quinta-feira, 31 de julho de 2014

Catástrofe na economia brasileira

O fim do Brasil?

Algo próximo a uma catástrofe está por acontecer, em menos de um ano, no Brasil. Esta previsão é da Empiricus Research, uma empresa de pesquisas e previsões financeiras. A candidata Dilma já está tentando calar a publicidade dessa empresa, veiculada pela internet e os motivos alegados são os mesmos utilizados contra o Santander - que covardemente demitiu o analista de mercado - por publicar uma nota em que afirma que a bolsa sobe quando Dilma cai nas pesquisas, um fato. O principal banco alemão acabou de repetir o mesmo conselho.

E, de um modo geral, a população ignora os fatos relevantes que vem ocorrendo com a economia do país e toca a vida como se nada anormal estivesse ocorrendo. Embora os sinais sejam mais perceptíveis nos supermercados por conta da inflação alta, a economia, em todas as áreas, está entrando em colapso. Com sua estagnação o desemprego aumentará de forma dramática e os salários retrairão consideravelmente. O crédito ficará restrito e as vendas despencarão. Haverá grande endividamento das famílias.

Os fatos analisados correspondem com as previsões: o crescimento da economia é um dos menores desde 1990 e deverá fechar 2014 menor que 0,9%; registrou-se a maior queda na oferta de postos de trabalho desde maio de 92; péssimo resultado nas contas públicas na história do país; o pior deficit na conta corrente em maio e uma taxa de juros que explodirá em 2015 - em torno de 12% -, quando os Estados Unidos aumentarão a sua para atrair investimentos. Soma-se a inflação alta, muito acima da previsão de 4,5% e além do teto de 6,5%.

Pior que tudo isso é que a inflação anunciada não é verdadeira considerando que muitos preços são manipulados pelo governo, como da gasolina, energia e tarifas de transporte. Hoje ela gira em torno de 10% se se desconsiderar seu atual congelamento.

De 1990 a 1994, a inflação anual média foi de 1.210% enquanto o crescimento do PIB não passava de 1,3%. Estamos voltando a essa época. Respirava-se desconfiança e não havia investimento privada em meio ao caos de tabelamentos de preços e planos econômicos para tentar conter uma alta mensal de 80%.

Os investidores estão sendo orientados a não investir no Brasil por conta de suas ações econômicas restritivas, prática de erros constantes e excesso de interferência do Estado no mercado. Felipe Miranda, sócio da Empiricus Research, prevê que o caos econômico provoque instabilidade social com o aumento de assaltos, roubos, sequestros, latrocínios e sugere que "governos desesperados podem tomar atitudes desesperadas" como bem conhecemos da vizinha Venezuela e Argentina. Pra não sair do nosso território, relembre que Collor bifou seu dinheiro no banco.

Uma das possibilidades é o aumento de impostos sobre movimentação financeira. Comprar dólar e euro é a sugestão que mais se ouve de especialistas da área. A Empiricus Research lançou uma campanha chamada O Fim do Brasil? onde ensina como proteger seu dinheiro.

Entre otimistas e pessimistas deposite sua confiança em quem não acredita em papai noel, coelhinho da páscoa e político ético. O resto é ditadura.

Dilma na sabatina da CNI: uma presidente pra lá de “Fugujima”


Por Reinaldo Azevedo

Na sabatina de que participou na Confederação Nacional da Indústria, a presidente Dilma Rousseff voltou a atacar o que chamou de “surtos de pessimismo”, afirmando, para certo espanto geral, que uma das marcas de sua gestão foi ter “resgatado a política industrial, superando preconceito dos que, durante muito tempo, disseram que o Brasil não precisava de política industrial”. Huuummm… Quais são exatamente as medidas do governo Dilma que podem ser consideradas uma “política industrial”? A rigor, com uma administração um pouquinho mais competente das políticas monetária e cambial e com outras prioridades, nem seria necessário ter uma “política industrial”.

A fala da presidente Dilma indica que o governo perdeu a capacidade de enxergar o que vem adiante. Administram-se dificuldades contingentes, com incentivos aqui, desonerações ali… Não é, obviamente, política industrial. Na verdade, não chega a ser nem política econômica.

A presidente falou coisas que afrontam escandalosamente a verdade. Referindo-se à crise de 2008, afirmou a nossa soberana: “Preparamos a base para a retomada do crescimento. Não desorganizamos a economia, como se fazia no passado. Não recorremos sistematicamente ao FMI”. Ah, presidente! Esse tipo de conversa pode funcionar para outro público; pode servir para a retórica palanqueira… Mas na CNI? O partido que votou contra o Plano Real e recorreu ao STF contra a Lei de Responsabilidade Fiscal vem dizer que “não desorganizamos a economia como no passado”? E não custa lembrar: o país só recorreu ao FMI em 2002 por causa do risco PT. O mercado levava o partido a sério e acreditava que ele iria fazer o que prometia. Ou por outra: apostou que o PT fosse intelectualmente honesto e praticasse o que pregava. Felizmente, os petistas não acreditavam no seu próprio credo.

Num dado momento de sua exposição, Dilma se atrapalhou toda: subtraiu 4 de 13 e encontrou 7. Corrigiu-se em seguida e chegou a 9. Tentou falar do furacão Katrina, mas se atrapalhou e se referiu “àquilo” — cujo nome não se lembrava (era o tsunami) — que aconteceu, segundo ela, em Fugujima, seja lá onde fique essa cidade. Ninguém entendeu nada. Mas, creiam, não foi o momento mais confuso de sua exposição. Foi apenas o mais engraçado.

Dilma participava da sabatina no dia em que veio a público a informação de que a economia americana cresceu acima da expectativa. No horizonte de curto prazo, estão a elevação dos juros americanos e a possível fuga do Brasil de investimentos de curto e de médio prazo. Nesta terça, o FMI anteviu que essa é uma das precondições que podem jogar a economia brasileira numa nova crise. Guido Mantega tentou desancar o FMI. Os fatos pendem para o lado do Fundo. O que Dilma tem a dizer a respeito?

Na década de 70, Caetano lançou a música “Qualquer Coisa”, em que se ouve: “Você tá pra lá de Teerã”… Dilma está pra lá de “Fugujima”!!!

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Banco alemão alerta seus investidores sobre o "risco" Dilma.

E aí, Dilma: vai ameaçar o banco alemão, também?

O Deutsche Bank passou a alertar seus clientes sobre a possibilidade de Dilma Rousseff reeleger-se e causar danos em seus investimentos. Na análise do banco alemão espera-se uma eleição que só se decida no segundo turno. 

Segundo o jornal Estadão, "em nota enviada a clientes ontem, o estrategista para mercados emergentes do Deutsche Bank, Hongtao Jiang, rebaixou o peso dos títulos soberanos do Brasil em dólar de “neutro” para “underweight” (abaixo da média dos títulos que compõem a carteira sugerida para mercados emergentes), o que levaria os investidores a reduzir as suas aplicações nos papéis brasileiros em favor de outros países emergentes."

A nota do banco alerta que Dilma usa apelo populista para conseguir votos e que o mercado possa estar muito otimista com uma possível melhora do Brasil num segundo mandato da candidata. Segundo comunicado do banco, "o nível atual de preços dos títulos brasileiros não compensa o risco" considerando o atual quadro da economia brasileira com inflação alta, baixo crescimento, piora  na balança de pagamentos e falta de melhor perspectivas da economia agora e depois das eleições.

O comunicado diz que “a popularidade dela continuará caindo nas pesquisas de opinião decorrente do péssimo momento da economia e também em razão de uma crise de energia, uma investigação no congresso e dificuldades ao sediar a Copa do Mundo”.  A nota do banco alemão também vê chances de Lula substituir Dilma.

Jiang lastreou sua análise no comportamento populista de Dilma que já anunciou um reajuste de 10% nos valores do Bolsa Família e a correção do IR em 4,5% para o próximo ano além de considerar que a inflação continua alta. Ele avalia que, havendo havendo racionamento de energia, o ritmo industrial cairá piorando a economia.

