz Sok Jin Oh, professor de língua inglesa, por 32 anos na Coreia do Sul. Ele se refere ao respeito que os alunos têm pelos mestres. No país de Jin Oh, ser um professor da rede pública significa ter bom salário, e status na sociedade.

A Coreia do Sul tem hoje um dos melhores modelos de ensino do mundo. No Programa Internacional de Avaliação de Alunos aparece em sétimo lugar em leitura e matemática. O país foi um dos primeiros do mundo a equipar escolas com internet de banda larga. Um professor como Jin Oh ganha em média US$ 65 mil por ano. Tem casa própria, carro do ano e pode patrocinar o estudo dos filhos em boas faculdades particulares.

No Brasil, a vida de um professor é bem diferente. A paulistana Ana Carolina Cuofano Gomes da Silva, de 30 anos, dá aulas desde os 19. Na época tinha apenas o Magistério. Depois foi obrigada a concluir o ensino superior. Há oito anos, formou-se pela Faculdade de Letras da Universidade São Judas Tadeu. Preferiu a rede pública, porque sentia mais afinidade com os alunos. Outro fator: a escola fica perto da casa dela, Hoje, ela leciona Português para turmas de 7º e 8º anos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Júlio Marcondes Salgado, no Parque Edu Chaves, na zona norte de São Paulo.

"Sinto um respeito muito grande", diz Ana Carolina, que tem sorte. Segundo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp), 44% dos professores da rede pública já sofreram algum tipo de violência na escola.

Casa alugada. Ana Carolina ganha R$ 2,8 mil, em troca de uma jornada de 40 horas semanais. Para complementar a renda, dá aula em outra escola. "A prefeitura oferece uma estabilidade que as escolas particulares não têm", explica. A professora mora de aluguel.

Jin Ho trabalha hoje no Brasil como adido cultural da Coreia. No ano que vem, volta para casa, e retoma a vida acadêmica, mas agora como vice-diretor. Na Coreia os professores, só depois de uma determinada qualificação, podem se candidatar ao cargo de vice-diretor e diretor de uma escola. Jin Ho é doutor em língua inglesa.

Nota do blog: O Brasil classifica-se em 58º no Pisa, entre 63 países pesquisados. Enquanto a tecnologia já está nas salas de aulas na maioria dos países com boa educação, no Brasil os professores mal sabem o que é um notebook. Somente agora é que a Secretaria da Educação de São Paulo começou a implantar a secretaria digital. Até hoje todo tráfego de documentos é feito com papéis e carimbos. Portugal, com seu novo ministro da Educação começou a reação para recuperar quase 30 anos perdidos com métodos falhos de alfabetização - o construtivismo acabou com a educação em grande parte do mundo - e levou a 
neurociência para as salas de aulas.

Os escândalos, maracutaias, armações e negociatas do PT

A grande família petista

26 de abril de 2014 | 2h 04
Estado de S.Paulo

Nem é preciso fazer escavações profundas. Arranhe-se apenas a superfície do sistema petista de poder e, certo como a noite que se segue ao dia, se encontrará um escândalo, uma maracutaia, uma armação, uma negociata, um vexame, um ato mal explicado ou inexplicável à luz da ética pública. E não se diga que é intriga da oposição em ano eleitoral.

Para ficar apenas na safra da semana, ora é uma auditoria da Petrobrás que afirma que em 5 de fevereiro de 2010 alguém foi autorizado verbalmente a sacar US$ 10 milhões de uma conta da Refinaria de Pasadena, na qual a empresa ainda tinha como sócia a Astra Oil. A revelação foi publicada pelo Globo. Quem autorizou, quem sacou, o porquê do saque e o que foi feito com a bolada, isso a Petrobrás não conta. Diz, burocraticamente, que o procedimento seria "uma atividade usual de trading" e nele "não foram constatadas quaisquer irregularidades".

