Exportações concentradas para China. |
Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza
A economia chinesa só perde para os Estados Unidos. Mas em manufaturas já bateu os americanos. O crescimento vertiginoso, em torno de 8 a 10%, levou seu PIB para algo em torno de US$ 7,5 trilhões, próximo de 13% da economia mundial. Ela produz mais de 500 milhões de porcos e 500 milhões de toneladas de grãos.
É a maior produtora de milho e arroz, distante do fiasco comunista de Mao Tse Tsung que estatizou a produção agrícola e matou milhões de fome. Comunistas lá só os dirigentes. Não há eleições, a imprensa não é livre e a internet é controlada. Lá não tem Facebook. Ao contrário do comunista Mao que fechava escolas para punir as elites, os dirigentes de hoje investem em educação e em infra-estrutura. Ainda hoje os trabalhadores chineses tem a menor remuneração do mundo e grande parte vive em situação de pobreza.
Para sustentar esse crescimento, os chineses importam muita matéria prima. Entre janeiro e agosto deste ano o Brasil exportou pra lá U$ 29,3 bilhões e importou próximo de U$ 22,5 bilhões. Somente em minérios, 49% das exportações da Vale foram pra China.
Mas lá o país começa a enfrentar problemas: onde enfiar tanto dinheiro? Obras faraônicas, estradas que vão pra lugar nenhum, construções desnecessárias começam a cobrar seus preços. Imagine uma megalópolis construída para abrigar 12 milhões de pessoas, abandonada. Centenas de prédios novos, desocupados. Hotéis e shoppings imensos e moderníssimos, sem clientes. A bolha chinesa vai explodir. O Brasil é grande parceiro da locomotiva chinesa e se eles puxarem o breque, nossa economia descarrilha. Pior, os chineses começaram a apertar o breque.