E agora, Dilma, vai ameaçar o banco alemão também como fez com o Santander no Brasil?

PMDB: o aliado do caos

Michel Temer: presidente do PMDB

O PMDB, que um dia foi um partido de luta pela democracia, já colecionou em suas fileiras nomes de políticos éticos e de respeito. Ulysses Guimarães foi um deles. Hoje transformou-se no mais fisiologista, entre todos, e principal responsável pela sustentação de um governo autoritário e corrupto, comandado por uma prostituta política que criou 39 ministérios para abrigar a sanha desavergonhada dos partidos apoiadores.

O nome maior do partido hoje é Michel Temer, o rei da corda bamba. Especializado em colar-se no poder, Temer habituou-se no humilhante processo de engolir sapos. Por exemplo, quando Dilma pregava o plebiscito, Temer dizia que era inviável. Publicamente Dilma jogou um caminhão de melancias sobre o "corajoso constitucionalista" e Temer recuou, covardemente e, rapidamente, soltou uma nota afirmando que era a favor do plebiscito desde criancinha. 

Como MDB, Movimento Democrático Brasileiro, fundado em 1966 para se opor ao regime militar instaurado em 1964, o partido acolheu comunistas do PCB e PCdoB, dissidentes do PSD e PTB. O MDB tinha ideologia, tinha um norte.

Mas, em 1980, com a sigla alterada para PMDB, o partido transformou-se num ônibus sem destino lotado com passageiros sem ideais. Um saco de gatos. Um partido que faz qualquer negócio, desde que permaneça no poder.

Principal aliado do PT num desastrado governo que aplaude ditaduras e assiste posse de defunto na presidência de um país, o PMDB ainda carrega a oportunidade de se transformar no salvador de uma nação se elegesse como prioridade a defesa da democracia no lugar do seu fisiologismo vergonhoso.

terça-feira, 29 de julho de 2014

O Estado e o capitalismo

Dilma Rousseff: terrorismo explícito contra o mercado financeiro

Merval Pereira, O Globo / Da coluna do Noblat

Concordo com a presidente Dilma, que classificou ontem o que está acontecendo no mercado financeiro de “inadmissível” e “lamentável”, mas tenho a visão oposta à dela: o que é inaceitável é um governo, qualquer governo, interferir em uma empresa privada impedindo que ela expresse sua opinião sobre a situação econômica do país. Sobretudo uma instituição financeira, que tem a obrigação de orientar clientes para que invistam seu dinheiro da maneira mais rentável ou segura possível.

Numa democracia capitalista como a nossa, que ainda não é um “capitalismo de Estado” como o chinês — embora muitos dos que estão no governo sonhem com esse dia —, acusar um banco ou uma financeira de “terrorismo eleitoral”, por fazerem uma ligação óbvia entre a reeleição da presidente Dilma e dificuldades na economia, é, isso sim, exercer uma pressão indevida sobre instituições privadas.

Daqui a pouco vão impedir o Banco Central de divulgar a pesquisa Focus, que reúne os grandes bancos na previsão de crescimento da economia, pois a cada dia a média das análises indica sua redução, agora abaixo de 1% este ano.

Outro dia, escrevi uma coluna sobre a influência da economia nos resultados eleitorais, e o incômodo que a alta cúpula petista sentia ao ver análises sobre a correspondência entre os resultados das pesquisas eleitorais e os movimentos da Bolsa de Valores: quando Dilma cai, a Bolsa sobe.

Essa constatação, fácil de fazer e presente em todo o noticiário político do país nos últimos dias, ganhou ares de conspiração contra a candidatura governista e gerou intervenções de maneiras variadas do setor público no privado.

O Banco Santander foi forçado a pedir desculpas pela análise enviada a investidores sugerindo que prestassem atenção às pesquisas eleitorais, pois, se a presidente Dilma estancasse a queda de sua popularidade ou a recuperasse, os efeitos imediatos seriam a queda da Bolsa e a desvalorização cambial. E vice-versa.

O presidente do PT, Rui Falcão, já havia demonstrado que o partido governista não se contenta com um pedido de desculpas formal, como classificou a presidente Dilma: “A informação que deram é que estão demitindo todo o setor que foi responsável pela produção do texto. Inclusive gente de cima. E estão procurando uma maneira de resgatar o que fizeram”.

Ontem, na sabatina do UOL, a presidente Dilma disse, em tom ameaçador, que terá “uma conversa” com o CEO do Banco Santander.

Mas não foi apenas o Banco Santander que sofreu esse assédio moral por parte do governo. Também a consultoria de investimentos Empiricus Research foi acusada pelo PT de campanha eleitoral em favor do candidato oposicionista Aécio Neves, tendo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acatado o pedido para que fossem retirados do Google Ads anúncios bem-humorados do tipo “Como se proteger de Dilma” e “E se Aécio ganhar”.

Justamente é este o ponto. A cada demonstração de autoritarismo e intervencionismo governamental, mais o mercado financeiro rejeita uma reeleição da presidente Dilma, prepara-se para enfrentá-la ou comemora a possibilidade de que não se realize.

Isso acontece simplesmente porque o mercado é essencialmente um instrumento da democracia, como transmissor de informações e expressão da opinião pública.

Atitudes como as que vêm se sucedendo, na tentativa de controlar o pensamento e a ação de investidores, só reforçam a ideia de que este é um governo que não tem a cultura da iniciativa privada, e não lida bem com pensamentos divergentes, vendo em qualquer crítica ou mesmo análise uma conspiração de inimigos que devem ser derrotados.

Um dos sócios da consultoria Empiricus Research, Felipe Miranda, afirmou em entrevistas que não se intimidará, e fez uma constatação óbvia. “O que já vínhamos falando aos nossos clientes sobre a gestão do governo e a condução da política econômica só piorou com esse cerceamento”.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Ineficácia do método global/construtivista é provada em laboratório

Método fônico alfabetiza melhor e mais rápido, diz neurocientista
Stanislas Dehaene: a ineficácia do método construtivista está provada não só em laboratório, mas em centenas de experimentos realizados em inúmeros países.

Por Edson Joel Hirano Kamakura de Souza / Atualizado em 12.03.2020

Stanislas Dehaene, matemático e neurocientista francês, afirmou que o método fônico é o mais eficiente e que uma criança pode ser alfabetizada, em português, em menos de um ano. Na maioria das escolas públicas brasileiras, com métodos lastreados em teorias construtivistas, as crianças chegam ao 9º ano com sérias dificuldades para ler, escrever e interpretar o que leu. Todas as avaliações indicam isso, inclusive a última, patrocinada pela Unesco: nossos alunos do Ensino Básico atingiram níveis de proficiência "abaixo do básico e básico" e muito pouco do adequado e quase nada do avançado.

Esta foi uma das mais importantes conclusões de Dehaene durante uma palestra no seminário promovido pela Secretaria da Educação de Santa Catarina e transmitida, ao vivo, para mais de 2000 diretores, supervisores, coordenadores e professores da rede estadual.

O cérebro impõe a sequência

Segundo matéria publicada na página da Secretaria da Educação de Santa Catarina, Dehaene garantiu que “embora desagrade a muitos, não se aprende a ler de cem maneiras diferentes. Cada criança é única, mas, quando se trata de alfabetização, todas têm basicamente o mesmo cérebro que impõe a mesma sequência de aprendizagem. Quanto mais respeitarmos sua lógica, mais rápida e eficaz será a alfabetização”.

Milhares de estudos em laboratório mostram que "os cérebros ativam os circuitos corretos para a leitura quando a criança aprende a relação de sons e símbolos gráficos ganhando velocidade e autonomia para lerem palavras novas, de forma muito mais rápida", disse o cientista. "O atual método utilizado no Brasil, o construtivismo, é ineficaz e isso está provado não apenas em laboratório mas em centenas de experimentos realizados em inúmeros países. E esses conhecimentos científicos estão reorientando as políticas públicas em vários deles" - cita o site da Secretaria da Educação de Santa Catarina. Portugal é um deles.