Ora, para variar, são as sucessivas apurações da Polícia Federal (PF) sobre a amplitude da rede de conveniência recíproca em que se situam as ligações do deputado André Vargas, do PT paranaense, com o doleiro Alberto Youssef. O cambista foi preso no curso da Operação Lava Jato, que expôs um esquema de branqueamento de dinheiro, por ele comandado, da ordem de R$ 10 bilhões. O monitoramento, com autorização judicial, das comunicações do já agora réu Youssef trouxe à tona uma história de tráfico de influência que reduz a mera nota de rodapé o pedido de Vargas ao parceiro para que lhe arranjasse um jatinho para levá-lo numa viagem de férias ao Nordeste - descoberto, o favor custou ao favorecido o cargo de vice-presidente da Câmara, ao qual teve de renunciar.

A traficância, essa sim, era coisa graúda. Prometendo a Vargas que, se fizesse a parte dele, os dois conquistariam a "independência financeira" - palavras textuais do doleiro captadas pela PF -, ele acionou o deputado para que o Ministério da Saúde, então chefiado pelo também petista Alexandre Padilha, contratasse com o laboratório Labogen, de que Youssef é controlador oculto, o fornecimento de uma partida de medicamentos contra a hipertensão. O negócio renderia R$ 31 milhões em cinco anos. Quando a tratativa foi noticiada pela Folha de S.Paulo, Padilha imediatamente tirou o time de campo. Deu-se o dito pelo não dito, nenhum contrato foi assinado, nenhum real desembolsado.

Mas Padilha, pré-candidato ao governo paulista, era muito mais do que, digamos, o polo passivo do arranjo. Relatório da PF praticamente sustenta que, em novembro passado, ele ofereceu a Vargas um nome para dirigir o Labogen. Numa mensagem de celular lida pelos federais, o deputado identifica o apadrinhado para o doleiro e lhe dá o número de seu telefone, antes de arrematar: "Foi Padilha que indicou". Dois dias antes, Vargas tinha escrito a Youssef: "Falei com Pad agora e ele vai marcar uma agenda comigo". Naturalmente a PF não pode afirmar com todas as letras de que Padilha, ou Pad, se tratava. Mas quem mais poderia ser?

Afinal, o indicado pelo interlocutor de ambos para ser o executivo da Labogen, Marcus Cezar Ferreira de Moura, o Marcão, tinha sido nomeado pelo ministro, em 2011, coordenador de promoção e eventos da Saúde. No ano anterior, ele trabalhara na reta final da campanha de Dilma Rousseff. Só achando que o ministro era um rematado nefelibata, o suprassumo da ingenuidade, para imaginar que ele considerasse o Labogen um laboratório sério. A sua folha de pagamento não soma mais do que R$ 28 mil. A polícia apurou que foi uma das firmas de fachada usadas por Youssef para remeter ilegalmente ao exterior US$ 444,7 milhões.

Vargas, a PF também averiguou, não é o único petista das relações do doleiro. Outros citados, por ora, são os deputados Cândido Vaccarezza e Vicente Cândido, de São Paulo. Um admite ter se encontrado com o cambista no prédio onde ele e Vargas moram. O outro diz que o conheceu - em Cuba, ora vejam - em 2008 ou 2009. Em suma, formam todos uma grande família com parentes de sangue e por afinidade que às vezes brigam, mas em geral se ajudam a conseguir poder, prestígio e riqueza. Há mais de dez anos o solar da família fica em Brasília. Na sua fachada se lê: "Tudo pelo social".

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Soneca de 50 anos: Revista The Economist diz que brasileiro é 'improdutivo'

FERNANDO NAKAGAWA - Agência Estado

LONDRES - A última edição da revista The Economist traz uma reportagem bastante crítica ao mercado de trabalho no Brasil e em especial à produtividade dos trabalhadores. Com o título "Soneca de 50 anos", a reportagem diz que os brasileiros "são gloriosamente improdutivos" e que "eles devem sair de seu estado de estupor" para ajudar a acelerar a economia.

A reportagem diz que após um breve período de aumento da produtividade vista entre 1960 e 1970, a produção por trabalhador estacionou ou até mesmo caiu ao longo dos últimos 50 anos. A paralisia da produtividade brasileira no período acontece em contraste com o cenário internacional, onde outros emergentes como Coreia do Sul, Chile e China apresentam firme tendência de melhora do indicador.

"A produtividade do trabalho foi responsável por 40% do crescimento do PIB do Brasil entre 1990 e 2012 em comparação com 91% na China e 67% na Índia, de acordo com pesquisa da consultoria McKinsey. O restante veio da expansão da força de trabalho, como resultado da demografia favorável, formalização e baixo desemprego", diz a revista.

A reportagem diz que uma série de fatores explicam a fraca produtividade brasileira. O baixo investimento em infraestrutura é uma das primeiras razões citadas por economistas. Além disso, apesar do aumento do gasto público com educação, os indicadores de qualidade dos alunos brasileiros não melhoraram. Um terceiro fator menos óbvio é a má gestão de parte das empresas brasileiras.

Há ainda a legislação trabalhista. A revista diz que muitas empresas preferem contratar amigos ou familiares menos qualificados para determinadas vagas para limitar o risco de roubos na empresa ou de serem processados na Justiça trabalhista. A revista também cita que a proteção do governo aos setores pouco produtivos ajuda na sobrevivência das empresas pouco eficientes.


A reportagem ouviu um empresário norte-americano que é dono do restaurante BOS BBQ no Itaim Bibi, em São Paulo. Blake Watkins diz que um trabalhador brasileiro de 18 anos tem habilidades de um norte-americano de 14 anos. "No momento em que você aterrissa no Brasil você começar a perder tempo", disse o dono do restaurante BOS BBQ, que se mudou há três anos para o País.

sábado, 5 de abril de 2014

Ipea faz pesquisa por ideologia

IPEA PERDEU A CREDIBILIDADE, DIZ PROFESSOR

Para especialistas, Ipea demorou para detectar e divulgar o erro dos dados, embora a ação tenha mostrado integridade por parte dos pesquisadores
Mônica Reolom - O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - Especialistas afirmam que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) demorou ao detectar e divulgar o erro dos dados, embora a ação tenha mostrado integridade por parte dos pesquisadores. No entanto, também reservam críticas à metodologia.

O professor Marcos Fernandes, do curso de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), disse que o Ipea é uma instituição renomada, mas que está perdendo credibilidade. "É uma fato grave que deveria ser um pouco mais investigado e estudado." Ele criticou a metodologia adotada na pesquisa. "As perguntas têm de ser muito bem feitas, senão, você enviesa a resposta."

Para o professor, o resultado já havia ficado comprometido antes de a inversão dos números vir à tona. "O problema desse trabalho é que ele parece mais guiado por ideologia do que pela ciência. E é muito perigoso quando um instituto de pesquisa permite ser mais guiados por interesses políticos e ideológicos do que pela pura pesquisa para identificar características básicas de como a sociedade brasileira se organiza, de como os brasileiros pensam, sobre suas crenças, e assim por diante", explicou o professor.

Fernandes destacou a repercussão que o dado incorreto causou. O resultado de que 65% acreditam que mulheres com roupas curtas merecem ser atacadas, para o economista, "gerou crenças no âmbito da ciência, da política e da psicologia social, além de debates e programas de televisão, tendo uma visão enviesada do brasileiro e da brasileira".

A professora de Matemática e Estatística da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Cileda de Queiroz e Silva Coutinho considerou, antes de tudo, que o instituto teve "decência e honradez" ao reconhecer o erro.

"Toda análise de dados pode ter problemas. O cadastramento de variáveis é feito por humanos, que estão sujeito a erros. Foi importante que o Ipea recuasse, ao contrário do que muita gente faz", afirmou a professora, que citou pesquisas eleitorais como exemplo de grande incidência de erros.

Por outro lado, segundo Cileda, não é justificável a falta de checagem nem a demora em divulgar a incorreção. "Antes de publicar, tem de fazer uma verificação e, para evitar erros, você faz mais de um tratamento com os dados. O instituto falhou em não fazer todas as checagens."

Pesquisa do Ipea estupra a verdade

O Ipea, Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, do Governo Federal, publicou uma nota admitindo que errou quando publicou que 65,1% dos entrevistados em sua pesquisa concordaram com a pergunta "Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas". De acordo com o instituto, o percentual correto é 26%.

Isso provocou alvoroço nas redes sociais e campanhas de mulheres semi-nuas dizendo que não querem ser violentadas. Os "pesquisadores" deste instituto - que deveria estar atento a economia - erraram feio. Tanto que Rafael Guerreiro Osório, diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, pediu demissão.