Método global: construindo cidadãos analfabetos

O novo ministro da educação de Portugal, Nuno Crato, aboliu as teorias de Piaget e colocou a neurociência na sala de aula. Ferrenho crítico do que ele chama de "eduquês", Crato sempre questiona como o método construtivista quer construir cidadãos que chegam ao ensino médio, analfabetos: "o jovem não consegue entender o que lê numa revista ou jornal. Que cidadão e esse?" - pergunta. Em pouco menos de três anos promoveu uma grande revolução no ensino português, até então, como o Brasil, nas últimas colocações do Pisa. Nuno Crato não abre mão de um ensino rigoroso, lastreado em conteúdos curriculares (Português, Matemática, História, Geografia, Ciências e Inglês), metas, avaliações e mérito.

O construtivismo propõe que as crianças não sejam "adestradas" com a repetição de sílabas mas se preocupa em fazer as crianças darem mais atenção ao significado das palavras. 

"O problema é que o cérebro precisa decodificar para ler, só consegue prestar atenção no significado quando a leitura ganha certa velocidade e que conseguimos isso muito mais rápido com o método fônico", explicou Dehaene.

Classes iguais, resultados diferentes

E o cientista contou uma experiência realizada na França que resume bem a situação vivida nos países que utilizam a teoria do método global. Crianças, do mesmo nível socioeconômico, foram divididas em dois grupos: um foi alfabetizado pelo método global e o outro, pelo fônico. No final da escolarização os alunos que haviam sido alfabetizados pelo método global/construtivista não só liam mais lentamente, como tinham mais dificuldades para compreender textos, dos que os que haviam aprendido pelo método grafo-fonológico.

A explicação é simples: as crianças alfabetizadas pelo método fônico são ensinadas, primeiro, a decodificar e, após, conhecer a relação dos sons/letras. Na sequência elas são ensinadas a ganhar fluência com a leitura automatizada - o cérebro não é ocupado para decodificar, mas para compreender o que lê - conquistando total autonomia no processo de leitura/compreensão. O diagnóstico clássico de alunos ensinados pelas teorias construtivistas é o oposto: os alunos, depois de uma leitura difícil, não se lembram do começo da frase.

Em português uma criança de 5 anos levaria bem menos de um ano para aprender a ler, compreender e escrever. Porém, mesmo diante de evidências científicas, o Ministério da Educação do Brasil - que vinha sendo conduzido por por políticos e não por especialistas na área, como em 2019 - insistiam no mesmo projeto pedagógico, todos os anos, ao longo dos últimos 30, com péssimos resultados. Todas as avaliações internas e externas mostram isso.

Como funciona o ensino estruturado

Dehaene aponta algumas sugestões: - A escola precisa ser organizada para a aprendizagem. Um ambiente atrativo facilita o processo da leitura. O docente tem que observar em que nível de progressão a criança se encontra e uma avaliação permanente, por parte do professor e a autoavaliação do aluno, são essenciais para esse processo.

Além do método fônico, ele destacou a importância do ensino estruturado, que é feito uma sequencia que respeita a lógica de como o cérebro aprende, começando do simples para o complexo, ensinando uma letra de cada vez, começando pelas mais regulares na sua relação com os sons, as mais fáceis de serem pronunciados separadamente e pelas mais frequentes. Ele também destaca a importância dos erros e da recompensa, o reconhecimento pelos avanços. “Os erros são mais úteis para a aprendizagem do que os acertos, mas só se a criança receber logo o feedback da correção. Ela não deve ser castigada, mas deve ser corrigida e reconhecida, elogiada por seus avanços”.

- Exercícios abundantes e diversificados adequados ao nível de progressos da criança são outros elementos da receita de sucesso de Dehaene. “Se não diversificarmos, as crianças memorizam os exercícios sem aprender a decodificação que lhes permitirá ler qualquer palavra”. Os programas Alfa e Beto foram mencionados pelo pesquisador como bons exemplos de ensino estruturado de alfabetização a partir do método fônico.

O projeto piloto de Jafa


Com a concordância da secretaria da educação municipal, a diretora da Escola Emeief Norma Mônico Truzzi, de Jafa (distrito de Garça, SP) elaborou um projeto piloto com método fônico para ser aplicado nos últimos 70 dias letivos de 2019. Recém empossada, Miriam Nitcipurenco de Souza não aceitava o mesmo projeto pedagógico que vinha sendo repetido por décadas, com péssimos resultados. Utilizando apenas os livros de português, do método Alfa e Beto, os alunos terminaram o ano com total autonomia em leitura e escrita. Em 2020 a secretaria adotou o método para a sua escola.

"Antes do fônico a gente falava uma língua estranha que os alunos não compreendiam. Hoje até a disciplina melhorou, eles conseguem ler, compreender, elaborar textos estruturados, respeitando pontuação, paragrafação.


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“O que o museu tem a ver com educação?”

terça-feira, 22 de julho de 2014

Ciência diz que exercício moderado é melhor

Correr muito reduz tempo de vida?
Edson Joel Hirano Kamakura de Souza

O Dr. James O´Keefe, cientista norte americano que participou de uma pesquisa englobando 3.800 corredores, homens e mulheres com idade média de 46 anos, afirmou que pessoas que praticam corrida vivem menos. Os estudos foram conduzidos por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Cardiovascular da Rede de Saúde Lehigh Valley, na Pensilvânia, Estados Unidos. Todos os pesquisados corriam pelo menos 32 km por semana.

"Os que correm muito - disse ele - tem a mesma expectativa de vida dos sedentários ou até menor considerando que esse tipo de exercício provoca desgastes físicos consideráveis. " Segundo os dados, o exercício moderado, como correr 15 minutos por dia, pode ser mais eficiente e saudável do que exercícios que exigem demais do corpo.

Já se sabe que após exercícios intensos o organismo aumenta  produção de moléculas de radicais livres que se acumulam na face favorecendo o surgimento de manchas e o envelhecimento cutâneo precoce. A circulação sanguínea fica menor no rosto e se concentra em outras áreas mais exigidas pelo exercício. Associada à exposição ao sol, sem a correta proteção, a pele do rosto sofre mais.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Prefeito do PT é reprovado pelos paulistanos

São Paulo se transformou em campo livre para venda e consumo de drogas no governo do petista Fernando Haddad. Desrespeita-se as leis e aceita-se o tráfico, livremente.Drogados recebem ajuda
com a chamada "bolsa crack", paga pelos contribuintes.
36% dos paulistanos acham Haddad ruim ou péssimo.

O Datafolha publicou que apenas 17% dos paulistas aprovam a administração do prefeito petista Fernando Haddad enquanto 36% dizem ser ruim ou péssima e 44% apenas regular. Dos pesquisados somente 4% acham que Haddad superou as expectativas enquanto mais de 77% dizem que ele fez muito menos que o esperado. Segundo o Datafolha a pesquisa foi realizada nos dias 25 e 26 de junho. Das promessas de construção de corredores de ônibus, saúde, creches e educação o petista cumpriu menos de 8%.

Haddad ficou conhecido como o ministro do Kit Gay quando ocupava a pasta da educação e, como prefeito paulista, apoia políticas públicas que mantém os drogados nas ruas, e a criação da "bolsa crack", pago aos consumidores de drogas.  Haddad é cabo eleitoral do candidato de Alexandre Padilha ao governo do Estado.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Falida, Argentina não paga contas.

Argentina à beira de novo calote

Em pouco mais de 12 anos a Argentina pode dar novo calote em sua dívida internacional. A justiça dos Estados Unidos manteve a decisão para que o país pague seus credores num total de US$ 1,3 bilhão devidos desde 2001. Caso não pague ocorrerão bloqueios judiciais nos ativos da Argentina no exterior. A notícia fez o dólar explodir.