O erro foi absurdamente grosseiro para quem trata do assunto e, de repente, o Brasil virou país de estupradores. 

Os números desta pesquisa do Ipea, na verdade, mostram o contrário do que eles mesmos publicaram. Cerca de 91,4% dos pesquisados disseram que concordam que homem que bate na própria mulher deveria ser preso e 81,1% não concordam que mulher que apanha deve se calar para preservar os filhos.

A pesquisa foi realizada entre maio e junho do ano passado e ouviu 3.810 entrevistados dos quais 66,5% são mulheres. O erro foi considerado clamoroso, irresponsável e grotesco. Mas, logo que foi publicado, Dilma e suas ministras entraram em campo "apoiando" as mulheres. Parecia bandeira de campanha política. Pelas redes sociais lançaram-se em defesa das brasileiras desprotegidas e, no final, acabaram estupradas pelo Ipea.

Osório pediu demissão e junto com ele deveria seguir Marcelo Neri, um petista de carteirinha e o presidente do Instituto. No ano passado, diante de um crescimento econômico pífio Neri, em defesa de Dilma, disse que "o Brasil optou por um crescimento de qualidade" tentando justificar a péssima gestão econômica e um PIB de 1%. Claro, virou piada. Estuprada.

PS: O Ipea tem uma "filial" na Venezuela e realiza pesquisas de apoio para o governo do país. As pesquisas nunca mostram que a inflação é altíssima, que há desabastecimento e o descontentamento é geral.

terça-feira, 11 de março de 2014

Dois condenados em Marília por nepotismo

Ex-prefeito Bulgareli e "Sojinha": condenados

Justiça reafirma condenação de Bulgareli e Sojinha por prática de nepotismo

Marília Transparente

O TJ (Tribunal de Justiça) negou o recurso interposto pelo ex-prefeito Mário Bulgareli e Antônio Carlos Guilherme de Souza Vieira, o Sojinha, que foram condenados em primeira instância pela prática de nepotismo.

Em 12 de abril de 2010, Bulgareli nomeou Sojinha para ocupar o cargo em comissão de Diretor-Executivo do Daem (Departamento de Água e Esgoto de Marília). Todavia, Sojinha é cunhado do então vice-prefeito José Ticiano Toffoli. Desse modo, a nomeação estaria contrária às normas constitucionais do Supremo Tribunal Federal.

Para dar legalidade à nomeação, Bulgareli enviou à Câmara Municipal um Projeto de Lei equiparando o cargo de Diretor-Executivo do Daem ao de Secretário de Governo, gerando a Lei Complementar nº 597/10, que entrou em vigor em 25 de maio de 2010.

Sojinha apelou da decisão da 3ª Vara Cível de Marília alegando não haver relação de parentesco com Bulgareli e que foi nomeado para ser Diretor Executivo do Daem em razão da sua capacidade. Já Bulgareli afirmou que não teve oportunidade para apresentar defesa.

Porém, o TJ afastou esses argumentos e afirmou que está comprovada a nomeação de Sojinha, cunhado do ex-vice prefeito Ticiano Tóffli, ao cargo público e que o direito de defesa não foi suprimido.


“Consigne-se, a priori, que o nepotismo é mal que assola o Brasil desde a administração colonial e deve ser banido, urgentemente. Não se coloca a questão da competência ou não do parente do agente público: o contribuinte não aceita e não quer custear a nomeação de privilegiados aparentados ou cônjuges de uma cara burocracia eleita, e para tanto inseriu na Constituição os princípios da moralidade e impessoalidade. O nepotismo é uma das formas de corrupção”, afirma a sentença.

Deste modo, foi reafirmada a condenação de Bulgareli e Sojinha, que foram sentenciados a perda da função pública, suspensão dos direitos políticos pelo prazo de cinco anos, pagamento de multa civil no valor de R$ 22.300,10 (correspondente a cinco vezes o valor do salário líquido recebido por Sojinha mais correção monetária) e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais pelo prazo de três anos.