A economia do país vai de mal a pior. Pelo menos 54% da população acham que a situação é de ruim para péssima no país e 62% afirmaram que não conseguem viver com o que ganham. A inflação anual acumulada, anunciada pelo governo, é de 7,2%, porém, nos supermercados, os reajustes chegam a 35%. Tal lá, como no Brasil, Cristina Kirchner tem o hábito de maquiar as contas públicas. O mercado econômico mundial não leva em consideração os números anunciados pelo governo da Argentina por não corresponderem a realidade.

O bisonho socialismo que leva os portenhos à falência é o mesmo instalado na quebrada Venezuela cuja inflação atinge mais de 60% e não existem produtos nos supermercados e nem crédito para importação.

Quem investiria num país tocado por ideologia mofada e conduzida por dinossáuricos "socialistas", figuras ridículas e desprezadas em qualquer canto minimamente civilizado, exceto pela turma da Dilma Rousseff, a prostituta política que criou 39 ministérios para satisfazer a gana de partidos políticos corruptos em troca de alguns segundos na televisão para a campanha eleitoral.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Nem vítimas nem algozes


Merval Pereira, O Globo

A começar pela manutenção da negativa de prisão domiciliar para o ex-presidente do PT José Genoino, o plenário do STF analisou as decisões de Barbosa referentes à execução das penas do processo do mensalão dando-lhe razão em alguns casos e discordando em outros, sempre ressaltando, por praticamente todos os membros, que a lei de execuções penais compreende diversas interpretações, não sendo nenhuma das decisões de Joaquim Barbosa questionável por ilegal ou despropositada.

Não há no caso nem vítimas nem algozes, como ressaltou o decano do Supremo, o ministro Celso de Mello, que fez questão de ressaltar a justeza das condenações e o caráter antidemocrático dos atos praticados pelos réus do mensalão.

O caso de Genoino se transformou em emblemática questão política, já que petistas utilizaram todos os meios para espalhar a ideia de que o ex-presidente do PT, contra o que dizem diversos laudos médicos, corre risco de vida se não for liberada sua prisão domiciliar.

O ministro Luís Roberto Barroso, que assumiu a relatoria das execuções penais com a demissão de Barbosa, desde o primeiro momento que participou do julgamento do mensalão parece constrangido em condenar Genoino, e ontem voltou a elogiá-lo. No primeiro momento, lamentou “condenar um homem que participou da resistência à ditadura no Brasil, em um tempo em que isso exigia abnegação e envolvia muitos riscos”.

Esse discurso elogioso provocou a reação de diversos ministros na ocasião. A ministra Cármen Lúcia disse que “o juiz, infelizmente, não julga histórias, porque as histórias às vezes são feitas de desvios que seriam impensáveis de serem praticados em outra circunstância”.

Ontem, Barroso classificou Genoino de “símbolo do republicanismo e do igualitarismo” antes de negar o pedido para que a prisão fosse transformada em domiciliar. Mas, sem que a questão estivesse em pauta, lembrou que Genoino cumpre 1/6 da pena em dois meses, dando a entender que a partir daí poderá ir para casa.

A questão do cumprimento de 1/6 das penas para a autorização de trabalho externo suscitou uma boa discussão sobre o sistema penitenciário e demonstrou que Barbosa não estava exagerando ao interpretar ao pé da letra a exigência do Código Penal.

Celso de Mello foi o único voto a apoiar Barbosa, mas não é o único a considerar que a jurisprudência do STF deve prevalecer sobre a do STJ, que desde 1999 vem admitindo o trabalho externo sem o cumprimento mínimo da pena. Mesmo os que votaram contra a posição de Barbosa, a começar pelo relator Barroso, admitiram que a situação do sistema penitenciário é um descalabro, e que a flexibilização da lei é necessária para conviver com nossa triste realidade.

A tese vencedora foi que a razoabilidade exige interpretação mais generosa da legislação, sendo lembrado que o Rio Grande do Sul já definiu que os presos em semiaberto devem ir para prisão domiciliar por falta de vagas compatíveis com o tipo de condenação. Esse assunto será levado ao plenário do STF pelo ministro Gilmar Mendes para que haja deliberação sobre essa decisão da justiça gaúcha.

Ficou claro que o estilo centralizador e autoritário do presidente demissionário Joaquim Barbosa não é o da preferência do plenário, tanto que a execução das penas será transferida para Vara de Execuções Penais de Brasília, e não centralizada pelo novo relator.

Mas ficou evidenciado que Barbosa não abusou de seu poder nem tomou decisões sem o apoio da lei. E certamente há um pensamento majoritário na sociedade, já detectado por pesquisas: o mensalão petista só levou poderosos para a cadeia e os manteve lá pelo estilo centralizador e autoritário de Barbosa, amplamente aprovado pela população, a ponto de uma parcela representativa querê-lo como candidato à Presidência.

Previsão do Banco Central é péssima para o Brasil em 2014

Inflação acima do teto em 2014

O próprio Banco Central admite que a inflação vai passar do teto previsto (6,5%) em 2014 e que o PIB, de novo, será pequeno. Considerando que o governo vem maquiando números, faz tempo, supõe-se que a inflação seja maior do que o anunciado, de 6,4%. 

Somente o aumento da energia elétrica - cujos preços são manipulados - deve ser de 11,5%, segundo previsão do próprio BC. Significa dizer que Dilma Rousseff terminará 2014 com uma inflação muito maior que a do ano passado, de 5,91%. Lembre-se que a meta da inflação era de 4,5%.

A previsão do PIB para este ano traz pessimismo em todos os setores da economia. Haverá retração no campo e previsão de crescimento ínfimo em outras áreas, como de serviços. Na indústria o crescimento de 1,5% já não é mais esperado e a previsão é que a área chegue a 0,4%. O PIB da agricultura cairá de 7% para menos de 2,8%.

A taxa de juros Selic é uma das mais altas nos últimos anos.
As previsões são péssimas e foram anunciadas pelo próprio Banco Central, useiro e vezeiro na maquiagem dos números. Imagine como deve ser os números verdadeiros. Para saber, vá ao supermercado mais próximo e confira os preços.

Enquanto o povo vê copa, STF liberta Dirceu

Ex-Ministro José Dirceu, condenado por corrupção vai trabalhar fora da Papuda

Era esperado que o ex-ministro José Dirceu, condenado no maior e mais escandaloso processo de corrupção da história do país, seria colocado fora da penitenciária da Papuda tão logo o ministro Luis Barroso assumisse a relatoria do processo do mensalão em substituição a Joaquim Barbosa.

Ontem o STF autorizou Dirceu deixar a prisão para "trabalhar" na biblioteca de um advogado e ganhar R$ 2,1 mil por mês. Joaquim Barbosa havia negado tal pedido por duas razões: o preso deveria cumprir 1/6 da pena antes de pedir o benefício e que o emprego era "arranjo entre amigos". Dirceu tentara emprego num hotel que, descobriu-se depois, ter sede no Panamá, no mesmo endereço usado pelo condenado para uma empresa sua. O único voto contrário foi de Celso de Mello que alegou que “a exigência do cumprimento de um sexto da pena não pode ser desconsiderada, mesmo se tratando de regime prisional semiaberto”.

A maioria dos ministros aceitou a concessão do benefício considerando que, apesar de não te cumprido o período mínimo de 1/6 da pena, as prisões não oferecem vagas suficientes para trabalho interno. 

O ministro Luís Roberto Barroso, agora relator do mensalão, deverá autorizar todos os pedidos dos mensaleiros condenados. Barroso foi um dos ministros indicados por Dilma Rousseff. Ele foi diagnosticado com câncer e com pouco tempo de vida antes de assumir o cargo, segundo recente confissão dele mesmo.

Enquanto o povo se anestesia com a copa de futebol os corruptos são libertados da prisão.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Seleção de Dilma faz gol contra: Brasil tem déficit de U$ 6,635 bilhões na conta corrente em maio




Enquanto a copa do futebol  desperta a atenção do brasileiro o país registra, em maio, o pior resultado na sua conta corrente desde 1947: US$ 6,6 bilhões negativos. No acumulado de 12 meses, déficit de 3,61% do PIB. A informação é do próprio Banco Central.

A conta de rendas foi negativa em quase 3 bilhões de dólares - US$ 2,91 bilhões - e a de serviços ficou negativa em US$ 4,507 bilhões.

Enquanto a seleção de futebol disputa no gramado uma copa de desperdícios, super faturamento e corrupção, a seleção da Dilma faz gol contra no campo da economia.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

McDonald's serve arroz com feijão?

McDonald's tem prato de feijão com arroz em cardápio secreto Rede foi obrigada pela justiça a oferecer a refeição aos funcionários e diz que serve o prato aos clientes se eles pedirem, mas nem todos os atendentes estão preparados para o pedido.

13 de maio de 2014 | 17h 20

"O prato, no entanto, não é e nem deve ser anunciado pela loja, já que não faz parte da estratégia de marketing e nem é a especialidade do McDonald's", acrescenta a nota assinada pela diretora de recursos humanos do McDonald's, Ana Apolaro.

SÃO PAULO - É pouco provável que algum cliente do McDonald's entre na loja para pedir um prato de arroz com feijão, mas se um turista desavisado chegar no balcão e pedir o tradicional prato brasileiro, ele será servido.

O arroz com feijão entrou no cardápio da rede americana depois que funcionários brasileiros foram à justiça contra o sanduíche servido como refeição no horário do almoço e do jantar. O McDonald's brasileiro confirma que o arroz com feijão é preparado em todas as lojas e pode ser servido, se algum cliente pedir. "Servimos para o cliente o que servimos internamente e vice-versa", disse a rede em comunicado por escrito enviado ao Estado. A reportagem procurou a rede para confirmar o arroz com feijão com a grife Ronald McDonald depois que a agência de notícias Bloomberg divulgou um texto falando sobre "o lanche feliz que o McDonald's esconde sob o balcão". Segundo a notícia, o prato seria vendido a R$ 23,00, desde que solicitado.

No McDonald's do Carrefour Limão, os atendentes da rede disseram que o prato só é serviço para os funcionários e em nenhuma hipótese seria servido aos clientes.

Justiça. O arroz com feijão passou a ser servido para os funcionários das 816 lojas do McDonald's no Brasil quando os empregados da rede rejeitaram o seu menu regular de hambúrgueres e batatas fritas em intervalos de trabalho.

A queixa foi encaminhada ao Ministério Público, e o operador local dos restaurantes McDonald's foi obrigado a fornecer pratos mais de acordo com a culinária local. Com 35,4 mil restaurantes em 119 países, o McDonald's oferece alimentos adaptados aos gostos locais em diferentes países.

Em 2012, a rede fez um acordo com os promotores para encerrar a investigação que já se arrastava por seis anos. A empresa que administra a rede no Brasil, a argentina Arcos Dorados Holdings Inc, aceitou fornecer refeições tradicionais, sem nenhum custo para os seus empregados. A denúncia original foi encaminhada pelo sindicato que representa 30 mil funcionários do McDonald's no Estado de São Paulo.

Em 2010, um tribunal do Rio Grande do Sul condenou a Arcos Dorados a pagar R$ 14 mil a um ex-gerente que disse que ganhou cerca de 30 quilos em uma década de trabalho na rede, quando comia sanduíches na hora do almoço.

sábado, 10 de maio de 2014

Integrante da Comissão de Ética do PT ameaçou Barbosa de morte

Homem que desejava atentar contra a vida do presidente o STF é um integrante da Comissão de Ética do PT. E agora?
PROCURADO - A PF tenta descobrir a identidade de um tal "Antonio Granado", que incita 
os militantes a atentar contra a vida do ministro //Estadão Conteúdo
Robson Bonin

Desde que o julgamento do mensalão foi concluído, em novembro do ano passado, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, tornou-se alvo de uma série de constrangimentos orquestrados por seguidores dos petistas condenados por envolvimento no maior escândalo de corrupção da história. A chamada “militância virtual” do PT, treinada pela falconaria do partido para perseguir e difamar desafetos políticos do petismo na internet, caçou Barbosa de forma implacável.

O presidente do Supremo sofreu toda sorte de canalhice virtual e foi até perseguido e hostilizado por patetas fantasiados de revolucionários nas ruas de Brasília. Os ataques anônimos da patrulha virtual petista, porém, não chegavam a preocupar Barbosa até que atingiram um nível inaceitável. Da hostilidade recorrente, o jogo sujo evoluiu para uma onda de atos criminosos, incluindo ameaças de morte e virulentos ataques racistas.

Os mais graves surgiram quando Joaquim Barbosa decretou a prisão dos mensaleiros José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino. Disparadas por perfis apócrifos de simpatizantes petistas, as mensagens foram encaminhadas ao Supremo. Em uma delas, um sujeito que usava a foto de José Dirceu em seu perfil no Facebook escreve que o ministro “morreria de câncer ou com um tiro na cabeça” e que seus algozes seriam “seus senhores do novo engenho, seu capitão do mato”. Por fim, chama Joaquim de “traidor” e vocifera:

“Tirem as patas dos nossos heróis!”. Em uma segunda mensagem, de dezembro de 2013, o recado foi ainda mais ameaçador: “Contra Joaquim Barbosa toda violência é permitida, porque não se trata de um ser humano, mas de um monstro e de uma aberração moral das mais pavorosas (...). Joaquim Barbosa deve ser morto”. Temendo pela integridade do presidente da mais alta corte do país, a direção do STF acionou a Polícia Federal para que apurasse a origem das ameaças. Dividida em dois inquéritos, a averiguação está em curso na polícia, mas os resultados já colhidos pelos investigadores começam a revelar o que parecia evidente.

Barbosa nega "arranjo de amigos" para Dirceu trabalhar fora da Papuda

José Dirceu, condenado por corrupção

Referindo-se ao pedido de José Dirceu de trabalhar na biblioteca de um escritório de advocacia (do criminalista José Gerardo Grossi), o presidente do STF, Joaquim Barbosa, disse que "... é lícito vislumbrar na oferta de trabalho em causa uma mera action de complaisance entre copains - arranjo entre amigos - absolutamente incompatível com a execução de uma sentença penal” e, após, negou a autorização considerando que, além, Dirceu precisa cumprir 1/6 da pena dos 7 anos e 11 meses de prisão em regime semiaberto a qual foi condenado no processo do mensalão. Neste caso o ex-ministro encarcerado só poderá requerer o benefício em 2015.

No seu despacho Barbosa também referiu-se a investigação para saber se Dirceu desrespeitou as normas da penitenciária e falou ao telefone celular. Existem informações que sim, com data, horário e interlocutor e os fatos estão em apuração. Mais recentemente a filha de Dirceu, quebrando todas as regras da prisão, esteve no local entrando por caminhos não autorizados para visitas, pelo menos para presos "comuns". Enquanto dezenas de familiares esperavam horas do lado de fora para o horário da visita, a filha do corrupto acessava o presídio com carro chapa fria dirigida por um funcionário do sistema.

Além de considerar "arranjo de amigos" Barbosa citou que no Brasil tais escritórios tem direito à inviolabilidade o que poderia dificultar a fiscalização do cumprimento da pena. Barbosa foi além ao referir-se como troca de favores entre proprietários de escritórios de advogacia criminal e que essa atividade não deve se prestar "a arranjos visivelmente voltados a contornar a necessidade e o dever de observância estrita das leis e das decisões da Justiça.”

A decisão deverá atingir outros condenados que hoje se beneficiam do regime semiaberto como Delúbio Soares que "trabalha" na Central Única dos Trabalhadores e João Paulo Cunha, outro petista condenado por corrupção, que dá "expediente" num escritório de advocacia.

A câmara dos deputados aprovou um substitutivo ao Projeto de Lei 4550/04 que autoriza a revista manual inclusive de juízes.

O presidente da corporativista OAB, Roberto Busato, já se manifestou contrário à revista manual de advogados em presídios "como se ele fosse um marginal responsável por toda a comunicação indevida que existe hoje entre os detentos nos presídios e o mundo exterior". Busato acha que esse tipo de revista "é degradante para a profissão".