Para ler a sentença, clique aqui: Nepotismo_Sojinha e Bulgareli

Marcha dos Elefantes Brancos denunciará a burocracia e politicagem na segurança pública

Se pergunte o que a Polícia Federal, sob o comando do Ministro da Justiça, o fraco e manipulado José Eduardo Cardozo - que pertence ao PT - pode fazer numa investigação das trapalhadas de membros do seu próprio partido? Ou que seriedade existe no planejamento e coordenação da segurança da Copa de 2014, realizada por centenas de "apadrinhados políticos do PT" dentro da PF, sem nenhuma experiência em campo?

Contra isso e contra o excesso de burocracia e politicagem na segurança pública é que centenas de policiais federais promoverão amanhã (dia 12, quarta feira) uma passeata pela Esplanada dos Ministérios denominada "Marcha dos Elefantes Brancos", organizada pela Federação Nacional dos Policiais Federais que reúne cerca de 20 mil filiados em todo país.

Enormes elefantes brancos infláveis desfilarão simbolizando o péssimo tratamento e salários dado aos policiais, falta de recursos e interferência política.

Nesta semana haverá desdobramento de mais uma etapa da greve nacional dos agentes, escrivães e  papiloscopistas federais. Segundo Jones Borges Leal., presidente da Federação, "o que se observa é uma tendência emergencial à militarização, com tanques e fuzis apontados para os brasileiros."

segunda-feira, 3 de março de 2014

Calor emocional ajuda vender mais

Uma loja comercial de rua ou shopping com temperatura de 20º venderá menos que uma loja idêntica com temperatura de 25º. Idem para compradores em lojas virtuais. Eles terão mais impulso para as compras quando a temperatura na sala não estiver exageradamente baixa e poderão pagar até mais mais por um produto.

Isto é a conclusão de uma pesquisa realizada por um departamento da Universidade de Jerusalém. Segundo o estudo, uma temperatura agradável do ambiente pode provocar calor emocional no consumidor e melhorar sua percepção de valor para os produtos, sua qualidade e variedade. Num ambiente muito frio essa vantagem diminui e chega a provocar desconforto nas pessoas.

Entretanto deve se considerar que no sul do Brasil a temperatura média sempre é mais baixa (20º a 22º) e no sudeste, 25º. O que se chama de temperatura agradável deve ser pesquisada em cada região. O que se percebeu é que temperaturas exageradamente baixas tendem a deixar o consumidor menos propenso as compras.

O cliente, estando confortável, claro, compra mais.

domingo, 2 de março de 2014

Mensalão: o crime bem organizado

Por Miriam Leitão

Todas as tardes foram tristes. Horas e horas vendo o dissecar de um crime pelo qual conspiraram publicitários, banqueiros e, principalmente, poderosos de um partido político que fez da “ética na política” seu lema inaugural.

Não era com alegria que o país via os longos votos nos quais, através da linguagem árida do mundo jurídico, a verdade desenhava um quadro desalentador.

Se alegria houve foi constatar a inédita mudança. Nunca antes na história deste país, poderosos de um partido, ainda no governo, foram condenados por ministros do Supremo indicados por aquele mesmo grupo político. Era o sonho, enfim, da quebra da cadeia da impunidade e de uma Justiça igualitária e impessoal. Era o aperfeiçoamento da democracia que pressupõe independência dos poderes.

Não foi prazeroso acompanhar as explicações da engenharia financeira tortuosa do crime instalado no coração da República, em que bancos concederam empréstimos forjados, um publicitário exibiu conexões impróprias, entidades públicas tomaram partido, o marqueteiro do presidente confessou que foi pago de forma nebulosa, o tesoureiro admitiu caixa dois e muito dinheiro foi distribuído a políticos da base governista, perto de votações. Nas minúcias, detalhes, contradições, e, principalmente, no concurso de muitos coautores, o país viu expostas operações de uma rede na qual o grande perdedor era o interesse público.

Foram tardes tristes, estafantes, mas não perdidas. O Brasil avançou, os acusados passaram a réus, de réus a condenados, de condenados a presos. O difícil está sendo entender a última das tardes. Haverá outras, mas essa foi definidora. Novos ministros, escolhidos majoritariamente no fim do processo, reformaram sentença já dada e tornaram toda a peça um conjunto desconjuntado.

Os autores do crime estavam juntos, juntos buscaram o mesmo objetivo, escolheram métodos ilegais, usaram o Estado como sesmaria, atuaram de forma coerente. Mas não formaram uma quadrilha. O que seriam eles? Um conjunto de rock? Uma facção? Uma falange? Um avião?