Nos Estados Unidos não só advogados são revistados manualmente. Lá até o presidente da República passa por tal procedimento. Só no Brasil a casta quer estar isenta de tal.

domingo, 4 de maio de 2014

Mandaram Gilberto Carvalho calar a boca


COLUNA DO RICARDO SETTI
02/05/2014 às 14:00 \ Política & Cia

Vaias, gargalhadas, “cala a boca”: Gilbertinho Carvalho achava que iria falar para plateia amestrada no Sindicato dos Bancários do Rio, mas trombou com a fúria dos presentes. Na chegada à sede do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, cenário da etapa carioca dos “Diálogos Governo-Sociedade Civil Copa 2014″, o sorriso confiante e a voz de orador da turma avisaram que o ministro Gilberto Carvalho estava em casa ─ e cercado por amigos de fé. 

Decerto imaginou que passaria as duas horas seguintes saboreando aplausos e carícias verbais da plateia amestrada, formada por integrantes dos “movimentos sociais”. Todos estavam ali para aprender que a Copa da Roubalheira, vista de perto, é outra soberba evidência de que o Brasil vai tão bem que, se melhorar, estraga. Quebrou a cara, informa o vídeo acima.

Já na entrada do auditório o sorriso morreu, esganado pela inscrição na faixa pendurada atrás da mesa no palco: não vai ter copa. A voz começou a claudicar com as primeiras manifestações de hostilidade.

E a autoconfiança foi dissolvida pela pancadaria sonora. Durante 15 minutos, a caixa preta ambulante resistiu a vaias, apupos, risos debochados, apartes desmoralizantes ou cobranças de promessas jamais cumpridas. Enfim rendido ao som da fúria, interrompeu o falatório, deu o encontro por findo, prometeu voltar em agosto e caiu fora da zona conflagrada. Até capitular, o camelô de embustes esforçou-se para vender à freguesia o conto da Copa. Jurou que a mina de dinheiro da Fifa, vista de perto, é uma usina de empregos para nativos. Lembrou que já trabalhou em favela, celebrou o Minha Casa, Minha Vida, culpou a oposição pelo atraso nas obras, pediu paciência aos presentes, fez o diabo. Nada funcionou.

Gilberto Carvalho preparou-se para uma festiva noitada no Brasil Maravilha. Só depois de consumado o fiasco descobriu que estava no Brasil real. É um país habitado por gente farta de vigarices. E é cada vez mais populoso.

A privacidade é uma conquista da liberdade, não o contrário

Liberdade de expressão

"Toda conduta que busca tutelar a sociedade é um risco para a liberdade de expressão. O politicamente correto exacerbado também é intolerante, porque ele não admite outro pensamento”. Foi assim que Fábio Barbosa, presidente do Grupo Abril, discursou na abertura do seminário Comunicação e Mercado no Brasil: Desafios e Oportunidades promovido que o Ibmec promove junto com o Instituto Palavra Aberta. 

Pouco antes a ministra Carmem Lúcia, do STF, afirmara que “temos um Estado democrático, mas a pergunta é se temos uma sociedade tão democráticas quando a Constituição pressupõe. Hoje noto uma intolerância enorme para tudo que seja diferente, é uma tragédia para a democracia e o exercício da liberdade. Não adianta querer ser livre e abrir mão de pensar”.

Na palestra inicial do seminário, Cármen Lúcia tratou sobre a liberdade e a censura e pediu uma melhor discussão sobre privacidade. Numa demonstração de grande limitação intelectual, Carmem fez um jogo de palavras que contrapõe a "invasão de privacidade e a evasão de privacidade e, hipoteticamente se perguntou quando "a pessoa que vai à Igreja fazer uma doação e pede para o padre divulgar e publicar seu ato mas que não quer aparecer quando namora escondido. E o jornalista não vai parar na hora que essa pessoa quer”.

Eugênio Bucci, professor da USP e também diretor de pós-graduação em Jornalismo da Escola Superior de Propaganda e Marketing, em São Paulo, disse que liberdade e privacidade não são excludentes e, ao contrário, “a privacidade é uma conquista da liberdade”. “Não podemos cair na armadilha de acreditar que a liberdade é relativa por força da privacidade”, disse ele.

Todos tem direito à liberdade de pensar e se expressar, publicar informações e discutir ideias, quaisquer que sejam e por qualquer meio, diz a constituição. Aquele, nesta ação, que violar a integridade de outro, porém, incorrerá em desrespeito à constituição que contempla a inviolabilidade da privacidade, honra e imagem das pessoas e responderá por isso. Se todo esse elenco já está na constituição, porque o Estado quer regular a imprensa?

Liberdade para pensar e expressar os pensamentos. Isto sim, é democracia.

IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
IX- é livre a expressão de atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou licença;
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais.

Após confirmação da candidatura, Dilma é intensamente vaiada em Uberaba

Foto Agência Estado: Dilma vaiada três vezes em Uberaba 

A presidente  Dilma Rousseff foi intensamente vaiada na abertura da 80ª Exposição Internacional de gado Zebu, em Uberaba, Minas Gerais, cidade onde viveu toda sua infância. O fato ocorreu na manhã de ontem. Logo que foi anunciada no sistema de som as vaias foram mais intensas mas a reprovação ocorreu mais duas vezes durante seu discurso quando anunciou a assinatura de dois decretos para o setor da agropecuária. No momento da entrega da medalha alusiva aos 80 anos do evento, a presidente recebeu novos apupos.

As vaias ocorrem exatamente no momento em que o PT formalizou a candidatura de Dilma e no momento em que as pesquisas apontam sua queda na preferência de votos
.

sábado, 3 de maio de 2014

O Jus esperneandi de Rui Falcão

José Genoino, ex-presidente do PT, condenado a 4 anos e 8 meses
por corrupção ativa. Para a junta médica ele está em "ótimas
condições físicas". Já está na Papuda.

Uma junta médica, da Universidade de Brasília, após minuciosos exames concluiu que José Genoino não corre nenhum risco em cumprir sua pena de prisão condenado por corrupção no processo do mensalão. Quando foi preso ele alegou problemas cardíacos e foi transferido para um hospital de Brasilia. Após os exames a junta médica concluiu que ele pode cumprir, sim, a pena na Papuda.

"Assim, em bases estritamente objetivas e definidas, não se expressa no momento a presença de qualquer circunstância justificadora de excepcionalidade e diferenciada do habitual para a situação médica em questão, visando o acompanhamento e tratamento do paciente em apreço", diz o laudo da junta médica que também anotou que Genoino tem "pleno gozo das suas faculdades mentais e ótimo aspecto físico".

Mas o presidente do PT, Rui Falcão, para conturbar, disse que vai responsabilizar o ministro Joaquim Barbosa se algo ocorrer com a saúde do corrupto condenado. O guerrilheiro dedo duro se entregou, de novo, e foi para a penitenciária onde se encontram José Dirceu e demais companheiros de falcatruas. Rui Falcão também acusa Barbosa de impedir que Dirceu obtenha a progressão de pena, processo suspenso por Barbosa devido as investigações de que o ex-ministro do PT preso usava celular dentro do presídio.

Com inflação alta, crescimento baixo, escolas e hospitais falidos, violência em todo país, estradas em péssimas condições, aeroportos sem estrutura e corrupção escancarada resta aos petistas o jus esperneandi, literalmente o direito de espernear. Comumente a resposta para o choro e diante de tanta mentira seria "chupa PT"!

Rui Falcão é o rei da falácia.

Apple x Samsung. Mas a guerra é com o Google.


A Samsung deverá pagar a Apple cerca de U$ 119,6 milhões por infringir patentes da concorrente na linha de smartphones. A Apple também foi condenada pelos mesmos motivos e deverá botar no bolso da Samsung cerca U$ 158 mil pelos mesmos motivos.

Para a Apple a concorrente infringiu cinco patentes (correção automática de palavras, deslizar o dedo na tela para desbloqueio, busca, sincronia em segundo plano) e para a Samsung a Apple bifou duas patentes relacionadas ao uso de câmeras e transmissão de vídeo.