E quem foi o super-homem? O capo? Quem tinha maior poder que os outros de ferir os interesses coletivos? Quem estava com o primeiro ministério nas mãos ou quem mantinha com ele uma relação próxima? Na última das tardes, entendemos que mais forte é um publicitário que um chefe da Casa Civil. Os operadores cumprirão penas muito maiores do que os políticos. Com a ajuda da estranha matemática do processo penal no Brasil — em que um sexto é sempre igual ao todo — em breve tudo estará encerrado para os autores políticos. Os operadores permanecerão cumprindo a pena.

Os argumentos usados pelos integrantes da ala nova do Supremo não convenceram porque ferem a lógica dos eventos, a alma da sentença. E ao reformarem o que já estava estabelecido tiraram uma parte do fundamento do edifício. Ele balança sobre um vazio.

Há erros cometidos em outros partidos. Há um novo processo chegando ao Supremo, e espera-se que o plenário o julgue, para que não haja dois pesos e duas medidas para diferentes agremiações. E tudo o que a Nação espera é rigor no julgamento que aguarda na fila, até por ser um esquema parecido, exceto pela falta de distribuição de dinheiro para a base partidária.

Contudo, o Brasil avançou naquelas tardes. Não poderá dizer, o político-réu do novo processo, que foi apenas caixa dois e só para cobrir gastos de campanha ao governo. Os advogados que nos poupem de repisar as mesmas surradas desculpas de crimes aceitáveis. Isso permanece intacto: caixa dois é corrupção.

Ficarão votos fortes, jurisprudência, textos que serão usados em outros momentos em que a pátria for de novo acossada por — não quadrilhas, elas são abstrações — mas pelo concurso de delinquentes.

Duas rachaduras na parede do edifício poderão virar brechas pelas quais escapem os futuros membros de concursos. Primeiro, o temor de que governantes só escolham ministros com a promessa prévia de condescendência com os erros dos seus. Isso faria um STF com bancadas partidárias. Segundo, a confirmação da distopia de George Orwell na “Revolução dos Bichos”. Alguns são mais iguais que os outros.

O momento é de revisitar as enfadonhas tardes desse julgamento em que o Supremo fez história para lembrar, reforçar e confirmar cada etapa do avanço institucional dolorosamente conquistado.

sábado, 1 de março de 2014

Pib de 2,3% mostra que a economia do país vai mal

O olhar de águia de Mantega: otimismo com números tão pífios do Pib 2013

O PIB da anemia
O Estado de S.Paulo

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, revelou-se um economista com olhar de águia, ao encontrar motivos de otimismo nos minúsculos e pífios números do desempenho econômico em 2013. O crescimento de 2,3% foi muito menor que o da maioria dos países em desenvolvimento e confirmou, para as pessoas de visão comum, o mau estado da economia brasileira. Mas, segundo o ministro, foi uma expansão "de qualidade", por ter sido puxada pelo investimento. Ele também ressaltou - e nisso foi acompanhado por vários analistas de visão igualmente aguda - a "boa surpresa" do último trimestre, quando o Produto Interno Bruto (PIB) foi 0,7% maior que nos três meses anteriores. Esse ritmo, lembrou Mantega, equivale a 2,8% em termos anualizados. Uma pessoa de olhar menos sensível perguntará: e daí? É esse um ritmo satisfatório, quando se consideram o tamanho e as possibilidades do País?

Também no mercado financeiro houve comentários sobre o trimestre final de 2013 e sobre como o desempenho nesse período poderá afetar a economia em 2014. Notável perda de tempo. Em primeiro lugar, o crescimento de 2,3% havia sido projetado pelo Banco Central (BC) e também por economistas do mercado no fim do ano. Esse número aparece no boletim Focus de 27 de dezembro. É meio estranho, portanto, o falatório sobre "surpresa". Mas o mais importante para a avaliação do quadro e das perspectivas é verificar o estado de saúde do sistema produtivo. Para começar, o investimento mencionado pelo ministro da Fazenda continua ridículo, pelos padrões mais comuns de visão e de julgamento. O investimento em capital fixo - máquinas, equipamentos, instalações empresariais e infraestrutura - foi 6,3% maior que o do ano anterior. De fato, isso puxou o resultado geral. Mas esse investimento havia diminuído 4% em 2012 e, portanto, houve pouco mais que a compensação de uma queda. Além disso, o valor investido passou de 18,1% do PIB para pífios 18,4%.

A proporção mais alta dos últimos 14 anos (19,5%) foi alcançada em 2010 e nunca se repetiu. O Brasil investe menos que vários de seus vizinhos e muito menos que os países emergentes da Ásia. Segundo o ministro da Fazenda, a taxa de 24% será alcançada até 2020. Outros sul-americanos já alcançaram e até ultrapassaram esse nível.

A mísera expansão do investimento só foi possível com a captação de recursos externos, porque a poupança interna, já muito baixa, diminuiu de 14,6% para 13,9% do PIB. Isso é um reflexo da expansão do consumo tanto privado quanto do governo. O setor público, apesar de todo o palavrório sobre o Programa de Aceleração do Crescimento, o fracassado PAC, continua investindo pouco e desperdiçando muito dinheiro com um custeio muito mal administrado.

É igualmente estranho falar sobre crescimento "de qualidade" quando se examina o tenebroso desempenho da indústria. O produto industrial, incluídos todos os segmentos, cresceu apenas 1,3%, pouco mais que o suficiente para repor a perda de 0,8% no ano anterior. Há, no entanto, detalhes mais feios que o panorama geral.

A indústria de transformação produziu 1,9% mais que no ano anterior. Mas a produção em 2012 havia sido 2,4% menor que em 2011. A expansão em 2013 foi insuficiente, portanto, para o mero retorno ao nível de dois anos antes. Só a percepção de detalhes muito especiais e invisíveis para a maioria das pessoas deve permitir ao ministro, portanto, a fala otimista sobre a qualidade da expansão em 2013.

Para o julgamento comum, os números do ano passado confirmam o fracasso econômico da política baseada no estímulo ao consumo e nas desonerações fiscais concedidas a setores selecionados. O consumo das famílias aumentou 2,3% no ano passado. Foi o décimo crescimento anual consecutivo. Mas a oferta industrial continuou emperrada e insuficiente.

Muitos economistas têm projetado para 2014 um crescimento inferior ao de 2013. Poderão até elevar suas projeções, mas a mudança será irrelevante. Apesar de algumas concessões em infraestrutura, há poucos sinais - exceto, talvez, para olhos de águia - de melhora no potencial da economia.

A economia da hiena

ROLF KUNTZ - O Estado de S.Paulo
 
De que se ri o animalzinho? - pergunta o cidadão, na velha piada, ao saber da parcimônia sexual e das preferências gastronômicas da hiena. A mesma perplexidade é inevitável diante da aparente alegria de tantos analistas ao conhecer os números da economia nacional em 2013. O miserável aumento de 2,3% do produto interno bruto (PIB) foi descrito como surpreendente. O crescimento de 0,7% no trimestre final quase foi celebrado como o início de uma era de expansão chinesa. Dois argumentos foram usados para justificar a comemoração. Projetado para um ano, aquele resultado trimestral equivale a 2,8%, lembrou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O outro argumento, um pouco mais complicado, aponta o esperado efeito de carry over, ou carregamento. Se a expansão econômica for nula nos primeiros três meses deste ano, será pelo menos mantido o patamar alcançado no trimestre anterior. Daí a necessidade, segundo os mais entusiasmados, de uma revisão das projeções para 2014. Na semana passada, a mediana das projeções coletadas para o boletim Focus, do Banco Central (BC), havia ficado em 1,87%.

Essa alegria é mais preocupante que os números ainda muito ruins das contas nacionais. Com um pouco de juízo e medidas certas pode-se fazer a produção crescer muito mais que nos últimos três anos, quando a média ficou em vergonhosos 2%. Mas o problema se complica sensivelmente quando as pessoas começam a encarar como normal um desempenho pífio, muito abaixo das possibilidades do País, e a festejar pequenas melhoras.