Nesta guerra o objetivo é único: um rico mercado de 400 bilhões de dólares disputado palmo a palmo entre as duas gigantes na venda de smartphones. E a sul coreana está vencendo a disputa. Em 2007 ela detinha só 5% do mercado na época liderado pela Apple. Hoje a Samsung lidera com 34% enquanto a concorrente amarga 15% de participação. Em menos de 4 anos a Apple perdeu mais de 12% nas vendas.

Na verdade existe uma outra guerra em andamento: Apple x Google.
Os iPhones utilizavam o sistema de busca da Google, até então principal parceira da Apple. Mas Steve Jobs cometeu um grande erro: quis criar seu próprio buscador, concorrendo com o principal produto da Google. Em resposta a ex-parceira criou o sistema Android que hoje domina 70% de todos os smartphones vendidos no planeta.

terça-feira, 29 de abril de 2014

"Não são gente de minha confiança", diz Lula sobre os mensaleiros

Na TV de Portugal Lula insinua não saber quem são Dirceu e Genoíno

O maior escândalo político do país, em todos os tempos, o mensalão, não existiu para Lula. Na entrevista para a televisão de Portugal ele afirma também os petistas presos "não se trata de gente da minha confiança", afastando-se cuidadosamente dos corruptos petistas levados a julgamento e condenados. Lula repete a mesma balela querendo tornar verdade uma mentira repetida milhares de vezes. E sugere que a história deva ser recontada. Com a nova formação de ministros no STF, dominado por petistas, pode-se tentar "inocentar" os corruptos. Para os portugueses ele afirmou que o julgamento foi "80% político e 20% jurídico.

sábado, 26 de abril de 2014

Educação: diferenças entre o Brasil e Coreia do Sul

Ao contrário do Brasil, nos países orientais dar aula na rede pública é sinônimo de status e garantia de renda

Bárbara Bretanha e Valéria França - Especial para o Estado

SÃO PAULO - "Há um ditado no meu país que diz que um estudante não pisa nem na sombra de seu mestre", diz Sok Jin Oh, professor de língua inglesa, por 32 anos na Coreia do Sul. Ele se refere ao respeito que os alunos têm pelos mestres. No país de Jin Oh, ser um professor da rede pública significa ter bom salário, e status na sociedade.

A Coreia do Sul tem hoje um dos melhores modelos de ensino do mundo. No Programa Internacional de Avaliação de Alunos aparece em sétimo lugar em leitura e matemática. O país foi um dos primeiros do mundo a equipar escolas com internet de banda larga. Um professor como Jin Oh ganha em média US$ 65 mil por ano. Tem casa própria, carro do ano e pode patrocinar o estudo dos filhos em boas faculdades particulares.

No Brasil, a vida de um professor é bem diferente. A paulistana Ana Carolina Cuofano Gomes da Silva, de 30 anos, dá aulas desde os 19. Na época tinha apenas o Magistério. Depois foi obrigada a concluir o ensino superior. Há oito anos, formou-se pela Faculdade de Letras da Universidade São Judas Tadeu. Preferiu a rede pública, porque sentia mais afinidade com os alunos. Outro fator: a escola fica perto da casa dela, Hoje, ela leciona Português para turmas de 7º e 8º anos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Júlio Marcondes Salgado, no Parque Edu Chaves, na zona norte de São Paulo.

"Sinto um respeito muito grande", diz Ana Carolina, que tem sorte. Segundo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp), 44% dos professores da rede pública já sofreram algum tipo de violência na escola.

Casa alugada. Ana Carolina ganha R$ 2,8 mil, em troca de uma jornada de 40 horas semanais. Para complementar a renda, dá aula em outra escola. "A prefeitura oferece uma estabilidade que as escolas particulares não têm", explica. A professora mora de aluguel.

Jin Ho trabalha hoje no Brasil como adido cultural da Coreia. No ano que vem, volta para casa, e retoma a vida acadêmica, mas agora como vice-diretor. Na Coreia os professores, só depois de uma determinada qualificação, podem se candidatar ao cargo de vice-diretor e diretor de uma escola. Jin Ho é doutor em língua inglesa.

Nota do blog: O Brasil classifica-se em 58º no Pisa, entre 63 países pesquisados. Enquanto a tecnologia já está nas salas de aulas na maioria dos países com boa educação, no Brasil os professores mal sabem o que é um notebook. Somente agora é que a Secretaria da Educação de São Paulo começou a implantar a secretaria digital. Até hoje todo tráfego de documentos é feito com papéis e carimbos. Portugal, com seu novo ministro da Educação começou a reação para recuperar quase 30 anos perdidos com métodos falhos de alfabetização - o construtivismo acabou com a educação em grande parte do mundo - e levou a 
neurociência para as salas de aulas.

Os escândalos, maracutaias, armações e negociatas do PT

A grande família petista

26 de abril de 2014 | 2h 04
Estado de S.Paulo

Nem é preciso fazer escavações profundas. Arranhe-se apenas a superfície do sistema petista de poder e, certo como a noite que se segue ao dia, se encontrará um escândalo, uma maracutaia, uma armação, uma negociata, um vexame, um ato mal explicado ou inexplicável à luz da ética pública. E não se diga que é intriga da oposição em ano eleitoral.

Para ficar apenas na safra da semana, ora é uma auditoria da Petrobrás que afirma que em 5 de fevereiro de 2010 alguém foi autorizado verbalmente a sacar US$ 10 milhões de uma conta da Refinaria de Pasadena, na qual a empresa ainda tinha como sócia a Astra Oil. A revelação foi publicada pelo Globo. Quem autorizou, quem sacou, o porquê do saque e o que foi feito com a bolada, isso a Petrobrás não conta. Diz, burocraticamente, que o procedimento seria "uma atividade usual de trading" e nele "não foram constatadas quaisquer irregularidades".

Ora, para variar, são as sucessivas apurações da Polícia Federal (PF) sobre a amplitude da rede de conveniência recíproca em que se situam as ligações do deputado André Vargas, do PT paranaense, com o doleiro Alberto Youssef. O cambista foi preso no curso da Operação Lava Jato, que expôs um esquema de branqueamento de dinheiro, por ele comandado, da ordem de R$ 10 bilhões. O monitoramento, com autorização judicial, das comunicações do já agora réu Youssef trouxe à tona uma história de tráfico de influência que reduz a mera nota de rodapé o pedido de Vargas ao parceiro para que lhe arranjasse um jatinho para levá-lo numa viagem de férias ao Nordeste - descoberto, o favor custou ao favorecido o cargo de vice-presidente da Câmara, ao qual teve de renunciar.

A traficância, essa sim, era coisa graúda. Prometendo a Vargas que, se fizesse a parte dele, os dois conquistariam a "independência financeira" - palavras textuais do doleiro captadas pela PF -, ele acionou o deputado para que o Ministério da Saúde, então chefiado pelo também petista Alexandre Padilha, contratasse com o laboratório Labogen, de que Youssef é controlador oculto, o fornecimento de uma partida de medicamentos contra a hipertensão. O negócio renderia R$ 31 milhões em cinco anos. Quando a tratativa foi noticiada pela Folha de S.Paulo, Padilha imediatamente tirou o time de campo. Deu-se o dito pelo não dito, nenhum contrato foi assinado, nenhum real desembolsado.

Mas Padilha, pré-candidato ao governo paulista, era muito mais do que, digamos, o polo passivo do arranjo. Relatório da PF praticamente sustenta que, em novembro passado, ele ofereceu a Vargas um nome para dirigir o Labogen. Numa mensagem de celular lida pelos federais, o deputado identifica o apadrinhado para o doleiro e lhe dá o número de seu telefone, antes de arrematar: "Foi Padilha que indicou". Dois dias antes, Vargas tinha escrito a Youssef: "Falei com Pad agora e ele vai marcar uma agenda comigo". Naturalmente a PF não pode afirmar com todas as letras de que Padilha, ou Pad, se tratava. Mas quem mais poderia ser?