Quem aceita esse padrão de normalidade passa a raciocinar dentro dos limites da política econômica em vigor nos últimos anos. Passa a falar a linguagem do ministro da Fazenda e a aceitar como razoáveis seus critérios de avaliação. Uma coisa é destacar, por seu efeito estatístico, a expansão de 6,3% do investimento em capital fixo. Outra, muito diferente, é apontar esse número como algo extraordinário. Só se entusiasma quem esquece dois fatos bem conhecidos e, de toda forma, indicados com clareza nas contas publicadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nem um estrangeiro se enganaria ao ver esses números.

Em primeiro lugar, o investimento 6,3% maior que o de 2012 ocorreu depois de uma queda de 4%, detalhe aparentemente esquecido ou negligenciado por muita gente. Em termos de volume, ficou pouco acima, portanto, do registrado em 2011. Em outras palavras, a formação bruta de capital fixo ficou praticamente estagnada ao longo de dois anos.

Em segundo lugar, a taxa de investimento passou de 18,2% do PIB em 2012 para 18,4% em 2013, muito inferior aos padrões dos emergentes e ainda abaixo do pico de 19,5%, registrado em 2010. O nível de 24%, já alcançado por alguns sul-americanos, será atingido até 2020, prometeu o animado ministro da Fazenda.

A estagnação da indústria está refletida tanto no crescimento do setor, 1,3%, quanto nas contas externas. As exportações de bens e serviços aumentaram 2,5%, em termos reais, enquanto as importações cresceram 8,4%. A piora das contas externas já era conhecida. O déficit em conta corrente passou de US$ 54,25 bilhões em 2012 (2,41% do PIB) para US$ 81,37 bilhões em 2013 (3,66% do PIB). A deterioração do balanço de pagamentos é explicável principalmente pela erosão da conta de mercadorias. Essa conta continua em mau estado.

Entre o começo do ano e a terceira semana de fevereiro o País acumulou um déficit comercial de US$ 6,75 bilhões. As vendas ao exterior, US$ 26,91 bilhões, foram 3,7% menores que as de um ano antes, pela média diária, e as importações, US$ 33,65 bilhões, 0,6% maiores, pelo mesmo critério.

Mais uma vez, em 2014 o saldo comercial dependerá do amplo superávit obtido com as commodities, principalmente do agronegócio. A julgar pelos dados até agora conhecidos, dificilmente a indústria será muito mais competitiva, nos próximos meses, do que tem sido nos últimos cinco ou seis anos. As importações começaram a crescer mais velozmente que as exportações antes da crise de 2008. O problema, na época, já era o enfraquecimento da indústria diante dos concorrentes estrangeiros. Afinal, o famigerado custo Brasil já estava na pauta desde muitos anos e nada se havia feito para torná-lo mais suportável. Enquanto a discussão se prolongava sem resultado, o problema se tornava mais grave e a economia nacional ficava menos eficiente e menos capaz de produzir de forma competitiva.

O mau uso do dinheiro público, o desajuste fiscal e a inflação elevada são componentes desse quadro de baixa produtividade, mas há pouco estímulo para o governo cuidar seriamente de qualquer desses problemas. Há oposição à alta dos juros, apesar da inflação resistente e ainda muito elevada. Até a meta fiscal anunciada há poucos dias foi criticada, como se o governo estivesse empenhado, com sua modesta exibição de austeridade, em matar o crescimento.

Há alguns anos o economista Mohamed El-Erian, então um dos chefões do Pimco, um dos maiores fundos de investimento, criou, juntamente com seu colega Bill Gross, a expressão "novo normal", para descrever o padrão observado desde o começo da crise: crescimento baixo, desemprego alto e juros próximos de zero no mundo rico. No Brasil, a reação de muitos analistas aos números pífios de 2013 parece indicar a consolidação de uma nova normalidade econômica. Mas, neste caso, o crescimento baixo é combinado com inflação alta e resistente e contas públicas precárias.

Junta-se a isso uma baixíssima disposição para cuidar de problemas bem conhecidos, mas nunca atacados para valer. Nesse quadro, incentivos parciais e de pouco efeito para o crescimento acabam valendo mais que mudanças de grande alcance. Reformas para tornar a economia mais eficiente são complicadas e tomam tempo. Para que esperar? Nesse novo normal, menos e menos pessoas, a cada dia, acharão estranha a satisfação da hiena.