Afinal, o indicado pelo interlocutor de ambos para ser o executivo da Labogen, Marcus Cezar Ferreira de Moura, o Marcão, tinha sido nomeado pelo ministro, em 2011, coordenador de promoção e eventos da Saúde. No ano anterior, ele trabalhara na reta final da campanha de Dilma Rousseff. Só achando que o ministro era um rematado nefelibata, o suprassumo da ingenuidade, para imaginar que ele considerasse o Labogen um laboratório sério. A sua folha de pagamento não soma mais do que R$ 28 mil. A polícia apurou que foi uma das firmas de fachada usadas por Youssef para remeter ilegalmente ao exterior US$ 444,7 milhões.

Vargas, a PF também averiguou, não é o único petista das relações do doleiro. Outros citados, por ora, são os deputados Cândido Vaccarezza e Vicente Cândido, de São Paulo. Um admite ter se encontrado com o cambista no prédio onde ele e Vargas moram. O outro diz que o conheceu - em Cuba, ora vejam - em 2008 ou 2009. Em suma, formam todos uma grande família com parentes de sangue e por afinidade que às vezes brigam, mas em geral se ajudam a conseguir poder, prestígio e riqueza. Há mais de dez anos o solar da família fica em Brasília. Na sua fachada se lê: "Tudo pelo social".

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Soneca de 50 anos: Revista The Economist diz que brasileiro é 'improdutivo'

FERNANDO NAKAGAWA - Agência Estado

LONDRES - A última edição da revista The Economist traz uma reportagem bastante crítica ao mercado de trabalho no Brasil e em especial à produtividade dos trabalhadores. Com o título "Soneca de 50 anos", a reportagem diz que os brasileiros "são gloriosamente improdutivos" e que "eles devem sair de seu estado de estupor" para ajudar a acelerar a economia.

A reportagem diz que após um breve período de aumento da produtividade vista entre 1960 e 1970, a produção por trabalhador estacionou ou até mesmo caiu ao longo dos últimos 50 anos. A paralisia da produtividade brasileira no período acontece em contraste com o cenário internacional, onde outros emergentes como Coreia do Sul, Chile e China apresentam firme tendência de melhora do indicador.

"A produtividade do trabalho foi responsável por 40% do crescimento do PIB do Brasil entre 1990 e 2012 em comparação com 91% na China e 67% na Índia, de acordo com pesquisa da consultoria McKinsey. O restante veio da expansão da força de trabalho, como resultado da demografia favorável, formalização e baixo desemprego", diz a revista.

A reportagem diz que uma série de fatores explicam a fraca produtividade brasileira. O baixo investimento em infraestrutura é uma das primeiras razões citadas por economistas. Além disso, apesar do aumento do gasto público com educação, os indicadores de qualidade dos alunos brasileiros não melhoraram. Um terceiro fator menos óbvio é a má gestão de parte das empresas brasileiras.

Há ainda a legislação trabalhista. A revista diz que muitas empresas preferem contratar amigos ou familiares menos qualificados para determinadas vagas para limitar o risco de roubos na empresa ou de serem processados na Justiça trabalhista. A revista também cita que a proteção do governo aos setores pouco produtivos ajuda na sobrevivência das empresas pouco eficientes.


A reportagem ouviu um empresário norte-americano que é dono do restaurante BOS BBQ no Itaim Bibi, em São Paulo. Blake Watkins diz que um trabalhador brasileiro de 18 anos tem habilidades de um norte-americano de 14 anos. "No momento em que você aterrissa no Brasil você começar a perder tempo", disse o dono do restaurante BOS BBQ, que se mudou há três anos para o País.

sábado, 5 de abril de 2014

Ipea faz pesquisa por ideologia

IPEA PERDEU A CREDIBILIDADE, DIZ PROFESSOR

Para especialistas, Ipea demorou para detectar e divulgar o erro dos dados, embora a ação tenha mostrado integridade por parte dos pesquisadores
Mônica Reolom - O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - Especialistas afirmam que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) demorou ao detectar e divulgar o erro dos dados, embora a ação tenha mostrado integridade por parte dos pesquisadores. No entanto, também reservam críticas à metodologia.

O professor Marcos Fernandes, do curso de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), disse que o Ipea é uma instituição renomada, mas que está perdendo credibilidade. "É uma fato grave que deveria ser um pouco mais investigado e estudado." Ele criticou a metodologia adotada na pesquisa. "As perguntas têm de ser muito bem feitas, senão, você enviesa a resposta."

Para o professor, o resultado já havia ficado comprometido antes de a inversão dos números vir à tona. "O problema desse trabalho é que ele parece mais guiado por ideologia do que pela ciência. E é muito perigoso quando um instituto de pesquisa permite ser mais guiados por interesses políticos e ideológicos do que pela pura pesquisa para identificar características básicas de como a sociedade brasileira se organiza, de como os brasileiros pensam, sobre suas crenças, e assim por diante", explicou o professor.

Fernandes destacou a repercussão que o dado incorreto causou. O resultado de que 65% acreditam que mulheres com roupas curtas merecem ser atacadas, para o economista, "gerou crenças no âmbito da ciência, da política e da psicologia social, além de debates e programas de televisão, tendo uma visão enviesada do brasileiro e da brasileira".

A professora de Matemática e Estatística da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Cileda de Queiroz e Silva Coutinho considerou, antes de tudo, que o instituto teve "decência e honradez" ao reconhecer o erro.

"Toda análise de dados pode ter problemas. O cadastramento de variáveis é feito por humanos, que estão sujeito a erros. Foi importante que o Ipea recuasse, ao contrário do que muita gente faz", afirmou a professora, que citou pesquisas eleitorais como exemplo de grande incidência de erros.

Por outro lado, segundo Cileda, não é justificável a falta de checagem nem a demora em divulgar a incorreção. "Antes de publicar, tem de fazer uma verificação e, para evitar erros, você faz mais de um tratamento com os dados. O instituto falhou em não fazer todas as checagens."

Pesquisa do Ipea estupra a verdade

O Ipea, Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, do Governo Federal, publicou uma nota admitindo que errou quando publicou que 65,1% dos entrevistados em sua pesquisa concordaram com a pergunta "Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas". De acordo com o instituto, o percentual correto é 26%.

Isso provocou alvoroço nas redes sociais e campanhas de mulheres semi-nuas dizendo que não querem ser violentadas. Os "pesquisadores" deste instituto - que deveria estar atento a economia - erraram feio. Tanto que Rafael Guerreiro Osório, diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, pediu demissão.

O erro foi absurdamente grosseiro para quem trata do assunto e, de repente, o Brasil virou país de estupradores. 

Os números desta pesquisa do Ipea, na verdade, mostram o contrário do que eles mesmos publicaram. Cerca de 91,4% dos pesquisados disseram que concordam que homem que bate na própria mulher deveria ser preso e 81,1% não concordam que mulher que apanha deve se calar para preservar os filhos.

A pesquisa foi realizada entre maio e junho do ano passado e ouviu 3.810 entrevistados dos quais 66,5% são mulheres. O erro foi considerado clamoroso, irresponsável e grotesco. Mas, logo que foi publicado, Dilma e suas ministras entraram em campo "apoiando" as mulheres. Parecia bandeira de campanha política. Pelas redes sociais lançaram-se em defesa das brasileiras desprotegidas e, no final, acabaram estupradas pelo Ipea.

Osório pediu demissão e junto com ele deveria seguir Marcelo Neri, um petista de carteirinha e o presidente do Instituto. No ano passado, diante de um crescimento econômico pífio Neri, em defesa de Dilma, disse que "o Brasil optou por um crescimento de qualidade" tentando justificar a péssima gestão econômica e um PIB de 1%. Claro, virou piada. Estuprada.

PS: O Ipea tem uma "filial" na Venezuela e realiza pesquisas de apoio para o governo do país. As pesquisas nunca mostram que a inflação é altíssima, que há desabastecimento e o descontentamento é geral.